Projeção é que sejam colhidas 14,4 mil toneladas da fruta (Foto Divulgação)
Atualmente em fase de colheita, a safra de caqui na região da Serra Gaúcha, neste ano, deverá atingir 14,4 mil toneladas, 20% abaixo da projeção inicial de 18 mil toneladas. A estimativa é da Emater/RS-Ascar. A região tem 1 mil hectares da fruta cultivados, sendo Caxias do Sul o município que mais se destaca. O extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Enio Todeschini, explica que há 10 anos a área cultivada era de 1.500 ha, tendo sofrido redução devido ao surgimento da pinta preta ou antracnose.
Neste ano, os principais problemas têm sido a estiagem e a insolação. “No momento está sendo feita a colheita de todas as variedades, de uma forma um pouco antecipada, em função do calor registrado durante as tardes, principalmente em março e pela deficiência hídrica”, explica. Todeschini lembra que o cultivo do caquizeiro normalmente não possui sistema de irrigação instalado por ser uma planta de sistema radicular bastante profundo.
Ainda segundo ele, a qualidade da fruta que está sendo colhida é boa, embora o calibre fique abaixo do esperado e do potencial da Serra. “O mercado está fluindo razoavelmente bem, com um preço também remunerador. Alertamos para que os fruticultores atentem para a colheita dessas frutas no devido ponto de maturação, pois na ânsia de querer retirar de um risco grande no campo, que é a estiagem e a insolação, pode-se incorrer em outro de saturar o mercado e fazer com que as cotações caiam”, ressalta.
Com uma área de 2,5 hectares de caqui das variedades Fuyu e Kyoto cultivados no distrito de Fazenda Souza, em Caxias do Sul, o agricultor Celso Didone espera colher de 20 a 25 toneladas por hectare. “Houve uma queda considerável devido a fatores climáticos. Porém, por ter sido um ano de pouca chuva, os produtores em geral não estão tendo problemas com fungos relacionados a antracnose, que faz surgir manchas escuras nos frutos”, salienta.
Didone diz que a comercialização da fruta produzida da propriedade, feita principalmente para os estados de Santa Catarina e Paraná, também está sentindo os efeitos da pandemia de coronavírus. “O mercado está um pouco retraído, mas vamos ter fé que logo volte ao normal e possamos cobrir os custos de produção”, assinala.