A mais recente pesquisa de monitoramento na crise, desenvolvida pelo Sebrae RS entre 3 e 16 de agosto, mostra o início da retomada econômica para boa parte das micro e pequenas empresas gaúchas. O levantamento revela que 87% das organizações pesquisadas estão funcionando e 13% seguem sem a possibilidade de abrir por conta, principalmente, da natureza da atividade ser presencial e pelos decretos municipais. “Os números positivos destacados nesta edição da pesquisa mostram que, aos poucos, a economia vem retomando seu ritmo”, ressalta o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy.
A remodelagem de negócio já é uma realidade para 16% das empresas, o que também ajuda nesse processo. “A economia é um organismo vivo e a pandemia exigiu dos empreendedores criatividade e ousadia para mudar e ou remodelar seus negócios. Os ajustes são necessários neste momento ainda instável”, acrescenta.
O faturamento das empresas também começa a dar sinais de reação positiva. Para 12% houve aumento, quatro pontos acima de julho; em 26% se manteve inalterado; e 62% ainda sentem a redução no faturamento ante 76% da pesquisa anterior. O resultado pode ser atribuído à flexibilização das medidas restritivas, que possibilitaram a volta da operação de um maior número de atividades.
O estudo mostra ainda que a principal necessidade dos pequenos negócios permanece sendo o capital de giro, para 59%, mas com redução de seis pontos em relação a julho. Entretanto, outros temas seguem como importantes na retomada das atividades. Dentre eles, análise sobre tendências e perspectivas do mercado (26%), alternativas para diversificar produtos e serviços (24%), consultoria para gestão financeira (18%) e análise sobre o comportamento do consumidor (17%).
Dos entrevistados, 48% buscaram crédito desde o início da crise e, destes, 50% não conseguiram o recurso. As restrições cadastrais das empresas e ou dos sócios e a falta de garantias ou avalistas foram os principais entraves para a não obtenção.
O alento aos empreendedores que precisam de recursos surge com as medidas, especialmente do governo federal, que facilitam o acesso ao crédito. Entre estas ações está o lançamento da segunda fase do PRONAMPE, com a liberação de R$ 12 bilhões adicionais para as micro e pequenas empresas a partir de portaria do Ministério da Economia, que prorrogou até novembro o prazo para que as instituições financeiras formalizem operações de crédito por meio deste programa. Por meio do Fundo Garantidor de Operações, o governo dá garantia aos agentes financeiros, em nome dos pequenos negócios, para obtenção de crédito junto às instituições credenciadas.
OUTRAS INFORMAÇÕES
Formato em que empresa está funcionando
- 38% com adaptações
- 35% sem alteração
- 18% com ferramentas digitais
- 9% delivery e take away
Motivo de não estar funcionando
- 35% atua somente presencial
- 22% por decreto governamental
- 16% remodelando o negócio
- 7% fechamento definitivo
Busca por crédito
- 39% em junho
- 42% em julho
- 48% em agosto