Novos gramadenses no Turismo
De certa forma surpreendeu a ida dos gramadenses Rafael Almeida, diretor geral, e André Vacari como assessor especial, na Secretaria de Turismo do Estado. Há muito a região reclama que não é valorizada pela sua performance no setor, nem no Estado e nem pela União. Porém, ao que sei, não houve uma articulação mínima que fosse por parte do Estado, que acabou levando duas pessoas de Gramado, sem aviso prévio, pelo menos na parte política. Nem o prefeito sabia, ainda que estivesse com o secretário, Vilson Covatti, apenas dois dias antes e ambos, o prefeito e o secretário, serem do mesmo partido (PP).
Agora são três
Com a ida desses dois, agora temos três representantes gramadenses no Turismo do Estado, parte à qual o governador prometeu dar maior atenção neste mandato (dito na sua fala na abertura do Festival de Turismo aqui em Gramado). Já está lá na secretaria desde o início da gestão passada o João Bertoldi, que aliás, deu a maior força para a região com os investimentos dos recursos do Pró-Turismo, usados para asfaltar o acesso ao Parque Olivas de Gramado, a ligação de Gramado e Canela pelo Mato Queimado/Caracol e um trecho na Linha Marcondes.
Houve mobilização
Durante a campanha, a Visão – Agência de Desenvolvimento da Região das Hortênsias -, convidou os candidatos à governador a virem a Gramado para explanar seus planos em relação ao turismo, especialmente da região. Leite é um dos que veio. Rafael Almeida era o diretor executivo da Visão e certamente aquele evento serviu para que ambos, governador e Rafael, se conhecessem melhor.
Ontem, perguntei ao presidente da Visão, Rodrigo Pazetto, se houve articulação junto a agência para a ida de Almeida para a Secretaria estadual, ao que me respondeu afirmativamente: “Houve articulação sim”. Então, em que pese a parte política não foi contemplada, o trade foi.
Caio Tomazelli
Como sabemos o gramadense Caio Tomazelli, duas vezes candidato a prefeito da cidade e empresário, está lá, bem perto do governador, como uma espécie de consultor de Leite. Assim, era de se imaginar que ele tenha, também, influenciado nestas duas contratações, a de Rafael Almeida e de André Vacari. Consultei ele ontem, ao que me respondeu o seguinte: “Escolha técnica de indicações de pessoas com experiência na área e na nossa região. Fui consultado e dei minha opinião que vão agregar ao turismo do RS. Também serão nossos interlocutores nessa área”.
Caráter técnico
Já o próprio nomeado Rafael Carniel Almeida acredita que foram suas qualidade técnicas e relacionamento com o governo, e com o próprio governador Leite, que abriram o caminho para sua ida à Secretaria de Turismo do Estado.
“Foi um convite do governador Eduardo Leite, que conhece o caráter técnico do trabalho que desenvolvi, primeiramente à frente da Secretaria de Turismo de Gramado e depois da Gramadotur, durante a deflagração da pandemia e travessia dos momentos mais turbulentos em 2020 e 2021. Mais tarde, já como diretor executivo da Visão e da APASG, seguimos tratando sobre meios de avançarmos no desenvolvimento do turismo no Estado. Eu já havia sido convidado a participar da gestão anterior, junto ao secretário Santini. Naquele momento, não pude aceitar o convite. Como o meu estilo de gestão é orientado por dados e prezo muito pela escuta das necessidades dos setores envolvidos, gerei pesquisas e relatórios de inteligência que foram amplamente divulgados, e puderam, em alguns momentos e de forma totalmente isenta, apoiar o Governo do Estado na tomada de decisões importantes para o turismo. Ou seja, foi um convite baseado em confiança construída ao longo do tempo, por critérios exclusivamente técnicos”.
E a região?
