REGIÃO – O 1º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (1º BPAT) da Brigada Militar (BM) retomou na semana passada as aulas do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). Ainda no sistema on-line, as aulas denominadas Conexão Proerd, utiliza as plataformas das escolas, com conteúdos devidamente preparados e direcionados ao público específico dos 5º anos.
Com a retomadadas aulas presenciais nas escolas, os encontros do Proerd também deverão seguir para a sala de aula. Em Gramado, seis turmas de três escolas, totalizando 127 alunos, estão participando das atividades. Já Canela, neste primeiro semestre, participam 10 turmas de sete escolas, somando 280 alunos no projeto.
Soldado Talita Raaber em Gramado e o soldado Jéferson Oliveiraem Canela, conversaram com a reportagem do Jornal Integração Hortênsias (JIH). Ambos falaram deste novo desafio em formato online, descreveram a ansiedade dos alunos pela retomada das aulas, mesmo à distância e destacaram momentos marcantes desde que iniciaram como instrutores do Proerd. Além de Talita, atuam também no projeto os soldados Rezende e Bordin. Junto com Jéferson, participa também a tenente Dalsin como instrutora.
Jornal Integração: O Proerd iniciou as atividades recentemente de forma on-line. Como foi este primeiro contato com os alunos, principalmente a receptividade com um aprendizado diferente ainda à distância e o quanto será desafiador não somente para eles, mas para os instrutores do projeto?
Raaber: Quanto à receptividade por parte dos alunos fui muito bem acolhida, os alunos animados e ansiosos com o Programa e com as atividades propostas. Na questão a distância ainda é tudo muito novo, mesmo que eles já estejam desde o começo do ano trabalhando nessas plataformas, e isto é desafiador, tanto para eles quanto para nós instrutores. Mas é importante esta retomada, mesmo que pela internet para que a BM possa levar esta mensagem para dentro das escolas e desta forma não perder o vínculo que já existe.

Jéferson: Foi um contato tranquilo, pois muitos já ouviram falar do Proerd e foram preparados pelas professoras das turmas. Então estavam ansiosos em me receber e terem aulas. Com certeza será mais desafiador, tanto para os instrutores quanto para os alunos, visto que eles já têm aulas hibridas desde o ano passado.
Diante deste novo método de ensino, o cronograma das aulas será o mesmo que de forma presencial e qual a frequência dos encontros?
Raaber:Conforme as aulas presenciais voltem, a vontade é que os encontros do Proerd também retornem às salas de aula, para cumprir os objetivos de forma mais eficaz, estreitando os laços com a comunidade escolar. Mas nesse momento que as aulas são online, o cronograma foi adaptado, reformulado para essa versão virtual. Os encontros continuam semanais, permanecem os 10 encontros.
Jéferson: Neste método continuam sendo 10 encontros, porém com um tempo menor, onde o currículo foi adaptado para isso.
Mesmo à distância, como fazer com que as crianças e adolescentes mantenham o vínculo com o Proerd?
Raaber:Essa forma que a corporação encontrou já é uma maneira. Também facilitando e deixando eles bem a vontade com todas as demandas relacionadas ao conteúdo e outras pessoas. Também da liberdade através da professora, que acompanha as aulas, de interpelar qualquer situação adversa.
Jéferson: As crianças, só em falar em Proerd, já enxergam a Brigada Militar (BM) com outros olhos. Por isso o vínculo, mesmo a distância é mantido, pois é repassado para eles que o instrutor está disponível para sanar dúvidas dos mesmos quando precisarem. Eles também recebem atividades para fazer em casa, portanto não ficam ligados somente pela aula remota.

Quanto tempo que você está na instrução do projeto e cita um fato que lhe marcou durante as orientações, em que conseguiu modificar a vida de um aluno, a partir do momento que este passou a frequentar as aulas?
Raaber: Estou há nove anos como instrutora do Proerd.São muitos fatos marcantes. Todo ano é uma experiência nova e diferente. Não é só durante os encontros, mas sim toda vez que uma criança me vê no policiamento e vem correndo me abraçar (antes pandemia) ou me abana, me chamando pelo nome, significa que de alguma maneira eu fui importante para ela. Também sendo exemplo de definição profissional que muitos dizem querer entrar na BM. Sempre muito gratificante receber os agradecimentos tão puro deles, acompanhar a melhora, a evolução deles no decorrer das aulas é o “gás” para continuar nessa missão proerdiana.
Jéferson: Estou há dois anos no Programa. Fatos inusitados têm bastante. Como denúncias, agradecimentos. Mas o que mais me chamou atenção foi em uma escola de total vulnerabilidade, onde em seu entorno no ano de 2019 ocorreram alguns casos de homicídios. Uma aluna me mandou um bilhete, onde agradecia, pois a BM havia feito a prisão do autor do crime que vitimou o irmão dela. Agradecimento este que não chegaria até a BM se não fosse da aproximação do Proerd com essa menina. A partir daquele dia, ela participou intensamente dos encontros. Foi muito gratificante.