Depois de ter sido adiada por uma sessão ordinária, na quinta-feira (18), a votação do parecer da subcomissão de Ética Parlamentar, que indica o arquivamento da representação contra o vereador licenciado Chico Guerra/Republicanos, ocorrerá nesta terça (23). O relator é o vereador Edi Carlos Pereira de Souza/PSB. O adiamento foi pedido pelo vereador Paulo Périco/MDB, um dos integrantes do subgrupo de trabalho.
Chico Guerra foi denunciado pelo vereador Rafael Bueno/PDT, em maio do ano passado, por quebra decoro parlamentar. A representação se deve ao vazamento de um áudio entre ele e o ex-coordenador de Relações Comunitárias, Rafael Bado, sobre o presidente da Amob Cânyon, Marciano Correa da Silva. Chico diz a Bado que o prefeito Daniel Guerra havia mandado retaliar a comunidade. Isso porque o líder fazia oposição cerrada ao atual governo. O vereador, que na época era líder de governo na Câmara, ainda disse que Marciano tinha que levar um corretivo. Além disso, que ela era o número 1 da lista negra do Executivo.
Conforme o Regimento Interno, por se tratar de um ofício, o resultado da votação se dá por meio de maioria simples. O levantamento preliminar revelou, até o fechamento desta edição, que 14 vereadores votariam contra o parecer de Edi Carlos.
POSICIONAMENTOS DEFINIDOS
Dos nove partidos considerados de oposição ao atual governo municipal, três se manifestaram, antecipadamente, contra o arquivamento da representação de Rafael Bueno. Entre eles, o PTB. O líder, vereador Adiló Didomenico confirmou a opção. “Votarei contrário ao arquivamento, uma vez que o corretivo continua ocorrendo. Quanto a alguma punição ou advertência, isso é uma prerrogativa da Comissão de Ética”, opinou. Alceu Thomé também deverá seguir o voto do líder.
O vereador Kiko Girardi/PSD afirmou que manterá o posicionamento já revelado na semana passada, também contra o parecer. “É o povo que eu defendo aqui, não o meu mandato. Eu vejo muitos dos senhores falarem de imunidade parlamentar, que são contra. Agora, quando é em nosso favor, aí eu sou a favor dela. Pouca de uma vergonha”, avaliou Kiko.
Outro partido que se definiu contra o arquivamento é o Solidariedade. Segundo a vereadora Tatiane Frizzo, para não dar margem a novas ocorrências semelhantes. “Acredito que devemos debater o tema na Casa para que não volte a ocorrer este tipo de situação no futuro”, salientou.
Já a bancada do PP decidiu votar pelo arquivamento da denúncia. A decisão foi anunciada pelo vereador Arlindo Bandeira, na sessão de quinta-feira. “Eu estou aqui desde 2009, quantas coisas que aconteceram com prefeitos, com vereadores. Sempre foi, podermos dizer assim, amenizada a situação. Ninguém quis o couro de ninguém”, argumentou. Também votarão pelo arquivamento da denúncia os vereadores Renato Nunes/PR, líder de governo, e Elisandro Fiuza/Republicanos.
ESQUERDA VOTA CONTRA
Os dois tradicionais partidos de esquerda (PT e PCdoB), no Legislativo, também votarão contra o arquivamento. O líder da bancada petista e atual presidente da Comissão de Ética, vereador Rodrigo Beltrão, já havia se manifestado, na sessão da quinta-feira em rejeitar o parecer. “Estamos falando de uma infração ética. Isso faz com que percamos a coerência, porque eventualmente, se fosse com o governo anterior, metralhadora giratória, bazuca, canhão. Aí quando é o irmão do prefeito não, é a teoria da árvore do fruto envenenado”, avaliou.
Assim como Beltrão, a colega de bancada, Denise Pessôa, confirmou o voto contra o parecer. Já no PCdoB, o vereador Renato Oliveira, também se manifestou pela rejeição da proposta de Edi Carlos.
Maiores partidos definirão na hora
Pelo menos em quatro bancadas ainda havia indefinição, nesta segunda-feira (22). Entre elas, as duas maiores da Câmara de Vereadores. No MDB, a líder Gladis Frizzo, informou que não havia se reunido com os outros três vereadores. Porém, declarou: “Voto contra o arquivamento. Entendo como ameaça e abuso de autoridade”. O voto dela será acompanhado pelos vereadores Felipe Gremelmaier e Paulo Périco. Edson da Rosa deverá se manifestar apenas na hora da votação.
No PDT, a situação é semelhante. O líder da bancada, Rafael Bueno, declarou-se pela rejeição do parecer, assim como Ricardo Daneluz e Velocino Uez. O outro integrante, Gustavo Toigo, informou, na tarde de ontem, que ainda analisava as peças da denúncia. Também ficou para o momento da votação, a definição da vereadora Paula Ioris/PSDB, de acordo com informações da assessoria dela.
PSB deverá votar dividido
Nem todas as bancadas de oposição deverão votar coesas com relação ao caso. A PSB é uma delas. Na última sessão, o líder, vereador Eloi Frizzo, ponderou sobre a questão da inviolabilidade do direito de manifestação do parlamentar. “Se vale para nós, vale para ele. Se vereadores se agredissem e se ofendessem com palavrões, aí sim, seria caracterizado como quebra de decoro”, alegou. Até o fim da tarde de ontem, a bancada não havia se reunido para decidir a postura sobre o parecer.
Mesmo que Frizzo vote com Edi Carlos, o vereador Alberto Meneguzzi disse que votará contra o arquivamento. “Seja qual for o resultado, a nossa bancada defende que o assunto tem que terminar nesta terça-feira. Se não for arquivado, que se vote qual a punição”, afirmou.
COMO DEVERÃO VOTAR OS VEREADORES
Adiló Didomenico/PTB – Contra
Alceu Thomé/PTB – Contra
Alberto Meneguzzi/PSB – Contra
Arlindo Bandeira/PP – Favor
Denise Pessôa/PT – Contra
Edi Carlos Pereira de Souza/PSB – Favor
Edson da Rosa/MDB – Indefinido
Elisandro Fiuza/Republicanos – Favor
Eloi Frizzo/PSB – Favor
Felipe Gremelmaier/MDB – Contra
Gladis Frizzo/MDB – Contra
Gustavo Toigo/PDT – Indefinido
Kiko Girardi/PSD – Contra
Paula Ioris/PSDB – Indefinida
Paulo Périco/MDB – Contra
Rafael Bueno/PDT – Contra
Renato Nunes/PR – Favor
Renato Oliveira/PCdoB – Contra
Ricardo Daneluz/PDT – Contra
Rodrigo Beltrão/PT – Contra
Tatiane Frizzo/SD – Contra
Velocino Uez/PDT – Contra