Tiago Manique
CANELA – Do título da Libertadores da América já se passaram 38 anos e lá em 1981, o esquadrão Rubro-Negro comandado por Zico vencia o Cobreloa do Chile por 2 a 0, gols marcados pelo próprio ‘galinho de quintino’, apelido do maior jogador da história do Flamengo. E amanhã (23) a América poderá ser novamente pintada com as cores vermelho e preto, quando em Lima, no Peru, Flamengo e River Plate decidem o título da competição.
Maior torcida do Brasil, com adeptos em todos os lugares, a região serrana não poderia ser diferente, e em Canela a colônia flamenguista não esconde a angústia e ansiedade para chegar o momento da partida decisiva. Um destes personagens é o carioca Gustavo Ítalo, 44 anos. Empresário do ramo moveleiro adotou Canela em definitivo desde 2004, residindo anteriormente entre 1984 e 1994, e assim como milhares de torcedores, está ansioso para a grande final.
Ele fala do ‘momento mágico’ que está vivenciando com seu clube do coração e nega que o torcedor esteja em clima de ‘já ganhou’, que já aprendeu a lição, principalmente com as brincadeiras relacionadas ao ‘cheirinho’ e projeta um duelo muito forte contra os argentinos.
“Este é um momento mágico, já vivenciei os títulos da Copa do Brasil e Brasileirão, mas desta vez é diferente, estamos muito nervosos e como é somente uma partida, tudo pode acontecer, o River Plate é muito forte. Vamos com calma sem contar vantagem, mudamos muito, aprendemos com este negócio de ‘cheirinho’, acho que agora a torcida está muito pés no chão. Mas esta ansiedade e os dias que não passam, atrapalha no trabalho, durmo e acordo pensando no jogo, mas tenho certeza que se ficar campeão vamos assistir uma cena diferente, com a mobilização das pessoas, algo comparado com a morte de Ayrton Senna”, prevê.
Pelo longo período residindo no Rio Grande do Sul, Gustavo é sabedor da rivalidade entre gremistas e colorados. Ele menciona das amizades e brincadeiras que têm com os torcedores e aproveitou para dar uma alfinetada em Grêmio e Internacional que o Flamengo eliminou na Libertadores.
“Cheguei aqui e passei a conhecer de perto a rivalidade Grenal e sempre convivi bem com gremistas e colorados, temos os amigos do futebol, a gente brinca, gosto de conversar e debater sobre as partidas e tiramos o Grêmio e Internacional, então está tudo tranquilo (risos)”, disse.
Gustavo utilizará da superstição para assistir a partida. Ficará em casa junto com o filho Kauã Tomazi Italo, nove anos, e com a filha Caroline Tomazi Italo, que virá de Porto Alegre se juntar à família nesta torcida à distância para o time comandado por Jorge Jesus, Gabigol, entre outros craques Rubro-Negros.
“Vou assistir em casa com meu sofá na direita, o filho na esquerda, minha filha em outro sofá, ficaremos quietos e depois dando certo boto a bandeira e dou uma volta no Centro”, finalizou o confiante, mas comedido torcedor.