CANELA – O candidato Gilberto Tegner, o Tolão (PDT), expôs nessa semana quais são suas intenções para melhorar a vida dos agricultores canelenses e desenvolver o interior do município. Entre as principais propostas está a promessa de levar rede de fibra óptica para o interior para fornecer internet e comunicação de qualidade. Dar continuidade aos projetos de pavimentação, investir em sinalização e viabilizar acesso de qualificação técnica para os jovens também estão no leque de intenções do candidato. Confira a entrevista:
O que o candidato propõe para facilitar e incentivar a criação de agroindústrias?
Além de fortalecer os serviços de assistência técnica da própria Prefeitura e da parceria com a Emater, vamos aprimorar as formas de informação e diálogo com os produtores rurais nas áreas de empreendedorismo, gestão rural, vigilância sanitária e acesso a financiamentos, tanto através das linhas governamentais e das instituições bancárias, como por meio de parcerias com cooperativas, sindicatos e associações.
Se eleito, quais seus planos para melhorar a comunicação na zona rural, sobretudo com sinal de internet?
Esta questão pode ser resolvida de maneira técnica e integrada. Vamos investir na implantação de redes de fibra óptica. Mesmo não sendo a opção mais barata, os profissionais da área apontam como a de maior qualidade. Esta solução resolveria as duas questões, pois com a fibra os provedores poderão, além da internet, ofertar a telefonia IP, nos mesmos moldes que a própria prefeitura hoje utiliza. Vamos sentar com Emater, Sindicato Rural e proprietários para criar parcerias, onde a Prefeitura, os colonos e os provedores de internet dividirão os custos desta iniciativa. Vamos iniciar por onde as comunidades forem mais receptivas à parceria.
Que tipo de suporte seu governo dará ao produtor rural, seja na oferta de trabalho técnico, implementos agrícolas, mobilidade, cursos e outros aspectos?
Vamos aumentar a estrutura de maquinário e equipamentos para auxiliar nas melhorias necessárias. Outra proposta a ser estudada é a implantação da concessão de transporte urbano em algumas localidades com frequência e lotação suficientes para viabilizar economicamente a prestação do serviço.
Tens algum planejamento para implantar sinalização indicativa nas localidades do interior, especialmente nos entroncamentos das vias?
Esta demanda nos foi encaminhada por diversos colonos que pensam em empreender na propriedade e se preocupam com a falta de sinalização que facilite a chegada do futuro cliente. Esta é uma demanda relativamente simples e barata e pode ser enfrentada no primeiro ano de mandato.
Com exceção da Rota Panorâmica, prevê levar pavimentação para outras estradas? Quais?
Em meus pronunciamentos, venho dizendo que uma comunidade deve comprar brigas, ou seja, enfrentar desafios. O asfaltamento das estradas do meio rural é um desafio que TEM que ser encarado pela municipalidade. Neste momento vemos praticamente concluídas as obras de pavimentação do trecho Caracol-Ferradura e também até a cachaçaria Flor do Vale. Também vemos bem encaminhada a solução do trecho da Rota Panorâmica na parte de Canela. Pois bem, o que estiver em andamento terá continuidade sem qualquer discussão, mas temos que elaborar projetos dos outros trechos para que possamos buscar recursos. Hoje se o asfalto chegou à cachaçaria, por que já não iniciar a luta para levar até a escola Zeferino? E por que não projetar até a Linha São Paulo? Por que não integrar o São João ao Chapadão? Pois bem, muita gente dirá que é sonho, conversa fiada… Visitem as cidades próximas, por que eles conseguem? Porque se unem em torno de projetos e nós vamos unir a classe política e a comunidade em torno destes projetos e buscar emendas, verbas dos ministérios e se tivermos capacidade de endividamento, podemos buscar financiamento. Afinal, praticamente todas as obras de asfaltamento no meio urbano foram desta maneira.
Como será o desempenho dos trabalhos de manutenção das estradas secundárias?
