Tiago Manique
REGIÃO – A fonte maior da economia principalmente de Canela e Gramado é o turismo. Mas por meio desta importante renda e também dependente do fator turístico é o comércio. Trabalhadores que atuam neste segmento, como por exemplo lojas de confecções, calçados e eletrodomésticos teve recentemente a realização da Convenção Coletiva de Trabalho do Comércio Varejista. A negociação foi entre o Sindicomerciário e Sindilojas, classes que representam os trabalhadores e a classe patronal respectivamente.
A convenção, firmada estabelece um reajuste geral de 4,03%, números acima da inflação que é de 3,36%. Com isso dos R$ 1.711, o salário base ficou em R$ 1.780 e R$ R$ 1.883 para comissionados. Além disso, também foi acertado o quinquênio de 5% a partir do 5º ano de serviço, com adicional de 1% para cada ano a partir do 6º ano.
“Foi uma negociação prejudicada por tudo que aconteceu [catástrofe climática], mesmo assim conversando e dialogando para que não tivesse perdas tivemos uma recuperação da inflação. Tivemos também uma conquista em relação ao quinquênio que foi uma forma de valorizar o trabalhador, é muito grande a rotatividade e nada mais justo de valorizar aquele trabalhador que está mais tempo na empresa sabe como funciona tem a confiança do empregador. Ajustamos e buscar valorizar as pessoas que estão com mais tempo de casa. Do que está acontecendo foi positiva. Não é fácil ter comércios. Tem lojas pequenas que o empregador não ganha o que os funcionários recebem. Estamos aqui para o diálogo, conversa. Não somos contra ninguém”, disse Clério Sander, presidente do Sindicomerciário, durante entrevista para o programa Integração na Rua.
Questionado sobre como como é a relação das comissões para quem atua com vendas no comércio, Clério alertou que com a Reforma Trabalhista em 2017, foi flexibilizada prejudicando o trabalhador com o ingresso da ‘premiação’, como forma de maquiar, segundo o presidente do Sindicomerciário a comissão que é válida para a folha de pagamento.
“Premiação não é comissão. Com a reforma trabalhista houve flexibilização. Premiação não entra 13º, horas extras, férias, fundo de garantia, auxílio doença, entre outros benefícios ao contrário da comissão. E os trabalhadores não entenderem isso, acharam que a Reforma Trabalhista era somente não contribuir com o sindicato. Lamento que a classe trabalhadora não entendeu o lado que tem que estar, não sabe a força que tem”, descreveu.
Outras negociações
Além dos trabalhadores do comércio, o Sindicomerciário representa ainda outras oito áreas de atuação. Uma destas, também de grande número de trabalhadores são aquelas que atuam em lojas de chocolates e supermercados. O sindicato que representa a classe patronal, Sindigênero, as negociações estão travadas, assim como as demais categorias (ver lista abaixo).
Segundo Clério, era para ter ocorrido em março e mencionou que com exceção do Sindilojas que tem a sede na região, as demais são de outras localidades não oportunizando o contato direto. “Bom é de negociar com quem é e conhece a região, como é o caso do Guido Thielle [presidente do Sindilojas] do que outros que negociamos que são de outras localidades. Tem sindicatos patronal que não querem dar nem a inflação, alguns estão arrumando desculpas como as enchentes que é o caso das farmácias e funerárias, mas qual prejuízo que tiveram?, finalizou Clério não descartando ter que efetuar algumas negociações judicialmente.
Salário base dos trabalhadores por categorias
Sindilojas: R$ 1.780.
Sindigeneros (supermercados, minimercados, lojas de chocolates): R$ 1.680.
Sincopeças (revenda de carros e autopeças): R$ 1.690.
Sindiatacadistas (atacado madeiras, bebidas, carnes, em geral): R$ 1.680.
Simprofars (farmácias): R$ 1.679.
Ocergs (cooperativas): R$ 1.681 geral e R$ 1.981 para açougueiros, padeiros e confeiteiros.
Funerárias: R$ 1.679.
Sindiopticos (óptica, foto e cine): R$ 1.679.
Sincodiv (concessionárias de veículos): R$ 1.690.