GUSTAVO BAUER
CANELA – Em assembleia geral extraordinária realizada na noite de segunda-feira (6), associados do CTG Querência aprovaram a proposta recebida para a venda do imóvel da sede social da entidade. Foram 40 votos favoráveis e apenas cinco contrários. A empresa Topema Corporações venceu a concorrência e deve construir um edifício no local. Na troca do terreno – localizado no Centro e avaliado em R$ 1,6 milhão – serão envolvidas duas salas comerciais, um apartamento e R$ 200 mil na assinatura do contrato. Os ganhos da entidade com a negociação devem ultrapassar R$ 3 milhões.
A sede social do CTG Querência nasceu junto com a fundação da entidade 65 anos atrás, se tornando uma das principais e mais antigas entidades do município. Foram mais de seis décadas de histórias vivenciadas no tradicional espaço tradicionalista, que neste ano deixará suas acomodações e migrará para o Parque de Rodeios do Saiqui. A entidade está negociando para utilizar o espaço até o final do ano, como uma forma de despedida.
A decisão de vender o imóvel foi tomada pelos associados após o Ministério Público informar que a entidade teria até o dia 24 de maio para promover eventos no local, especialmente devido ao barulho reclamado por moradores vizinhos. Depois disso os bailes não poderiam mais ser realizados à noite e seriam autorizados ocorrer em apenas dois finais de semana por mês. A medida restringiria o uso do local e motivou a disponibilidade do imóvel para venda.
De acordo com o patrão do CTG Querência, Gilnei do Nascimento, conduzir a entidade em um momento como este tem sido um grande desafio. Mas apesar de lidar com o sentimento dos tradicionalistas que tiveram suas vidas atreladas ao local, a negociação deve aliviar as dívidas que se arrastavam há alguns anos – fruto de antigas gestões no comando da instituição.
“Damos os parabéns aos compradores, mas com o coração partido. Entrei na entidade em 2016 e desde então estamos sempre pagando contas. Apenas neste ano vamos pagar R$ 200 mil em dívidas deixadas por dois ex-patrões que não souberam tocar a entidade com respeito. Algumas pessoas se aproveitaram da entidade. Por outro lado, tivemos patrões que tiravam dinheiro do bolso e vendiam seus próprios bens para ajudar a entidade. No pior momento fomos abandonados, mas agora estamos nos reerguendo e para onde o Querência for nós vamos juntos”, destaca o patrão.
Segundo Nascimento, todo o processo de venda da sede social seguiu os trâmites necessários, sendo considerado exitoso especialmente pelo trabalho conjunto realizado na entidade. Entre as pessoas envolvidas, ele agradece a Marcelo Veeck (presidente da mesa), a Osvaldo Vasques (presidente do conselho de vaqueanos), Jair da Veiga (jurídico da entidade), a todos os componentes da comissão de vendas e, principalmente, aos associados que tomaram a decisão.
Na próxima etapa de sua existência, o CTG Querência está estudando um projeto de melhoramento do Parque de Rodeios do Saiqui, que além de sede campeira também se tornará a sede social da entidade. A intenção é qualificar os banheiros, a iluminação e o salão, por exemplo, visando resgatar a parceria com o Poder Público para continuar o processo de recuperação da entidade.