Gian Wagner
[email protected]
GRAMADO – As acusações feitas pelo vereador Dr. Ubiratã (Progressistas) na semana passada, colocando dúvida sobre a qualidade dos medicamentos disponibilizados à população, tiveram uma resposta da Secretaria de Saúde. A pastaesclareceu que segue os padrões determinados pelo Ministério da Saúde, através da Relação Nacional de Medicamentos (Rename), para a compra de medicamentos. Conforme ofício encaminhado ao Jornal Integração pelo coordenador da Assistência Farmacêutica, Alexandre Roberto Kerber, a Relação Municipal de Medicamentos (Remune) é uma lista de medicamentos própria do município elaborada com base no Rename.
A Rename de Gramado começou em 2006 e conforme a nota vem sendo melhorada ao longo dos anos, “com a participação de colocação de profissionais médicos, dentistas e farmacêuticos prestadores de serviço da Secretaria de Saúde”. Esses profissionais elaboram a lista de medicamentos que serão adquiridos pela Prefeitura para disponibilizar à comunidade. Os medicamentos também têm uma legislação nacional específica na orientação para aquisições públicas, elaborada pelo Tribunal de Contas da União no ano passado, conforme o ofício da Prefeitura. “Somente empresas e produtos autorizados e regulados pela Anvisa podem participar de processos licitatórios”, esclarece a Prefeitura.
“Seguimos todas as orientações e procedimentos possíveis e recomendados para aquisição de medicamentos de qualidade para atendimento à população e possuímos medicamentos das mesmas marcas ofertadas nas drogarias”, disse Alexandre em nota.
SEM RELATO DE FALHA – Alexandre também informa que “a Secretaria da Saúde realiza, em média, 6.500 atendimentos por mês e disponibilizamos 200 itens. Não temos nenhum relato de falha do tratamento por má qualidade de qualquer produto”, garante. “Cabe, eticamente, aos profissionais da saúde, pública ou privada, se encontrarem qualquer problema relacionado à qualidade de medicamentos, informar ao setor de Vigilância Sanitária municipal, para que possamos tomar as medidas cabíveis e solucionar os problemas encontrados”, conclui o farmacêutico Kerber.
NA CÂMARA – O assunto ganhou espaço nos debates do Legislativo quando o vereador progressista, Dr. Ubiratã, alegou ineficiência e ineficácia dos remédios oferecidos pela Secretaria de Saúde. Após ter falado isso na tribuna, o vereador Professor Daniel (PT) teria dito em uma rádio local que o colega vereador do Progressista seria irresponsável por preocupar a comunidade dizendo que os remédios seriam “de farinha”.
Na segunda-feira, Ubiratã se defendeu dizendo que não era irresponsável e que estava apenas criticando uma situação que, segundo ele, também é reclamada entre os colegas médicos que trabalham para o Município. Daniel se desculpou pelo adjetivo dado ao colega, mas seguiu defendendo que a Prefeitura trabalha com remédios de qualidade.
ARCAICOS – “Os medicamentos que a Saúde oferece são os mesmos medicamentos de 20, 30 anos atrás”, disse o vereador Dr. Ubiratã na tribuna. “A indústria farmacêutica melhorou muito. Precisamos ter à disposição outros remédios para os médicos poderem receitar novos medicamentos”, disse. Na mesma sessão, o vereador Everton Michaelsen (MDB) elogiou o secretário da Saúde, João Teixeira, e pediu para o vereador Ubiratã provar que os remédios são arcaicos.