REGIÃO – Uma comoção entre amigos, familiares e os tradicionalistas do Rio Grande do Sul, tomou conta com a trágica morte dos cinco integrantes da mesma família, em acidente ocorrido na manhã de quinta-feira (5) na ERS-235, entre São Francisco de Paula e Canela, próximo do Parque Mátria (Parque das Flores).
A cerimônia de despedida de Jonas Vargas, 38 anos, Leidi Camello (Lita), 37 anos, seu filho Diego de 8 anos, a mãe Joana de 67 anos e a sobrinha Kauany, 14 anos, está ocorrendo na sede do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Querência, no Parque de Rodeios do Saiqui, até às 15h, quando um cortejo de cavalarianos acompanharão o translado dos corpos até o Cemitério Municipal.
Jonas e a esposa deixaram um filho, Felipe Vargas, de 15 anos. Entre rodeios e torneios de laço, a família residia em uma fazenda no município de Tainhas, onde Jonas era o capataz. Eles se dirigiam para Canela para o aniversário de Kauany, que completaria 15 anos neste sábado (7).
“Que dor perder meu pai, perder eles. Que saudade”, repetiu o rapaz por diversas vezes no velório. A reportagem apurou que Felipe não viajou junto com a família pois preferiu ficar na residência.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho do Rio Grande do Sul (MTG-RS) lamentou a perda do laçador nas redes sociais. “É com enorme pesar que o tradicionalismo gaúcho do RS se despede do grande capitão do 27º RT, o Diamante Negro. Um acidente automobilístico ceifou sua vida, juntamente com a esposa, mãe, filho e sobrinha. Que descansem em paz. E Deus, em sua infinita bondade, conforte os corações de amigos e familiares”
Algumas pessoas tiveram de ser atendidas por uma ambulância que acompanha o ato.
Capataz da Campeira do CTG Manotaço de Gramado, Benno Franck Junior, o Beninho, destacou a simplicidade de Jonas Vargas e de estar sempre disposto em ajudar as pessoas, e também nos rodeios onde estava sempre disposto em auxiliar os colegas de laço.
“Ele era um homem do campo e o que ele mais gostava era de rodeios. Um currículo invejável, por onde passou foi campeão. Muito difícil falar de Jonas Vargas, e não falar de rodeio. Festa alegria e amizade, aliás esse moreno de sorriso largo estava sempre disposto a ajudar a qualquer um. Se tu precisasse dele era só ‘prender’ o grito , que ele já respondia. A família era uma das mais unidas e foram criados em rodeios pelo Brasil”, disse o tradicionalista.
Beninho mencionou a perplexidade quando ficou sabendo da tragédia e classificou Jonas como uma lenda. “A notícia nos pegou de surpresa, nunca estamos preparados para receber uma notícia dessas, uma fatalidade que vai deixar uma marca para sempre não só na vida da família Vargas, mas na história de muitas pessoas. Desejamos muita força para o Felipe [filho de Jonas que não estava no veículo], que Deus de sabedoria para esse guri conseguir superar essa perda tão grande. Hoje a família Vargas, o Rio Grande do Sul e os amantes do laço comprido estão de luto. Acredito que não veremos mais nas pistas [cancha de laço] uma laçador como Jonas Vargas, a lenda de sorriso largo conhecido como Diamante Negro”, descreveu.