GRAMADO – O Tribunal do Júri absolveu os três réus acusados pela morte de Jurandir Trein de Moura, morto a facadas em agosto de 2017, na Ponte do Raposo. A irmã de Jurandir, Juliana Trein de Moura, o companheiro dela, Andrei dos Santos Fischborn e Lucas Porto respondiam por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O julgamento ocorreu em Caxias do Sul e iniciou quarta-feira (6). A sentença foi revelada às 22h50 de quinta-feira (7) e os três foram absolvidos das acusações. “Depois de quatro anos de injustiça, nós três fomos absolvidos. Injustiça essa que acabou com quatro anos da minha vida e da vida da minha filha. Foram dois longos dias de aflição, mas que eu tinha certeza que a justiça seria feita e a verdade é que eu sou inocente”, descreveu Juliana após receber a notícia da absolvição.
Pelo Facebook, Juliana escreveu um desabafo. “Ninguém respeitou nem minha dor nem meu luto, quatro anos e dois meses se passaram sem eu ter meu irmão. Três anos e oito meses da acusação mais absurda que eu já vi na minha vida, mas eu estava ali em pé tentando ser forte para provar para muita gente que eu era inocente. Hoje eu posso erguer minha cabeça novamente e dizer obrigada Deus. A justiça foi feita”, postou.
A DENÚNCIA – Conforme a denúncia do Ministério Público, Juliana teria sido a mentora do crime e Andrei e Lucas os executores. Eles arrombaram a residência de Jurandir e o levaram até a Ponte do Raposo. Na denúncia, o MP alega que a motivação teria sido por represália a um desentendimento entre Juliana e Jurandir. Desde o início do inquérito, a defesa de Juliana alega a inocência na acusação.
Quando a denúncia foi recebida pelo Judiciário, em fevereiro de 2018, os três denunciados chegaram a ter a prisão preventiva decretada. Juliana conseguiu substituir a prisão preventiva por prisão domiciliar e foi solta. Andrei e Lucas continuaram presos. Ainda em 2018, a prisão domiciliar de Juliana foi revogada pelo Tribunal de Justiça e um novo mandado de prisão foi expedido. Ela chegou a ser considerada foragida.
A MORTE DE JURANDIR – Na manhã do dia 22 de agosto de 2017, por volta das 10h30, o corpo do gesseiro Jurandir Trein de Moura foi encontrado no Rio Caí, sob a ponte do Raposo, na divisa entre Gramado e Caxias do Sul, distante 12 km do Centro de Gramado. Jurandir era morador do bairro Dutra.
A vítima foi morta a golpes de faca no lado direito do pescoço, desde o queixo até quase a nuca, além de estocadas na parte de trás da cabeça e nos braços. De acordo com a perícia realizada no local e no corpo da vítima, Moura foi esfaqueado em cima da ponte e jogado de uma altura de mais de 11 metros, caindo entre as pedras no Rio Caí. A morte ocorreu no início da madrugada daquele dia.
A investigação do crime foi conduzida pela Delegacia de Homicídios e Desaparecidos de Caxias do Sul. O delegado Rodrigo Kegler Duarte liderou as investigações.
