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Município desaloja quatro famílias no Cinquentenário II

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Na manhã desta segunda (16), a Prefeitura de Caxias do Sul desalojou quatro famílias do Bairro Cinquentenário II, em reintegração de posse de área pública. A ação deu cumprimento a mandato judicial. “É mais uma medida autoritária desse governo. Imposta de cima para baixo, sem se importar com o sentimento e futuro dessas pessoas. Tentamos várias vezes dialogar com o Município, com a sugestão de que aquelas residências fossem regularizadas, mas nunca nos receberam”, criticou o presidente da União das Associações de Bairros (UAB) de Caxias, Valdir Walter. Conforme o líder comunitário, cerca de 20 pessoas residiam, há mais de 30 anos, na área localizada na Rua Walfrida Wersteg.

Após a demolição das casas, o Município fará a destinação do espaço para a ampliação de uma clínica de atendimento aos autistas sob comando da Fundação de Assistência Social (FAS) e para a implantação de uma área de lazer habitacional. “São questões que precisam ser muito bem avaliadas antes de se tomar uma decisão que impactará diretamente na vida das pessoas. Se não houver um trabalho de acompanhamento, pode desestruturá-las. Não se pode desvestir um santo para vestir outro. E, nesse caso, as famílias que perderam seus lares, precisam bem mais do que as necessidades que o Município visa atender”, contrapôs Walter.

Dentre as pessoas afetadas, o Município fez a realocação de uma senhora que faz uso de cadeira de rodas para se locomover. Atendida pela FAS, ela ganhou um apartamento para residir, ainda necessitando de alguns ajustes de reforma. Para os demais o futuro é incerto. Alguns devem ir para casas de familiares, conhecidos ou aluguel. “É uma situação bem complicada e triste. As pessoas ficam perdidas. Vamos ingressar ainda esta semana na Justiça, pedindo que o Município pague aluguel para essas famílias por, pelo menos, seis meses. Tempo para que elas possam dar uma alinhada, pois é um baque muito grande. É um gasto para o qual não estavam preparadas, devido a todas as dificuldades, como terem um orçamento baixo ou estarem desempregadas”, salientou.

Em entrevista à Rádio Caxias, a Procuradora-Geral do Município, Cássia Kuhn, afirmou que a reintegração deveria ter sido realizada no ano passado. Ela explica que, no entanto, a Prefeitura foi impedida de cumpri-la por força judicial, depois que os moradores entraram com ação, ato que foi derrubado neste ano. Cássia informou que a Prefeitura conseguiu, há cerca de 30 dias, autorização judicial para a reintegração na área, dando fim à ocupação irregular de mais de 20 anos. O Município ofereceu caminhões para remoção de pertences. Os que quiserem manter o material de construção das casas poderão usar o Centro Comunitário para guardar e usar, posteriormente, em outra moradia.

 

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