ENTREVISTA PUBLICADA NO JI EM 26.04.2019
Quem é ela?
Analice Stein Alves
Líder do Ministério de Mulheres da Igreja Evangélica
Assembleia de Deus de Gramado
Como se define?
Uma pessoa sonhadora, criativa, guerreira, batalhadora. Mesmo que encontre dificuldades não desiste fácil, é persistente e vai à luta! Porém, revela ser dependente de Deus, procurando saber sempre se está agindo de acordo com o que Ele tem planejado para ela.
RELATO PESSOAL:
Analice é natural de Três Coroas-RS. Nasceu em 03 de abril de 1984.É filha de Walmi e Dário Stein e tem quatro irmãos: Izabel, André, Débora e Priscila.
Sua trajetória escolar iniciou na Escola Municipal Henrique Bertoluci Sobrinho, do bairro Casagrande, Gramado. Depois seguiu seus estudos no Colégio Santos Dumont. Ao concluir o ensino médio decidiu cursar Teologia. Formou-se pela Faculdade Teológica Sul Americana, de Londrina Paraná.
Analice mora em Gramado, é casada com José Alves e eles têm 3 filhos:Quemuel, Filipe e Valentina.
Qual o seu sonho de menina e o que marcou sua infância?
Meu sonho de menina era ser veterinária. E também achava que quando crescesse eu seria uma inventora, porque gostava muito de inventar, criar jogos, fabricar brinquedos… Tive uma infância maravilhosa, brincava bastante com as outras crianças na rua, ao ar livre. Sou a mais nova da família, e minha irmã mais próxima na idade é a Priscila, eu e ela brincamos muito e aprontamos bastante também (risos).
Mas algo que marcou mais a minha infância foi o nascimento do meu primeiro sobrinho, o Mateus. Eu tinha oito anos quando ele nasceu, foi a maior alegria pra mim, dali em diante, eu queria só ficar com ele, cuidando, dando colinho, como se ele fosse minha boneca!
RELATO GERAL:
Vocação:
Quando e como você descobriu que tinha vocação pra liderar?
Sempre vi meus pais atuando como líderes, quando nasci eles já eram pastores. Digo que nasci “dentro da igreja”! Sendo que também morávamos ao lado do templo lá em Três Coroas. Assim, desde pequena eu já fui me envolvendo, participava das apresentações na igreja em datas alusivas como o Natal e outras. Decorava textos e atuava em peças teatrais, logo comecei a auxiliar no trabalho com as crianças no culto infantil e mais tarde com os jovens. Porém até então eu estava num processo de desenvolvimento, participava das atividades da igreja e também queria trabalhar, queria fazer as minhas coisas, seguir meu caminho. Mas o momento em que eu descobri que realmente era isso que eu queria, e despertou em mim um forte interesse pela liderança, foi quando conheci meu marido. Eu já me envolvia bastante auxiliando nos trabalhos, mas queria mais, queria fazer a diferença! Ele já era pastor na época, e numa ocasião em que veio a Gramado, eu estava ansiosa por planejar algo diferente com os jovens, um evento, um seminário, a fim de ajudar a capacitá-los. E então comentei com o pastor José que acatou a minha ideia e em seguida deu encaminhamento à realização de um seminário de jovens na cidade dele, em Cachoeirinha, e nos convidou a participar. Foi durante este evento que nos aproximamos mais, e assim iniciamos o namoro e no outro ano casamos. Em seguida, fui morar em Cachoeirinha onde logo fui convocada a assumir a missão.
O início de tudo:
Como foi o início de sua atuação no Ministério?
Ao ir morar em Cachoeirinha, logo a pastora da igreja de lá me colocou para trabalhar com mulheres, na função de supervisora de um setor do Círculo de Oração. Sendo que a igreja de lá é muito forte, por isso, todo o trabalho é dividido em setores. Assim iniciei supervisionando um grupo de mulheres que se reuniam num culto uma tarde por semana. Ali, eu tinha uma auxiliar que me ajudava. Minhas tarefas, entre outras, eram visitar as mulheres, reuni-las, orar com elas, ministrar a palavra e prestar relatórios depois. Confesso que me surpreendi com a convocação, pensando:“Eu? Que recém cheguei aqui!”
Mas já de início me senti muito bem acolhida, pois eu era novinha na época e todas as demais mulheres eram mais velhas que eu, mas me tratavam com muito carinho e respeito, me “adotaram”! Até me chamavam de filha! Este foi um período bem intenso na minha vida.
Os desafios:
Quais foram os maiores desafios encontrados ao assumir como líder?
Na cidade de Cachoeirinha onde foi minha primeira atuação, devido ao fato de eu ser bastante jovem, me senti muito desafiada, pois ali havia pessoas mais experientes que eu, que já estavam há vários anos desempenhando o trabalho. Mas por outro lado me senti muito bem, pois elas me incentivavam e a todo o momento se prontificavam a me ajudar, foi bem legal esta parte, uma ótima experiência como iniciante.
A outra ocasião em que eu vi diante de mim um grande desafio, foi quando retornei a Gramado e eu e meu marido assumimos a igreja daqui. Nós, que estávamos acostumados com a realidade de Cachoeirinha, que é bastante ampla, tem mais pessoas para ajudar, maior arrecadação, próxima de Porto Alegre, tinha tudo! Ao chegarmos aqui já sentimos a diferença, era tudo muito limitado. E por mais que eu tenha crescido aqui, pra mim, este foi um dos maiores desafios, uma vez que tivemos que reformular as coisas.
