Gian Wagner
[email protected]
GRAMADO – A oposição não quer que o prefeito João Alfredo Bertolucci venda imóveis pertencentes ao Município. O projeto tramita na Câmara de Vereadores há alguns dias. A matéria pede autorização para venda de imóveis pertencentes à Prefeitura. A intenção do prefeito é arrecadar R$ 6,5 milhões com essas vendas. Deste valor, R$ 5 milhões seriam destinados para a recuperação do asfalto da ERS-373, que liga a Várzea Grande à Serra Grande. A outra parte, R$ 1,5 milhão, seria para a obra de uma creche.
Bertolucci precisa passar por dois grandes obstáculos para realizar a recuperação da maneira que planejou. A primeira, antes de pensar em recuperar a rodovia estadual, era a autorização do Daer. Essa autorização foi assinada nesta segunda-feira (2). Este passo foi crucial, pois, sem essa autorização do Estado, neste caso do Daer,seria impossível investir em melhorias na via.
Após este trâmite, a responsabilidade recai, agora, no Legislativo que tem o poder de decisão de autorizar, ou não, a viabilização financeira por meio da venda de imóveis, mas parte dos vereadores discorda desta medida. “Com certeza precisa de uma estrada decente na Serra Grande, só acreditamos que não seja preciso vender imóveis para isso”, disse o presidente da Câmara, Rafael Ronsoni (Progressistas). O líder de governo, vereador Professor Daniel (PT) defende a venda: “Acho que é preciso vender. Foram três anos cobrando do Daer. O prefeito Fedoca teve muita coragem de ir atrás disso, assinar o convênio. Essa é a obra de segurança mais importante de Gramado”, disse o vereador petista.
A EMENDA PROGRESSISTA–A Bancada Progressista, que ocupa mais da metade das cadeiras do Legislativo, protocolou nesta semana uma emenda à LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2020. A proposta dos Progressistas é retirar um pouco de verba de cada uma das secretarias da Prefeitura a fim de arrecadar os R$ 5 milhões para a realização da obra. “Nossa emenda é em cima do que tu [Professor Daniel] afirmou: que o Município tem dinheiro sobrando. Gramado pode fazer essa obra sem vender imóveis”, afirmou o vereador LuiaBarbacovi (Progressista).
MELHORIA IMEDIATA – O argumento em defesa à emenda, conforme a oposição, além de não precisar se desfazer de patrimônio, é a velocidade que a obra poderá ser feita. “Se for da vontade do prefeito, em 2 de janeiro dá pra começar essa obra”, disse o vereador Volnei da Saúde. “A venda vai demorar muito, abrir edital, leilão, e ainda tem o risco de não arrecadar tudo”, concluiu. A vereadora Rosi Schmitt também defendeu a emenda alegando agilidade na obra. “Os Progressistas vão sugerir uma emenda à LOA, pois sabemos da importância desta obra para a comunidade”, disse na sessão de segunda-feira. “É uma obra que pode ser feita logo”, concluiu.
APOIO DA COMUNIDADE – Nesta quarta-feira (4), a Prefeitura foi atrás de apoio popular nas localidades que devem ser beneficiadas com a obra. O secretário de Obras, Flavio Souza, apresentou o projeto de recuperação do asfalto da ERS-373. O evento foi realizado na Sociedade Independente, na Serra Grande. O prefeitodisse que o poder público não tem como reformar a rodovia sem aprovação do projeto.
Conforme Fedoca, não há recurso extra para isso. Porém, disse também que pode suplementar caso as vendas dos imóveis não atinjam o valor da obra. Ele também pediu a sensibilidade da Câmara de Vereadores, elogiando o Legislativo e o presidente vereador Rafael Ronsoni (Progressista), e disse que a única maneira de viabilizar a reforma é através da venda dos imóveis.