GIAN WAGNER
REGIÃO – A pandemia de coronavírus que atinge o mundo provocou uma ‘caça às máscaras’, equipamento de proteção individual (EPI) muito usado para ajudar na redução da proliferação do vírus. O esgotamento do produto no mercado, marcado pela recomendação de deixar estes produtos para os profissionais da saúde e quem lida diretamente com pessoas enfermas ou dos grupos de risco, fez com que a confecção de máscaras caseiras se tornasse um fenômeno em todo o planeta. O próprio ministério da Saúde informou que “além de eficiente, é um equipamento simples, que não exige grande complexidade na sua produção e pode ser um grande aliado no combate à propagação do coronavírus no Brasil, protegendo você e outras pessoas ao seu redor”, é o que diz o site do Ministério sobre o assunto.
A doutora de ciências pneumológicas, Simone de Leon Martini, da Clínica Martini (Gramado) explica que a máscara ajuda pois “o coronavírus é transmitido a partir de gotículas que são expelidas através da tosse, espirros, secreção ocular. Sabemos que um dos agravantes é que este vírus tem uma taxa de transmissibilidade alta. Um paciente infectado pode transmitir para outras 3 pessoas. E o vírus ao ser depositado em uma superfície, pode permanecer por um longo tempo na mesma. A limpeza das superfícies é essencial com álcool líquido 70%”, explica. “Com isso, a máscara auxilia na diminuição da transmissão, sendo eficaz na proteção de quem usa e de outras pessoas que estão próximas”. A doutora também reforça que “as máscaras caseiras podem fornecer algum grau de proteção, sendo que o uso de máscaras artesanais é aconselhado somente para pessoas assintomáticas”, ou seja, que não apresentam sintomas.
COMO FAZER A MÁSCARA CORRETAMENTE – As máscaras ajudam na proteção, mas ajudam mais ainda por ser uma proteção coletiva, já que evita mais a proliferação do que o contágio. “As máscaras ajudam na proteção sim, desde que feitas e usadas de forma correta. Precisamos ver a máscara como uma forma de proteção coletiva”, é o que explica a Dra. Simone.
Para ser eficiente, a máscara caseira precisa seguir algumas especificações, que são simples. É preciso que a máscara tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja, dupla face. Elas podem ser feitas em tecido de algodão, tricoline, TNT. É muito importante que a máscara seja feita nas medidas corretas cobrindo totalmente a boca e nariz e que estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.
A MÁSCARA É INDIVIDUAL!
A principal informação sobre as máscaras, sejam as caseiras ou as compradas, é que elas são de uso individual. Ou seja: não devem nunca serem divididas com outras pessoas. A máscara também não substitui o isolamento. “Um ponto que precisamos ter em mente é que as máscaras não podem ser vistas como uma medida para diminuir o isolamento social, principalmente os grupos de risco, acima de 60 anos, portadores de doenças crônicas, imunossuprimidos, não devem deixar o isolamento”, explica a pneumologista.
O uso da máscara é aconselhado para quando a pessoa frequentar algum ambiente em que haja contato com outras pessoas. “Quando estamos em um ambiente em que ocorra maior contato, como transporte coletivo, supermercado, farmácias, feiras, lojas, é importante o uso das máscaras”. Explica a Dra. Simone.
HIGIENIZANDO A MÁSCARA – Também é necessário ter muito cuidado com a higienização da máscara. “Sempre que a máscara ficar úmida ela deve ser trocada”, explica a doutora. Antes e após o uso é necessário lavar as mãos com água e sabão. “Lembrar que o álcool gel é para ser usado quando não temos a possibilidade de lavar as mãos”, reforça Simone. Após o uso da máscara é preciso lavá-la com água e sabão e passar a ferro.
CÂMARA LANÇA ‘GRAMADO DE MÁSCARA’
A Câmara de Vereadores, através da Mesa Diretora, lançou no início da semana a campanha ‘Gramado de Máscara’. A proposta é o uso de máscara em todo município, dentro e fora dos estabelecimentos. Os vereadores solicitarão um decreto municipal tornando a medida obrigatória a fim de ajudar no combate à proliferação do vírus. A proposta não foi acatada de forma unânime e, mesmo concordando com a ideia do uso de máscara, vereadores como Renan Sartori (MDB), ÉvertonMichaelsen (MDB), Dr. Ubiratã (PP), Rafael Ronsoni (PP) e Professor Daniel (PT) disseram que não concordam que seja decretada a obrigatoriedade. “A barreira de proteção respiratória é extremamente importante, visto que através das gotículas expelidas pela boca é o meio de maior transmissão do vírus.Penso que deveríamos sugerir e conscientizar a população a utilizá-las e não obrigá-las.Porém, precisamos inicialmente educar e treinar a população no sentido de utilizá-las de maneira correta, tempo de uso, acondicionamento e descarte adequado”, disse o vereador Dr. Ubiratã.