Sobre a importância de Rafael no Estado, respondeu ele: “Minha indicação para a Direção Geral da Setur demonstra o reconhecimento do Governo ao trabalho técnico desenvolvido na Região das Hortênsias. Minha visão, alinhada à do secretário Covatti, é ampla e orientada por resultados. O objetivo é que o Governo esteja mais próximo a todas as regiões turísticas do Estado, apoiando no atendimento de suas necessidades específicas de desenvolvimento. Maximizar a participação das receitas oriundas do turismo no PIB do Estado do Rio Grande do Sul será um dos nossos grandes objetivos. Considerando que o turismo é a matriz econômica principal da Região das Hortênsias e uma das mais importantes da Serra Gaúcha, a Região, sem dúvida, contará com todo o nosso apoio, sem descuidar das necessidades específicas das demais regiões do Estado”.
Eleições 2024
A eleição municipal deve ocupar espaço nas rodas de conversa na medida que a geral (deputados, governadores e presidente), vai caindo no tradicional, no arrefecimento e para alguns até no esquecimento. Aqui em Gramado, é sempre, quando se fala nisso, a reeleição de Nestor dada como certa, caso ele participe do pleito. Ficando como ressalvas para isso o seu interesse pessoal, principalmente por causa da saúde e das condições técnicas, caso o processo de improbidade que responde transite em julgado com a cassação dos direitos políticos, conforme já ocorreu em duas instâncias. A seguir como está, a coluna palpita que Nestor fará 80% dos votos em 2024, eis que não há sequer, até o momento, nem um desenho de qualquer oposição. A ponto de se imaginar que algo inédito possa ocorrer, com uma única candidatura. Afinal de contas, quem se habilitaria?
Novos partidos
Já as mudanças para o pleito de vereador garantem uma conversa mais ampliada. Como cada partido só poderá ter 10 candidatos em Gramado, onde tem 9 vagas na Câmara, é muito difícil que uma única sigla eleja a maioria, cinco vereadores. O PP terá sete homens e três mulheres concorrendo e assim fará, novamente, no máximo quatro vereadores. Desta forma, precisa de aliados para garantir a maioria. Claro que o mesmo vale para os demais partidos, no momento se fala mais em PP porque tem a Prefeitura e muito provavelmente a renovará, mesmo que não seja com o Nestor, pelos motivos citados acima. PP 4, PSDB e PT devem repetir um, são seis, mais um do MDB, que não deve passar disso no ano que vem, são sete. Restariam, assim, duas vagas para partidos que hoje não tem vereador. PSD está sendo montado e deve receber políticos que já conhecem a Câmara, PSC teve um bom número de candidatos na eleição passada e o PL parece que também está sendo montado. Vamos vendo…
Conhecidos
Sim, pois nesta nova realidade pelo menos dois dos que hoje estão como vereadores terão de procurar novas siglas se quiserem concorrer. Caso de Joel Reis e Roberto Cavalin. Além desses há possibilidade de outros personagens recentes, que tinham se aposentado na política, voltarem com nova roupagem, através destas novas siglas.
Ambiente todo
Passado o período de férias, a Secretaria do Meio Ambiente de Gramado deverá ganhar novo titular. Nova titular, na verdade. Aliás, nem tão nova assim. Deve voltar para lá Cristiane Bandeira, que liderou a pasta durante os primeiros anos do governo passado. No último ano foi dispensada pelo então prefeito, mas acolhida pelo vice, Evandro Moschem e pelo MDB. Atualmente responde pelo jurídico da Câmara de Vereadores e se aproximou do governo Nestor no período de tramitação do Plano Diretor. O secretário de Planejamento, Rafael Bazzan, que está acumulando as duas funções desde a saída de Cristiane Steffens e por isso era o representante do Executivo a acompanhar a tramitação do Plano Diretor na Câmara, quando conheceu melhor Cristiane e também passou a admirá-la pelo seu conhecimento. Bandeira também é a indicada do promotor de Justiça, Max Guazzelli, ao que a coluna descobriu. As boas referências chegaram ao prefeito, que para todos os meios e fins só quer despachar os projetos de forma correta e célere, sem se incomodar, ao ritmo Nestor Trator. Assim, sendo do agrado do Bazzan, do Max, do Nestor, o ambiente todo fica arranjado.
Perguntinha: Você pensa em alguém que poderia ser candidato a prefeito contra o Nestor no ano que vem?
