CANELA – O anseio é do candidato a prefeito Gilberto Tegner, o Tolão (PDT). Nesta semana o tema da série de entrevistas é meio ambiente e o candidato expressou suas intenções em assuntos como o serviço de limpeza urbana, coleta e separação de lixo, esgoto domiciliar, energia limpa por meio de placas solares nos prédios públicos, Secretaria de Turismo no Parque do Palácio e causa animal, bem como outros assuntos. Veja os principais pontos da entrevista:
1 – O serviço de limpeza urbana (coleta, destinação e triagem) ocorre atualmente com um contrato emergencial. Quais seus planos?
O contrato emergencial serve apenas para atender a uma situação temporária, pontual. Nós vamos elaborar o novo edital de licitação e abrir a disputa. Este é um serviço essencial que deve ser objeto de um contrato de longo prazo com regras claras de medição, fiscalização e multas em caso de não atender às obrigações contratadas.
2 – A sociedade atual ainda tem um atraso cultural com relação a correta e assídua separação do lixo doméstico. Como o senhor vai trabalhar isso com as pessoas em paralelo com a usina de triagem de resíduos para elevar os índices de reciclagem que hoje está em 0%?
Nós já tivemos coleta de seletiva em todas as localidades de Canela, inclusive no interior. Foi em nossos governos que isto foi implantado e vamos retomar este caminho, através de campanhas incansáveis junto aos alunos e toda a sociedade. Hoje vemos muitas famílias que adquiriram esta conscientização, continuarem separando em suas casas e ver o lixo ser recolhido misturadamente. Isto gera frustração e indica falta de seriedade. Vamos mudar isto e voltar aos bons índices que já tivemos, aproveitando estes materiais, gerando empregos na reciclagem e evitando o desperdício. Queremos ser uma eco-cidade e não abriremos mão de sermos referência em coleta, reciclagem e tratamento dos resíduos.
3 – Praticamente todos os recursos hídricos de Canela estão poluídos, percentual de esgoto tratado está muito aquém do que deveria ser para a cidade. O que o senhor pretende fazer para mudar esta realidade?
Vamos falar de maneira clara. O grande poluidor das nossas águas é o esgoto domicilar. Vamos sentar imediatamente com o concessionário e definir o cronograma de investimentos nesta área direcionando às áreas de maior densidade. A Corsan já anunciou investimentos neste sentido, mas ficamos muitos anos parados e agora a natureza cobra a conta. Se a Corsan quiser continuar a explorar a nossa água, terá que investir na coleta e TRATAMENTO correto de nossos esgotos, aí sim trazendo maior qualidade às águas de Canela. Para alguns esgoto não dá voto, mas isto não me preocupa, pois a nossa preocupação é com o futuro e se não despoluirmos nossos córregos, acabaremos por comprometer nossa natureza, o turismo e a saúde da população.
4 – O que o senhor tem a dizer sobre arborização urbana e plantio de hortênsias?
Nos últimos anos notamos uma preocupação com esta questão do plantio de árvores pelos passeios públicos e precisamos dar continuidade. O que pregamos é que se tenha um planejamento de reposição de algumas árvores que precisam ser suprimidas por questão de sanidade, e a escolha de espécimes cujo conjunto represente um diferencial, embelezando ainda mais a nossa cidade. Mas seguiremos plantando e recuperando cada vez mais a nossa flora.
5– Qual a possibilidade de criar um ecoponto para a comunidade levar resíduos recicláveis e resíduos que necessitam destinação especial?
Vamos buscar parcerias com a iniciativa privada para esta coleta e destinação adequada, além de incluir no edital de licitação dos serviços a implantação e manutenção de alguns pontos específicos que estejam distribuídos geograficamente para atender toda a comunidade. E pensar que já tivemos isto e regredimos…
6 – Licenciamento ambiental. O que o senhor pretende fazer?
Já temos uma boa legislação, que ainda precisa ser atualizada e aprimorada, mas o essencial e urgente é dar agilidade nas análises e aprovações dos processos com a capacitação e qualificação da equipe técnica e a desburocratização através da informatização. Não é possível que um contribuinte receba orientações incompletas, que leve meses para ter retorno sobre uma correção ou melhoria do projeto, fazendo com que perca tempo e recursos que poderiam gerar mais empregos, renda e desenvolvimento.
7 –Energia solar e uso da água da chuva por meio de cisternas é uma tendência mundial. Pretende implantar ou ampliar esses sistemas nos prédios públicos?
Como queremos uma cidade sustentável, vamos investir de forma contínua em placas solares em todos os prédios públicos em que este investimento for economicamente viável, reduzindo custos com energia e redirecionando estes recursos para outras áreas. Quanto às cisternas, certamente buscaremos a captação da água da chuva para a reutilização. Como vamos exigir que os empreendimentos privados o façam se não dermos o exemplo?
8 – O que o senhor pretende fazer com o Parque do Palácio?
O Parque do Palácio continuará a ser uma área verde, preservada e aberta à visitação, contemplação e interação com a natureza, pois este foi o grande motivo pelo qual a cidade solicitou esta área ao governo do estado, e Canela não pode abrir mão destes espaços. Pretendemos na parte frontal instalar a Secretaria de Turismo, de maneira definitiva para que este órgão pare de trocar de sede a cada ano e atenda os visitantes como uma Central de Informações Turísticas com padrão internacional. Além de garantir a manutenção e preservação do parque através da própria instalação e ocupação da secretaria, também vamos buscar parcerias com os Amigos do Parque do Palácio para viabilizar a instalação, manutenção e gestão de estruturas para eventos, para educação ambiental, para lazer, gastronomia. Recursos para isso existem, seja através de verba própria da Prefeitura ou compensações e multas ambientais, pois quando se prioriza a natureza e o bem estar da população, os recursos públicos devem ser considerados “Investimento” e não “Despesa”.
9 – Quais seus projetos para a causa animal?
A causa animal é uma questão pública sim e vamos assumir esta questão para podermos finalmente ter uma política pública de enfrentamento a este problema. Quanto ao recolhimento de cavalos há um contrato com um particular que parece estar dando resultados satisfatórios, e havendo legalidade, poderemos manter sem problemas…Quanto aos cachorros e gatos, vamos sentar com a ONG Amigo Bicho e refazer caminhos de parceria para que possamos dar respostas rápidas a um problema que se arrasta, buscando resgatar o conceito de posse responsável, zerando a fila de castração e investindo em chipagem, pois aí teremos tanto o controle da população como a origem do animal na rua, podendo fiscalizar, devover ao dono e multar se for o caso.