MARTINA BELOTTO
GRAMADO – Um dos eventos mais esperados pela comunidade gramadense está prestes a começar. A 29ª edição da Festa da Colônia tomará conta da cidade entre 1° e 19 de maio, celebrando as tradições do interior. Uma farta gastronomia e produtos coloniais, que variam desde o tradicional bolinho de batata até as delícias das agroindústrias, poderão ser saboreados durante os 19 dias de evento. A Festa ocorre no Expogramado e promete alegrar os visitantes com atrações de bandinhas e grupos folclóricos. A expectativa é de que 300 mil pessoas passem pelo evento.
Para receber o público visitante, os preparativos das famílias se estendem durante o ano inteiro. Para muitos, o evento é o grande momento de visibilidade para o trabalho realizado no interior. A Corte da Festa, formada pela rainha Aline Wiltgen e pelas princesas Mariana Marcon e Giovana Marcon, destaca a valorização de todo o esforço entregue ao agronegócio. “Essa festa é a nossa tradição. Durante esses dias há uma união das famílias para ter esse incentivo de poder divulgar seus produtos”, afirma Aline.
Fora a divulgação dos produtos coloniais, a festa proporciona um resgate às origens da cidade. “Além de ser um espaço de lucro e comércio, é um momento de confraternização e união entre os agricultores. A gente vive no interior, mas com a modernização também esquecemos de algumas tradições do passado. E a festa nos faz lembrar das origens, das danças, das músicas, de como iniciou a agricultura em Gramado”, aponta Giovana.
Esse trabalho de resgate às tradições envolve muita dedicação das soberanas, que passam os meses anteriores ao evento em um intenso processo de divulgação. Ao mesmo tempo em que exige empenho, os preparativos para a festa orgulham as integrantes da corte. “Nós que somos agricultores, temos um amor muito grande por essa festa. É uma grande honra poder fazer parte. Estamos representando não só a nossa cidade, mas o nosso interior”, frisa Alien. “É uma forma de gratidão por tudo que a festa já nos proporcionou. É muito gratificante poder divulgar, porque além de sermos corte, nós também somos agricultoras. Com isso, nós beneficiamos nosso interior e nossa cidade”, acrescenta Mariana.
Amor e orgulho pelas origens do interior
Para fazer parte da corte das soberanas o grande requisito é sentir orgulho das raízes coloniais. Esse sentimento de amor pelas origens do interior existe de sobra em Aline, Mariana e Giovana. Mariana, por exemplo, fez questão de dedicar os estudos em prol da valorização do agronegócio. A jovem de 22 anos fez curso técnico em Agropecuária e, agora, está finalizando uma graduação em Agronomia. “Escolhi pensando em otimizar, investir dentro da propriedade e continuar no interior”, ressalta.
Ela, que reside na linha Araripe, cresceu acompanhando o trabalho da família com a plantação de milho, abóbora, figo e tantos outros frutos. Atualmente também trabalham nos fornos da Praça das Etnias. Aos sete anos de idade se aproximou ainda mais da cultura do interior quando sua família começou a participar do Desfile de Carretas da Festa da Colônia, tradição seguida até hoje. Há nove anos, ela também entrou para o grupo de danças folclóricas, que fortaleceu ainda mais os laços de suas origens.
Assim como Mariana, Aline também sempre esteve envolvida com a cultura do interior. Filha de agricultores e moradora do Campestre do Tigre, desde pequena auxilia a família no cultivo de frutas e vegetais. A jovem de 29 anos trabalha atualmente nos fornos com a produção de delícias coloniais, além de integrar o mesmo grupo de danças folclóricas do qual Mariana participa. “Essa ligação sempre existiu e se tornou mais forte nos últimos anos, principalmente com a Festa. A gente participa do evento há muito tempo e, agora, estamos vendo ele de outra forma como soberanas”, comenta.
Giovana Marcon, de 21 anos, é outro exemplo de jovens que apostam em permanecer no interior. Hoje ela dá continuidade ao negócio erguido pelos pais há mais de uma década, auxiliando na agroindústria de polpas e frutas secas, além da plantação de mirtilo e figo, na linha Bonita. Ela, que sempre estudou em escola rural, conta que até mesmo os professores faziam questão de que os alunos se aproximassem das raízes visitando a Festa da Colônia. “O incentivo para participar do evento sempre foi muito grande. Há seis anos trabalho direto na festa e me orgulho muito disso”, conta.
