Facilitar a vida das pessoas com deficiência visual inserindo o braile nas latinhas de refrigerantes, cervejas, energéticos e outras bebidas. Esta foi a ideia dos estudantes do 3º ano da Escola Melvin Jones, de Caxias do Sul, que apostaram num sistema de leitura com embalagens adaptadas para inclusão social e acessibilidade.
Por meio do alfabeto braile, a equipe faz pequenos furos nas latas com o nome da bebida para que a identificação seja possível. “No supermercado ou num restaurante, o deficiente visual tem muita dificuldade porque as embalagens são todas iguais. A inclusão social dessas pessoas não é só uma questão de empatia, mas uma forma de produzir um material viável que permita maior independência nos espaços públicos", afirma a estudante Mônica Silva.
A aluna Yngrid Lorena relata que a pesquisa foi inspirada na experiência japonesa, onde o braile está na tampa dos refrigerantes. “Tenho certeza que nos tornamos pessoas melhores após este trabalho. É muito difícil se colocar no lugar do outro e perceber as dificuldades. Esse processo é muito simples e já poderia estar no mercado”, destaca.
Karen Batista Ambrosi, professora que orientou o trabalho, explica que a iniciativa foi apresentada na feira de ciências da escola, de forma inusitada: os olhos das pessoas foram vendados para que elas tentassem descobrir que bebida estavam tomando. “Inovações que façam a diferença na vida das pessoas é o mais importante no processo educacional", afirma.
A diretora Leila Solange Stradiotto reforça que a meta da instituição é conseguir apoio financeiro e parcerias dispostas a colaborar com a produção das latas com a inscrição em braile. “Foi uma iniciativa criativa e humana. Nossas jovens são um orgulho para a escola, para Caxias do Sul e para a rede pública estadual”, conclui.