Por Leonardo Santos – [email protected]
GRAMADO – Sala do Empreendedor, turismo e mobilidade urbana. Estes três temas protagonizaram a segunda edição do programa Máquina Pública, na Rádio Integração Digital, que recebeu o secretário de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Relações Institucionais de Gramado, Ike Koetz, na terça-feira (28). Ike também aproveitou para destacar os projetos que a pasta desenvolve,desde que assumiu, em fevereiro.
“Fazemos o atendimento, por exemplo, do autônomo que está de forma irregular, na informalidade, e ele entende que chegou o momento (de ter a própria empresa). Aquele é o lugar onde ele deve ir para começar. O Nestor e o Luia deram uma missão, o empresário não pode ficar na Prefeitura de um lado para o outro, de uma secretaria para a outra. Centralizamos tudo na sala do empreendedor. O empresário tem que poder produzir, e sepreocupar em gerar riqueza para a cidade”, instigou.
O secretário informou que a ferramenta registrou um aumento no número de abertura do modelo empresarial Microempreendedor Individual (MEI). “Tivemos um aumento significativo na abertura de MEI´s no município. Vemos que muitas pessoas, por conta da pandemia, saíram do mercado de trabalho e foram empreender, começou a fazer o seu produto e a trabalhar em casa. Esse é um movimento que ocorre no mundo inteiro”, revelou.
Koetz sinalizou que a pasta busca expandir a Sala do Empreendedor, ofertando cursos de capacitação para que o futuro empresário possa realizar a ideia que cultiva. “Tu tens uma ideia? E o teu plano de negócio? Eles respondem assim: Fiz umas anotações e acho que vai dar certo! Este ‘acho’ tem que virar certeza. Aí que está o papel do Poder Público, que é auxiliar, ser parceiro, entregar um plano de negócio inteiro para que a pessoa possa empreender”, finalizou.
Consolidação do turismo na economia gramadense
Acerca do assunto, o secretário ressaltou que o município se transformou entre as décadas, citando que os empresários instalados na cidade, há mais de 50 anos, já compartilhavam a ideia de que o turismo deveria se perpetuar.
“Lembro-me de um mapa que meu avô fez em 1965. Ele era agrimensor, seu Orlando Koetz, e desenvolveu esse mapa que era uma planta de Gramado. Neste mapa estava escrito assim: “Gramado, que pelos seus maravilhosos acidentes naturais e seu clima, torna-se permanente atração turística”. Isso é para entendermos que, naquela época, mesmo o município vindo de uma cultura extrativista com as madeireiras, que eram de Canela, já se pensava em turismo. Gramado se transformou ao longo do tempo, tivemos a época da industrialização com a Ortopé e, quando a indústria começou a sofrer, a mão de obra foi absorvida pelo turismo. Viemos ao longo de muitas décadas com o turismo sendo uma ferramenta importante na economia”, descreveu.
Feito em Gramado: laboratório de produtos
Koetz chamou a Feira de desafio, frisando que ela é um laboratório para novos produtos. Ele também constatou que o evento tem como principal objetivo apresentar os artistas e vendedores aos turistas que visitam a cidade.
“Foi o segundo desafio na pasta. Conseguimos colocar mais de 100 expositores em 18 dias. É uma feira onde se trabalha a essência de Gramado, para entender o produtor, a pessoa que está começando, o artesão que já trabalha há algum tempo. É para mostrar! Logicamente tem a preocupação com a venda, mas o principal é na apresentação do produto, pois sabem que estar em Gramado é importante. Podemos ser um laboratório fantástico para a testagem de produtos. Qual a cidade que recebe seis milhões de pessoas todos os anos? E na frente da porta? Esse é o diferencial da cidade”
Rua Coberta é fruto de coragem
De acordo com Ike, a Rua Coberta nasceu em uma demonstração de coragem do ex-prefeito Pedro Bertoluci (PP), o Pedro Bala. O secretário também comentou que o ponto turístico sofreu uma mudança de mercado, se tornando um modelo no certame gastronômico.
“Ela começou como um espaço de contemplação, aonde era a rua Madre Verônica e estava sendo construído o Centro Comercial Hugo Bertolucci na época. Eu lembro de ver os carros passando ali no estacionamento, que era de forma oblíqua. Depois fecharam a Rua Coberta, no ‘peitaço’, fecharam mesmo. O Pedro (Bala) era o prefeito, não acho que ele era polêmico, mas teve coragem. Começamos a qualificar a parte central da cidade e olhar para um conjunto turístico, com a idealização que Gramado era um shopping a céu aberto. Então, ela foi criada e já tinha espaços para shows. Com isso, começamos a ver o próprio mercado se transformando aonde o comercia passou a dar espaço para a área gastronômica. Hoje vemos a Rua Coberta como um grande espaço gastronômico do município”, sublinhou Ike.
Descentralização dos serviços
A Prefeitura anunciou na semana passada a intenção de descentralizar a sede administrativa, bancos, o Hospital Arcanjo São Miguel (caso não seja finalizado o negócio que está em curso), além da implantação de um mercado público. Koetz projetou que a ação poderá causar efeitos positivos em relação à mobilidade urbana, acrescentando que a atualização do Plano Diretor poderá auxiliar o planejamento.
“Mais uma atitude de coragem do prefeito (Nestor Tissot) em enfrentar. Temos alguns sintomas apresentados pelos gramadenses avisando que a mobilidade está difícil. Ele pensa: tenho que vir até o centro para cortar o cabelo, passar pelo transtorno no trânsito. Uma das soluções propostas e encaradas é a descentralização dos serviços. Em primeiro lugar é o Plano Diretor, queremos que ele possa flexibilizar isto. Por exemplo, o morador do bairro Planalto não precisa sair do bairro para fazer um serviço em outro bairro, no caso o centro”, explicou.
Ike explicou que o Plano Diretor também poderá flexibilizar as aberturas de CNPJ´s, fazendo com que o empreendedor instale seu estabelecimento onde quiser, sem ser cerceado pelo Plano.
“Para o engenheiro poder ter seu escritório, o arquiteto, o advogado, onde quiserem. Que a gente possa flexibilizar isto para determinados bairros. Esse o grande desafio, isso vai impactar nessa dor que vivemos, que é a mobilidade urbana”, completou.











