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Atividade econômica tem reação em maio

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Os indicadores do mês de maio revelam crescimento de 14,7% na atividade econômica de Caxias do Sul na comparação com abril, considerado o pior mês do ano em razão dos efeitos da pandemia do coronavírus. Na comparação com maio de 2019, no entanto, o resultado é negativo em 27%. No acumulado do ano, a atividade apura recuo de 11,9% e, em 12 meses, de 3,1%. “Aparentemente, passamos o momento mais crítico”, avaliou Astor Schmitt, diretor de Economia, Finanças e Estatística da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, durante apresentação dos resultados de maio, juntamente com a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL).

O dirigente entende que, superados os efeitos da pandemia, que têm repercutido em restrições para a atividade de vários setores, a retomada da economia deverá ser consistente. Para ele, existem pré-requisitos favoráveis para esta condição. Citou a inflação e os juros em baixa; o câmbio que favorece as exportações de commodities, como produtos do agronegócio, que deve ter nova safra recorde de grãos; as concessões de operações hoje públicas, como estradas e portos, à iniciativa privada; e a retomada de obras de infraestrutura que estavam paradas. Ainda destacou o auxílio emergencial do governo federal e as novas linhas de crédito para pequenas e médias empresas. “O quadro é favorável. A questão é saber quando a pandemia estará controlada”, assinalou.

Para o assessor de economia e estatística da CDL, Mosár Leandro Ness, o resultado de maio já era esperado, especialmente o índice positivo em relação a abril. “A análise precisa ser feita sob a ótica de uma reabertura gradual do comércio e de outras atividades, além de abranger uma das principais datas para o segmento, o Dia das Mães. Mesmo assim, as vendas para esta data ficaram muito abaixo das realizadas do ano passado e foram insuficientes para amenizar o impacto negativo da crise provocada pelo novo coronavírus”, analisou.

Avalia que as incertezas sobre a abertura do comércio geram instabilidade e prejudicam os negócios. Destaca que setores, como vestuário, foram favorecidos pelo Dia das Mães; outros, como veículos, pelos períodos de reabertura do comércio. “O comércio, quando autorizado a atender, mesmo com restrições, impacta toda a economia e ajuda no desempenho de outras atividades”, defende.

De acordo com o vice-presidente de Relacionamento da CDL Caxias do Sul, Vitor De Carvalho, demissões e fechamento de negócios na atividade estão diretamente ligadas às restrições impostas pelas medidas de isolamento controlado do Estado. O dirigente acrescenta que, mesmo com a pequena recuperação registrada em maio, pesquisas realizadas pela CDL Caxias mostram que a intenção de compras em datas comemorativas tem diminuído a cada novo levantamento. “Buscamos flexibilização destas medidas para que o comércio possa operar, mesmo de que forma parcial, seguindo todos os protocolos de segurança e higiene. Outras atividades estão retomando parcialmente as atividades, por isso queremos tratamento justo para evitar mais demissões e resultados ainda piores”, ressalta.

Perda salarial e de empregos

A diretora da CIC, Maria Carolina Gullo, alertou para duas situações preocupantes da atual crise. Uma delas é a perda de massa salarial na indústria. No acumulado do ano, o recuo é de 11,9% em relação ao mesmo período de 2019 e, em 12 meses, de 9,2%. Sobre maio do ano passado, a queda é de 19,9%. Mesmo com aumento do uso da capacidade instalada em três pontos, para 73,8, sobre abril, a massa salarial de maio foi 0,9% inferior ao mês anterior.

Outra situação é com relação à redução da oferta de empregos formais na cidade. Historicamente, mesmo em períodos de crise, como em 2015, quando a economia caiu perto de 19%, a redução da mão de obra empregada fora de 7,9%. No acumulado dos últimos 12 meses, a economia registra variação negativa de 3%, enquanto o mercado de trabalho já supera 10%.

De janeiro a maio foram fechadas mais de 6 mil vagas na cidade, reduzindo o estoque para pouco mais de 144,6 mil, inferior ao existente em 2007. A indústria, incluindo a construção civil, responde por 49% deste prejuízo, o que reduziu seu estoque para 65,5 mil empregos, abaixo do apurado em 2005. Mantida esta tendência, a cidade deve atingir o sétimo ano seguido de redução na oferta de trabalho formal. Tomando por base o melhor momento da cidade, em 2013, com quase 183,2 mil vagas oferecidas, já são perto de 39 mil empregos a menos.

Desempenho econômico de maio

AtividadesSobre abril 2020Sobre maio 2019Acumulado no anoAcumulado em 12 meses
Indústria28,5-19,9-10,5-5,6
Comércio20,8-30,4-17,1-3,9
Serviços-13,7-38-11,31,9
Geral14,7-27-11,9-3,1

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