Tiago Manique
GRAMADO – Parte dos vários pontos de interrogação que ainda persistem para alguns moradores do bairro Piratini, pode ser respondido no início da noite desta terça-feira (11). Ao menos é isso que esperam, pois hoje, a partir das 18h, na Escola Senador Salgado Filho a Prefeitura de Gramado reunirá os residentes das ruas Santo André, Henrique Bertoluci, Afonso Oberherr e Guilherme Dal Ri.
Conforme a Prefeitura de Gramado anunciou em suas redes sociais, durante o encontro será divulgado um cronograma de ações que serão realizadas nestas regiões afetadas. O prefeito Nestor Tissot anunciou o encontro e adiantou algumas questões que serão anunciadas.
“Gostaria de convidar os moradores desta reunião importante e técnica, vamos debater junto com nossos geólogos contratados pela Prefeitura de Gramado estas questões para começar um plano de retirada dos pertences, materiais de construção das casas que desabaram. Daremos todo apoio precisamos organizar este primeiro trabalho. Espero que seja uma reunião produtiva de compreensão e diálogo que seja bom para todos”, comentou Nestor que estava acompanhado da Procuradora-Geral de Gramado, Mariana Melara Reis e a secretária de Meio Ambiente, Cristiane Bandeira.

“Nossa vida virou da cabeça para baixo em poucos dias”
Dos 687 moradores que precisaram sair de casa, uma delas foi a corretora de imóveis, Luana Berti, 37 anos. Ela o esposo Anderson 37, e a filha Analu de apenas 6 anos, saíram de casa no dia 2 de maio atendendo um pedido da Defesa Civil de Gramado. No terreno onde residem, na rua Guiherme Dal Ri, também tiveram que deixar as residências os pais de Luana, Ary 74 e Lurdes 73 anos e uma irmã com a sobrinha, Fabiani 48 e Lara 13 anos.
Ainda no terreno, Luana tem um imóvel que estava alugado e outra de sua irmã, também em locação. A realidade atual é bem diferente. “Na nossa casa e nas outras moradias de baixo da rua, nada aconteceu até então, mas na frente e casas próximas, as que não caíram, algumas estão condenadas. Estamos morando de aluguel num apartamento no bairro Piratini. Nossa vida virou da cabeça para baixo em poucos dias, tudo muito rápido. Saímos de casa pensando que voltaríamos no final de semana e nunca mais voltamos isso já faz mais de 40 dias”, descreveu.
Sobre a reunião de terça-feira (11), Luana aguarda que as informações sejam positivas, diante das angústias da família dela e dos demais moradores. Ela também criticou a Prefeitura de Gramado quanto ao processo para ter direito em receber o aluguel social.
“Esperamos que seja uma reunião com notícias boas e de qualidade, estamos sem notícias a muitos dias, entendemos que as chuvas impossibilitaram o trabalho dos geólogos e da Prefeitura, mas já estamos a quase 15 dias com sol, acredito que tenha dado tempo para sair algum estudo equivalente ao que estamos vivendo. Fizemos o cadastro para receber o aluguel social e pediram de 20 a 30 dias para entrar o valor referido na conta, sendo que tivemos que tirar do bolso e arcar com o valor, pois não tínhamos aonde morar! Acho isso uma falta de amor próprio e de reconhecimento, comprometimento com o próximo. E as pessoas que ali moravam e não tem como pagar aluguel, como faz? Fica sem receber o benefício? Pois só recebe quem comprova o contrato de locação (tem que provar que está morando de aluguel) acho isso um absurdo”, finalizou.