Desde o ano 2000, os três prefeitos que passaram pavimentaram muitas vias na zona urbana, e hoje podemos definir uma equipe permanente, com pessoal e equipamento na zona rural, pois a demanda deste serviço no centro e bairros, em função das pavimentações executadas foram bastante reduzidas.
Como pretende ampliar o turismo rural? Seja com novos roteiros, seja com incentivos para adesão de outros produtores.
O primeiro passo é realizar um diagnóstico da oferta turística que temos no meio rural, tanto a existente como a potencial. Outro passo importante é integrar os empreendedores da zona urbana com o meio rural, para que se estabeleçam parcerias. Os hotéis de Canela não podem ofertar passeios no interior? Quem conhece a produção de suculentas dos Benetti? E o projeto de hidroponia do Cavallin? Se integrarmos as iniciativas, podemos, em conjunto com a Emater, o Sindicato Rural e outras entidades do meio, formatar e implantar roteiros em uma grande rede de parceiros.
O interior carece de rede elétrica trifásica. Como pretende resolver essa carência?
Assim como na questão da internet, a Prefeitura vai ter que atender esta demanda. Nós não queremos que as pessoas fiquem na sua propriedade, produzindo e prosperando? Pois bem, a função do poder público é criar estas condições e não vamos nos omitir. Hoje sabemos que algumas redes foram feitas, mas temos colonos que querem ampliar seus aviários, ou mesmo entrar para este mercado e necessitam da rede. E se quisermos ampliar a produção rural, não podemos adiar mais isto. Vamos buscar recursos fora, estabelecer parcerias, mas acima de tudo vamos alocar recursos para que na próxima campanha não mais exista esta demanda que nos é apresentada a cada eleição.
Pretende desenvolver algum projeto de qualificação e ensino técnico específico para os jovens do interior?
Queremos que o jovem permaneça e transforme a propriedade de sua família em um negócio produtivo e com perspectivas de futuro. Pois bem, para isto é necessário conhecimento. Hoje temos exemplos de jovens que buscaram sua formação e voltaram para o interior reformatando o perfil de negócio e já atingindo sucesso. E para isto vamos seguir firmes investindo nas escolas do interior e buscar parcerias com institutos que possam qualificar o jovem no ensino técnico, mesmo se tivermos que investir recursos públicos nesta iniciativa. É o conhecimento que poderá transformar nosso interior.
Existe uma legislação que obriga que 30% dos mantimentos servidos na merenda escolar sejam de produção local. Qual sua projeção, cumprir a lei ou ir além?
Lógico que gostaríamos de comprar o maior percentual possível dos colonos, mas temos que pesar vários aspectos, como por exemplo, quais produtos da merenda podem ser produzidos por eles, a capacidade de manter a regularidade das entregas, pois a merenda escolar não para, e logicamente o preço, pois o orçamento público tem seu limite. Pois bem, a manutenção do percentual nem se discute e se houver possibilidade de aumento, logicamente que seremos parceiros, como sempre fomos quando estivemos na Secretaria de Educação.
Quais os planos para expandir a Festa Colonial?
Vamos voltar a valorizar e promover a Festa Colonial com a importância e tamanho que ela tinha nos anos que o PDT estava no governo. A Festa Colonial não pode ser um anexo de outro evento. Assim como no passado, será projetada, organizada e realizada ouvindo e envolvendo todos os produtores, o Sindicato Rural, a Emater e a equipe da Prefeitura, com amplo espaço de preparo e comércio de produtos rurais, decoração, alimentação, atrações e divulgação.
Qual seu pensamento com relação à criação de uma Secretaria Municipal de Agricultura?
De uma maneira muito clara, não sairei prometendo a criação de novas secretarias onerando a estrutura neste momento. Já nos pediram a criação de uma Secretaria de Esportes, outra de Cultura e uma campanha política é cenário para propostas dignas e coerentes. Então não vou prometer isto, mas garanto que teremos uma Secretaria de Desenvolvimento forte com um departamento destinado a atender as demandas da nossa zona rural com resolutividade.