Tiago Manique
GRAMADO – Pelo segundo ano consecutivo, o Centro Esportivo Gramadense (CEG) está na disputa pelo acesso à Série A2 do Gauchão. Em 2023, jogando na frente do torcedor, parou na semifinal ao ser derrotado pelo Cruzeiro de Cachoeirinha. Para este domingo (24), o desafio será novamente em Gramado. Pela Terceirona Gaúcha, às 15h, na Vila Olímpica, o Gramadense recebe o São Paulo de Rio Grande pela partida de volta da semifinal. No primeiro jogo em Rio Grande, no meio desta semana, vitória do CEG por 2 a 1. Para conseguir o acesso e, respectivamente, vaga na final, basta um empate ou vitória simples. Caso o São Paulo vença por diferença de um gol, a definição será nos pênaltis.
Após o treino de sexta-feira (22), o técnico Carlos Moraes conversou com a reportagem do Jornal Integração. O comandante do Gramadense revelou como estão sendo as conversas com o jovem grupo de jogadores, com a maior parte formado nas categorias de base do clube. Revelou que a maior preocupação neste momento está em orientá-los, conversar bastante e, principalmente, com o controle da ansiedade.
“Normalmente, quando uma equipe está há dois, três anos buscando um objetivo, ela precisa quebrar essa sequência. Como o grupo é praticamente o mesmo, mudou muito pouco, e observei também em jogos dos outros anos que a questão do nervosismo, até mesmo de alguns atletas não terem ainda passado por essas situações de disputar um acesso, acaba por deixar o grupo naquela ansiedade e, durante o jogo, tomar algumas decisões equivocadas, não planejar a cabeça para uma decisão. Trabalhamos muito a questão psicológica do grupo para esse jogo em Rio Grande, que sabíamos que ia ser um jogo extremamente complicado do ponto de vista competitivo”, analisou.

Competitividade e trabalho fora de campo
Carlos Moraes elogiou a qualidade da equipe, o desempenho e a competitividade em Rio Grande. Além disso, destacou o modelo de jogo que a equipe possui, principalmente nos últimos três anos. Para a decisão de domingo, diante do São Paulo, destacou a necessidade de estar concentrado durante os 90 minutos e não se acomodar com a vantagem adquirida.
“Para esse jogo decisivo, temos que trabalhar muito mais o fora de campo, a cabeça deles. Temos uma vantagem, mas não a vaga. Conversei com os atletas em relação à responsabilidade que eles têm de levar esse clube para a divisão de acesso, que é um sonho, mas que para isso eles precisam estar muito concentrados e motivados para que as coisas aconteçam. Temos 90 minutos onde a gente vai ter que jogar esquecendo completamente da vantagem, para que a gente possa, ao final dos 90 minutos, comemorar esse acesso”, alertou.
Experiência de acesso
Carlos Moraes é uma daquelas figuras que é difícil não ter mercado no futebol gaúcho. Equipes que sonham em subir de divisão já vislumbram seu nome por ter essa experiência e bons trabalhos realizados. Pode ser chamado de “Rei do Acesso”. O treinador do Gramadense conta acessos para a elite do futebol gaúcho com São Gabriel, Glória de Vacaria e Esportivo em duas oportunidades. Este currículo e vivência de conquistas e também de objetivos não conquistados ao longo da carreira foram descritos pelo treinador, que passa essas situações vivenciadas aos atletas.
“Passo diariamente as passagens que tivemos em outros clubes. Já estive em diversas situações de perder e ganhar. Então isso a gente tem que passar para os atletas, principalmente aqueles que não viveram isso, e deixá-los tranquilos em relação ao que tem que ser feito. Temos que fazer ajustes principalmente psicológicos, não muito táticos. Não subestimar o adversário, tanto que estamos treinando pênaltis, que é uma possibilidade dentro do jogo, então nós temos que deixar os atletas prontos para todas as situações e possibilidades de mudar o esquema dentro da partida. Esses detalhes fazem parte de um jogo decisivo e fazem toda a diferença. Quando é algo inédito, a ansiedade é de todos, não só dos atletas, mas da comissão inteira e das pessoas da direção também, que têm esse anseio de levar o clube para uma divisão acima”, pontuou.

ambos criados na base do clube
Apoio do torcedor
A previsão é de casa cheia para domingo. Assim como foi no ano passado na partida diante do Cruzeiro, com uma sinergia onde a torcida apoiou durante os 90 minutos. Desta vez, não é diferente. A expectativa é novamente de arquibancada lotada. O técnico do Gramadense fez um chamamento. Citou o desenvolvimento de Gramado e, por isso, pontuou a necessidade da cidade ter um clube em crescimento e subir de patamar no cenário do futebol gaúcho.
“É muito importante a sinergia da comunidade com o clube. É um momento decisivo e os jogadores encontram na torcida um aliado. Então fica esse convite para a população de Gramado prestigiar no domingo à tarde. Pelo que estamos vendo, o tempo vai estar bom, e passar uma energia positiva para esses atletas que estão trabalhando para elevar o nome do clube. Gramado já é uma cidade próspera, mas tendo um clube hoje numa divisão importante do campeonato seria muito bom para todos, não só para o clube, mas também para a cidade. Fica o apelo para que todos compareçam e nos ajudem nesse difícil compromisso contra a equipe adversária”, finalizou.