Conheça as atrações da Festa da Colônia
Entre as inúmeras atrações do evento destaque para os Fornos de Barro, com o preparo diário de cucas e pães, reunindo oito famílias do interior. Outra delícia da festa é o Caffè Della Nonna, que serve o autêntico café da colônia, devidamente atendido pela Família Foss da linha Bonita. Já as Cozinhas da Oma e da Nonna oferecem a gastronomia típica alemã e italiana. Neste ano, as cozinhas ficam por conta das famílias das linhas Bonita, Nova, São Roque e Ávila. Já a Feira de Produtos Coloniais é outra atração à parte com diversas agroindústrias que comercializam seus produtos.
Na parte dos Jogos Rurais, mais uma vez a tradicional competição terá grandes disputas com jogos de bocha masculina e feminina, canastra, 3 Setes e o torneio de cartas ‘66’. Vale lembrar também a expectativa pelo tradicional Desfile Cultural de Carretas, que ocorre na avenida Borges de Medeiros, por onde diversos carros são puxados por bois conduzidos pelos colonos. A organização espera a participação de 30 a 40 carretas. Os desfiles acontecem nos sábados, dias 11 e 18 de maio.
Outra atração esperada da Festa será a Escolha das Soberanas para 2020/2021. O momento está programado para o dia 18 de maio, após o Desfile de Carretas, no Espaço Pró Cultura LIC-RS, no Expogramado. O tema da próxima Corte será uma homenagem à Festa das Hortênsias, com vestidos e coroas que remetem às cores das flores. “A Festa das Hortênsias é a mãe de todas as festas”, destaca Celso Fioreze, voluntário da Comissão de Divulgação. Ele também aproveita para ressaltar o orgulho de participar da organização. “Acredito que o futuro do turismo passe pela valorização do interior. E essa festa resgata exatamente isso. É uma festa muito querida pela comunidade, e eu fico muito feliz em colaborar com ela”, completa.
Interessadas podem conferir o regulamento e se inscrever pelo link http://gramadotur.net.br/noticias/aberta-as-inscricoes-para-a-escolha-da-corte-da-festa-da-colonia-edicao-202021/?fbclid=IwAR36rZ1zj0SYOUk_WvQEAH6Eh9VkO_tcldfSpjSECcrimYknxWKaYICtwqk.
O horário de funcionamento da Festa é das 10h às 22h nas terças, quartas, quintas e domingo, e das 10h às 23h nas sextas e sábados. Nas segundas o evento não ocorre. O acesso à Festa e ao estacionamento do Expogramado é gratuito.
Confira a programação dos primeiros dias de evento
Amanhã, dia 1° de maio
9h – Jogos – Canastra, 3 Setes, Bochas e 66 – Complexo Festa da Colônia
11h – Cerimônia de Abertura – Grupo Origens – Espaço Pró-Cultura LIC
12h – Musical Horizonte – Espaço Pró-Cultura LIC
14h às 16h – Visitação Guiada, Vivendo a Cozinha da Nonna e Oficina – Escolinha Rural
14h às 17h30 – La Montanara – Espaço Pró-Cultura LIC
18h – Festa do Trabalhador com Gabriel Farias – Espaço Pró-Cultura LIC
19h – Festa do Trabalhador com Sandro Coelho – Complexo Festa da Colônia
20h – Festa do Trabalhador com Musical JM – Espaço Pró-Cultura LIC
21h – Festa do Trabalhador com Gabriel Valim – Espaço Pró-Cultura LIC
22h – Festa do trabalhador com Banda Alma Nova – Espaço Pró-Cultura LIC
Quinta-feira, dia 2 de maio
13h30 – Banda Canecão do Vale – Espaço Pró-Cultura LIC
14h às 16h – Visitação Guiada, Vivendo a Cozinha da Nonna e Oficina – Escolinha Rural
15h30 – Grupo de Danças Alemãs CAIC – Espaço Pró-Cultura LIC
16h30 – Banda Canecão do Vale – Espaço Pró-Cultura LIC
20h30 – Ernesto Nunes – Espaço Pró-Cultura LIC