E por fim, liderar um Ministério muito importante, que é trabalhar com mulheres. As mulheres são a maioria e são muito ativas. Elas querem e gostam de participar, se unem e vão em frente pra fazer aquilo que for designado a elas. Então, se torna um desafio constante saber conduzir estas mulheres, mas, no entanto, é gratificante, pois sou muito feliz pela confiança e o carinho que elas têm comigo e por poder contar com o auxílio delas sempre. Graças a Deus eu tenho uma equipe maravilhosa!
A responsabilidade:
Como se sentiu ao assumir tamanha responsabilidade?
Quando assumi em Cachoeirinha, apesar de ser a primeira vez, foi mais tranquilo porque eu liderava somente um setor. Mas quando vim pra Gramado que eu assumi o Ministério das Mulheres como líder, aí senti que realmente estava encarando uma grande responsabilidade, porque a partir dali, era eu quem estava à frente de tudo, e quem tinha que tomar as decisões perante o Ministério, que antes vinha sendo conduzido pela dona Walmi, minha mãe.
Foi quando comecei a liderar um trabalho com pessoas que me viram crescer, e que muitas delas me chamavam carinhosamente de Nâna, porém fui muito bem recebida por elas e claro, teve momentos em que senti sim o peso da responsabilidade, chegando a me questionar: “Por que estão perguntando isso pra mim?” Sem ter ideia do que ia falar, teve vezes que recorri à minha mãe que prontamente me orientou a tomar as melhores decisões.
Hoje estou há sete anos na liderança do Ministério das Mulheres em Gramado, coordeno os trabalhos na sede do centro, na sub-sede que fica na Várzea Grande e nas congregações dos demais bairros como no Autos da Viação Férrea, Três Pinheiros, Mazzurana e bairro Dutra. Porém em cada congregação tem uma líder, e eu acompanho e supervisiono o trabalho delas.
Quais foram as suas maiores conquistas até hoje?
Minha grande conquista a nível pessoal é sentirque hoje estou fazendo o que eu nasci pra fazer! Se eu tivesse desde cedo focado no Ministério seria extraordinário, mas como passei a me dedicar inteiramente só após o meu casamento, ainda estou caminhando, mas estou realizada no que faço.
E a nível coletivo, no caso o Ministério, eu consegui formar uma equipe maravilhosa, mulheres que trabalham muito pela obra, com amor e dedicação, tudo voluntariamente, isso não tem preço! Outra conquista foi estruturar o Ministério em áreas para um melhor planejamento de nossos eventos como retiros, chás evangelísticos, e inclusive, ano passado realizamos uma Conferência de Mulheres em Gramado, que foi uma bênção, quando a Vereadora Manu nos ajudou a organizar. Também temos diversos cursos que realizamos na igreja, como Mulher Única e Mulher que Prospera. E entre nós temos o Discipulado Mútuo onde a gente se reúne para orar umas pelas outras e nos fortalecermos. Desenvolvemos também o projeto Desperta Débora, que se trata de um grupo de mulheres que se reúne para orar pelos filhos, não somente pelos nossos, mas sim por todos aqueles filhos que não têm quem ore por eles. E a cada seis meses fazemos o nosso “cultão” como chamamos, quando as Déboras de todas as igrejas que participam se reúnem para este culto especial, onde oramos, cantamos e ouvimos testemunhos edificantes. Neste encontro também contamos com a participação da pastora Mônica Hainec de Nova Petrópolis.
E em datas alusivas como Dia da Mães, desenvolvemos ações no centro da cidade com um grupo formado por pastoras e esposas de pastores das demais igrejas. Nestes dias, vamos até a rua coberta e realizamos um trabalho com as mulheres que encontramos lá. Participam desta ação comigo a KêniaFlorencio, Adna Mendes,Glaci Cáceres,Juliana Aurich,HeleniVoltz,Lisandra Koepsel,Franciele Asso,GeisaSchulze ealgumas mulheres de Nova Petrópolis e São Francisco de Paula.
Conseguir desenvolver estes trabalhos em grupo pra mim é uma grande conquista, pois me sinto muito gratificada pela colaboração de cada mulher que dedica seu tempo, com amor, a uma causa que acredita que vai valer a pena.
Sua mensagem:
Ao longo da história, a figura feminina tem sofrido violência e opressão da parte dos homens e muitas mulheres reagiram, na tentativa de se libertar dessa dominação. Criando os movimentos de exaltação da mulher.
O problema é que acabaram por afirmar que a figura masculina é totalmente dispensável e que as mulheres podem ser e fazer o que quiserem.
Porém, a perspectiva bíblica, ou o plano original de Deus ao criar o homem e a mulher é de interdependência, ou seja, um depende do outro, mas cada um tem a sua individualidade.
A individualidade da mulher não está no homem ou nas coisas maravilhosas que ela pode fazer sem ele, mas em Deus que a criou, pois ele a fez à sua imagem e semelhança.
Cada um representa essa imagem de acordo com o seu gênero criado por Deus.
Então deixo minha mensagem: mulher, não deixe que as ideias distorcidas formem a sua identidade. Busque em Deus, pois Ele te criou única e especial! Não desperdice o potencial que Deus colocou em você!