Tiago Manique
CANELA – A catástrofe climática passou com uma força devastadora, causando estragos da cidade e no campo. No município, a zona rural foi umas das regiões mais atingidas, tanto que infelizmente os dois óbitos registrados em Canela foram de moradores da localidade de Rancho Grande, o casal José Alzemiro de Moraes, o Mirinho e sua esposa Marina Moraes.
“O que mais lamentamos é a perda da vida dos nossos associados, eles participavam das nossas ações, a Marina era ativa nas reuniões da comissão de mulheres, ela sempre participava. Tivemos juntos na segunda e terça-feia-feira em reunião da comissão de mulheres e festa colonial e na quarta-feira isso aconteceu, então a gente ficou bem impactado”, disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canela, Ana Carolina Benetti.
A sindicalista mencionou também de problemas enfrentados como a falta de energia elétrica com comunidades ficando até 15 dias sem o abastecimento o que impactou principalmente quem atua com aviários, além das estradas que foram bloqueadas pela queda de barreiras o que dificultou a busca por mantimentos para alimentar os animais.
“O pessoal acabou quase ficando sem ração, então tiveram que racionar os alimentos das aves, então quando liberou algumas estradas o pessoal veio com ração. Mas tiveram muita perda financeira, porque aí os frangos emagreceram e deixaram de ganhar peso nesses dias, além de perdas em outras culturas”, comentou.
Para amenizar os prejuízos de diversas culturas, Aana que faz parte da diretoria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), revelou que semana passada ocorreu uma reunião para tratar dos prejuízos e o que pode ser feito para amenizar as perdas dos agricultores, principalmente aquele familiar.
“Montamos uma pauta de reivindicações aos Governos do Estado e Federal e um dos itens já fomos atendidos que é a prorrogação das parcelas dos financiamentos, tanto de custeio como de investimento incluindo que tem parcela do financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) ou Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronampe). Mas seguimos negociando com os governos outras pautas”, revelou.
A presidente do Sindicato destacou a contribuição de todos agricultores em ajudar um aos outros e da facilidade de comunicação nos grupos de aplicativo de celular das comunidades rurais. “Os grupos de WhatsApp das comunidades foram essenciais na comunicação entre moradores e nós como Sindicato não estamos medindo esforços para defender a agricultura familiar”, pontuou. Segundo a sindicalista, cerca de 900 famílias residem na zona rural de Canela, sendo que 200 tem vínculo direto com a agricultura e outros são aposentados que possuem propriedades ou que moram nestas localidades, mas trabalham na cidade.