REGIÃO – Como forma de valorizar as conquistas de clubes, atletas, técnicos e dirigentes, o Jornal Integração inicia uma série de entrevistas lembrando momentos marcantes do esporte regional. O #TBT Esportes resgata esta trajetória e tenta reaproximar os desportistas, principalmente neste período onde as competições municipais de Canela e Gramado estão impossibilitadas de ocorrer por causa da pandemia.
Para a estreia, o convidado foi o ex-jogador de futsal Jorginho Pimentel, 52 anos. Há 43 no futsal, começou em uma escolinha no Rio de Janeiro com apenas nove anos. Campeão do mundo no Mundial de 1992,em Hong Kong, foieleito o craque da competição pela Seleção Brasileira.Teve inúmeras conquistas pela Enxuta de Caxias do Sul, entre outras equipes brasileiras e no exterior, com destaque na Rússia. Atualmente é técnico de futsal e possui em Taquara, cidade onde reside, e Parobé uma escolinha voltada também a projetos sociais.
A história dele com o futsal regional ficou marcada em 2019, quando comandou o início do Gramado Futsal no Estadual Série Ouro. Naquele dia 21 de abril, a equipe gramadense venceu o Real Street por 3 a 1, no Perinão.
Na sexta-feira (23), Jorginho foi entrevistado no programa Redação Esportes na Rádio Integração Digital e falou do trabalho realizado, do momento atual do futsal nacional e das dificuldades enfrentadas em não poder atuar com as escolinhas, em virtude das medidas restritivas do Governo do Estado, ocasionadas pelo coronavírus.
Ele lembrou o período que esteve comandando a casamata gramadense, a boa campanha, as amizades construídas em Gramado e agradeceu pela oportunidade recebida, o que fez voltar ao mercado e poder treinar maisuma equipe no Estadual de 2019.
“Agradecer o Gramado Futsal por oportunizar este trabalho na minha vida profissional. Fizemos um trabalho maravilhoso.Na maior parte, com atletas da região. Fiz amizades e recebi o reconhecimento. Logo após minha saída, fui treinar o Rabelo de Alvorada e terminamos em quarto lugar naquele ano. Gramado e região têm potencial de atletas e grande estrutura. Merece ter uma equipe de futsal novamente”, disse.
Sobre atletas que comandou na época, perguntado sobre Nenê (que atualmente está no futebol de campo, atuando na Série A do Campeonato Catarinense pelo Hercílio Luz), não escondeu a admiração que tem pelo atleta, que nos gramados é chamado pelo por Wellington.
“ONenê é craque. Tem um dom. Potencial fantástico. Tem meu respeito e admiração. É um dos amigos que fiz no período que estive em Gramado.Está indo bem.Arrebentando. Este garoto vai explodir. Não é previsão, vou profetizar: o sucesso está muito próximo dele”, avisou.
TRABALHO NA ESCOLINHA – Considerado um dos maiores jogadores de futsal de todos os tempos, Jorge 13, como também é chamado, possui em Taquara e Parobé a Escolinha de Futsal Jorginho 13, voltada a crianças e adolescentes. Com a pandemia, relatou como foi este período de praticamente um ano sem exercer a profissão.
“Muita tristeza, covardia. Foram 12 meses sem trabalhar. Nunca pensei em passar por uma destas. Momentos muito difíceis. Muitas pessoas fechando seus estabelecimentos, sem empregos. Abala o psicológico. É inaceitável”, relatou Jorginho, que nesta semana pôde voltar a atuar na escolinha.
FUTSAL NA ATUALIDADE – Sobre o atual momento do futsal, o treinador admitiu que é necessário acompanhar a evolução da modalidade, mas fez um alerta que em muitos momentos a teoria e “palavras bonitas” estão sendo colocadas como prioridades em relação à prática.
“Temos que entender que o mundo mudou e vai modificar mais. Antigamente,se dava mais valor à prática do que palavras e números. Ajuda,mas não ganha jogo. O que ganha é trabalho, disposição, união do grupo e organização. Muitos querem falar bonito, mas se ganha na prática, jogando bem e trabalhando”, finalizou.
Texto e foto: Tiago Manique – [email protected]
Confira abaixo a entrevista: