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ÁUDIO E VÍDEO: Nestor Tissot revela problemas e planos futuros

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Nicolas Felippetti

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O município de Gramado, conhecido por seu turismo e pela indústria do chocolate, enfrenta agora um cenário de calamidade pública após todo o Rio Grande do Sul ser atingido por chuvas intensas, deslizamentos de terra e enchentes. Gramado não foi exceção, com deslizamentos de proporções devastadoras e um total de 7 mortes causadas pelas tragédias climáticas. Para trazer uma visão detalhada dos desafios enfrentados pela cidade e os planos de reconstrução do município, o prefeito Nestor Tissot concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Integração.

O mandatário descreveu a situação como um verdadeiro desastre ambiental que não poupou nenhum canto do Rio Grande do Sul, afetando severamente também a cidade. Ele enfatizou que o solo em muitas áreas ainda está em movimento, mesmo após o término das chuvas, o que representa um perigo contínuo para os moradores. Ressaltou que todos os setores estão trabalhando incansavelmente para manter a normalidade do funcionamento no município.

Tissot destacou os resgates e acomodações dos moradores desabrigados como os aspectos mais desafiadores. Mencionou o momento dos deslizamentos que provocaram sete mortes como o mais difícil. “As notícias dos deslizamentos das duas áreas foram o momento que nos tirou do chão. Perdemos amigos. Na Linha Pedra Branca, nós tínhamos ido até lá uma semana antes para combinar melhorias na sede social deles. É uma comunidade pobre, pequena e que tem muitas dificuldades, vai ser uma difícil recuperação”.

O prefeito assegurou que todos os desabrigados estão sendo assistidos, com alguns encontrando abrigo em casas de familiares e outros em abrigos municipais. No entanto, reconheceu que a situação é extremamente difícil para todos os envolvidos, especialmente para aqueles que perderam entes queridos e suas residências.

Infraestrutura do município

Além dos impactos humanos, a infraestrutura da cidade sofreu danos significativos. Estradas bloqueadas, postes de eletricidade danificados e deslizamentos de terra foram alguns dos desafios mencionados pelo prefeito. Com um total de 148 áreas monitoradas pelo município, Tissot revelou que antes das chuvas, apenas 6 pontos eram monitorados, desde novembro, devido a temporais.

O prefeito também destacou que as principais estradas que ligam os municípios de Gramado e Canela, onde moram grande parte dos trabalhadores do município, também estão sendo castigadas. A Avenida das Hortênsias foi duramente atingida pelos deslizamentos, assim como a Rua Emilio Leobet (estrada velha), que também vem sofrendo com os mesmos problemas.

Ele enfatizou que são áreas que nunca tiveram movimentos parecidos. As principais frentes de trabalho agora são as áreas que afetam diretamente o município, e Tissot reforçou a necessidade urgente de restaurar a energia elétrica e o abastecimento de água.

No que diz respeito à reconstrução, citou a necessidade de realizar obras de contenção para prevenir novos deslizamentos, enfatizando a importância de realizar estudos geológicos abrangentes para orientar as intervenções futuras e evitar desperdício de recursos.

Tissot ressaltou que todo o dinheiro possível será remanejado para áreas prioritárias nesses momentos, mas que precisa respeitar os 25% de recursos destinados para a educação e 15% para a saúde, além dos recursos federais que já foram solicitados e devem ser destinados exclusivamente para a área específica.

Volta para casa e relocação de desalojados

Sobre as pessoas desalojadas, Nestor ressaltou que estão sendo feitos estudos e análises das áreas, aguardando os níveis de água no solo normalizarem. Enfatizou que somente quando as condições e projetos elaborados pelos técnicos forem autorizados, poderão realmente ser executados. Por enquanto, tudo está sendo discutido. “Temos que verificar na legislação o que é obrigação do município e tentaremos cumprir tudo isso à risca.”

Sobre ações, ele pretende tomar medidas objetivas e rápidas para os desalojados. Destacou que ainda não há um número exato de áreas que precisarão ser desapropriadas. A ideia prática é desapropriar as áreas de risco e pagar as famílias que tenham escrituras naquele local, para que possam reconstruir em lugares mais seguros. Ele ressaltou que dessa forma poderiam liberar projetos e licenças através da prefeitura, além de auxiliar na terraplanagem com maquinários, caso seja necessário, facilitando assim a vida das pessoas.

O prefeito delineou planos para realocar as famílias em áreas seguras e desapropriar terrenos em risco, oferecendo indenizações para permitir que os moradores reconstruam em locais mais seguros.

Economia e Turismo

O setor do turismo, principal ponto econômico do município, também foi duramente atingido. Com o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, previsto para permanecer fechado pelo menos até o final de maio, e a malha terrestre bastante prejudicada com bloqueios nas principais estradas, o prefeito expressou preocupações sobre o impacto nas empresas locais e discutiu estratégias para atrair visitantes quando a cidade estiver pronta para recebê-los novamente.

Tissot destacou a preocupação quanto às empresas do setor turístico e falou sobre a importância de hotéis, restaurantes e parques terem fôlego para se recuperarem financeiramente até o final do ano, época em que o setor turístico deve melhorar. Ele mencionou conversas com o ministro de turismo do país, que também se mostrou preocupado com o setor gaúcho, e revelou sobre uma convocação a todos os deputados federais do Rio Grande do Sul para ver uma possibilidade de destinarem suas emendas para canalizar a recuperação do Estado como um todo, além de uma parcela para o turismo de Gramado.

Nestor inclusive destacou a realização de planos de ações com hotéis, parques e restaurantes em conjunto com a prefeitura para continuar atraindo turistas para a cidade. Mencionou a elaboração de planos de marketing para mostrar que o município continua em pleno funcionamento e atendendo à demanda turística. Além disso, citou planos para atrair turistas através da malha terrestre, incluindo países vizinhos como Uruguai, Argentina e Paraguai, junto com outros estados não afetados do Brasil.

O prefeito finalizou fazendo um apelo ao trade turístico para colaborar com a prefeitura e realizar diversas ações promocionais para atrair turistas para Gramado, agradecendo a todos que estão colaborando com doações e solidariedade ao Estado neste momento de crise climática e financeira.

Confira abaixo a entrevista completa. Para acompanhar no celular clicar em OUVIR NO NAVEGADOR

A entrevista completa pode ser conferida também na página do Jornal Integração no YouTube

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