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Rita Daniela Oliveira de Souza

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ENTREVISTA PUBLICADA NO JI EM 30.07.2021

Quem é ela?

Rita Daniela Oliveira de Souza

Diretora de Comunicação da Prefeitura de Canela

Como se define?

Sou capricorniana, amiga, parceira, profissional, mãe, confidente e atualmente resiliente, muitas em uma só. Essa multiplicidade no formato de uma é o que me define para os outros e para mim mesma. Para cada momento uma delas se mostra, abrindo espaço para todas se apresentarem. O momento e a situação determinarão qual se fará presente. Alguma deixará sua marca e me tornará diferente das demais, mas todas estarão em mim, para que siga um dia bem, outros nem tanto, mas seguindo e tentando viver.

RELATO PESSOAL:

Rita Souza é natural de Canela. Nasceu em 29 de dezembro de 1978. É filha de Luiz Auri de Souza (in memoriam ) e de Eliana Oliveira de Souza e tem três irmãos: Aloísio (Fejão), Sidnei e Gabriella.

Sua trajetória escolar iniciou na Escola Municipal Ernesto Dornelles, no bairro Boeira. Depois seguiu seus estudos na Escola Estadual de Educação Básica Neusa Mari Pacheco – CIEP, onde concluiu o ensino médio e, dando seqüência cursou Relações Públicas pela FACCAT, de Taquara.

Rita mora em Canela, e trabalha na Prefeitura Municipal de Canela e tem uma filha, Anne, de 19 anos.

Seu sonho de menina e o que marcou sua infância?

Quando eu era criança e vivia com meus pais, as coisas eram muito difíceis, meu pai trabalhava na fábrica de Celulose e Papel (Rio Jordão atualmente). Durante muito tempo moramos numa casa de duas peças, até meu pai conseguir comprar um terreno no Distrito Industrial, local onde resido até hoje.

Naquele tempo eu não sabia o que queria da vida, mas percebia que meu pai trabalhava muito para sustentar a nossa família. Porém, mesmo ele trabalhando muito, sempre tinha um sorriso em seus lábios e uma coragem imensa.

O que eu gostava mesmo era ir passar as férias nas casas de parentes na localidade de Muniz, interior de São Francisco de Paula, a viagem já era uma aventura em estrada de chão, se chovia então, virava festa para mim e meus dois irmãos. Naquela época não tínhamos carro, mas um amigo do meu pai (Osmar Pereira) era quase que nosso segundo pai, nos levava e buscava, sempre fazendo com que a nossa viagem fosse muito divertida.

Chegando na localidade do Muniz, brincávamos muito. Brincávamos de carrinho, nadávamos em açudes, brincávamos debaixo das árvores, corríamos atrás do gado e nos divertíamos com muitas brincadeiras daquela época. Ao anoitecer, por ser uma localidade muito distante, não tinha energia elétrica, então ficar a luz de velas já era outra farra para mim, meus irmãos e meus primos, que eram muitos, rsrsrsrs.

Algum tempo depois, minha mãe foi trabalhar e eu assumi a casa, todos os afazeres e também cuidava dos meus irmãos.

Com meus 15 anos, fui trabalhar de estagiária num jornal local para ajudar a aumentar a renda da família. Dessa forma ajudaria nas despesas de casa.

Hoje, estou terminando o estudo que meu pai não conseguiu me dar para ajudá-lo nas tarefas da família e, essa é “minha vida, minha história”.

Vocação Profissional:

Quando e como você descobriu que tinha vocação para ser uma líder?

Nunca imaginei que teria um perfil de uma líder, era e sou tímida, brava, falo o que penso – doa a quem doer. E a quem brinque comigo que sou a “Gina Sincera”, e isso me prejudicou e prejudica até hoje no campo profissional.

Quando assumi o Departamento de Comunicação da Prefeitura, o prefeito Constantino Orsolin disse, a missão é tua e te virá e foi o que fiz.

Sou líder de uma equipe que mais parece a minha segunda família, forneço um caminho e dou orientações para que todos trabalhamos juntos na busca de um objetivo em comum. Acredito que sou responsável por monitorar o progresso da equipe, incentivar e envolver as pessoas no projeto, apontar falhas e também saber lidar com possíveis conflitos ou problemas.

O início de tudo:

Durante minha adolescência fiz estágio como telefonista num jornal local, onde me apaixonei pela comunicação, virei repórter, me dediquei a empresa jornalística por 13 anos e logo depois fui para a Prefeitura de Canela em 2009, ocasião que o prefeito Constantino Orsolin me deu o desafio de assumir a comunicação do poder público, saí em 2012, fui trabalhar como repórter e depois editora do Jornal Integração, até 2017, depois voltei pra prefeitura onde estou até hoje.

Agora me ponho a pensar em tudo que vivi, nas dificuldades de se fazer um jornal local, em uma cidade do interior, eu sou da época da máquina de escrever, da lauda, da máquina de filme, de andar a pé por toda a cidade, de sair a noite pra registrar acidentes, desastres, eventos, enfim, tempo bom que não volta mais.

No momento, só uma imensa saudade e uma grande vontade de chorar. Sinto saudade também dos amigos que me ajudaram a chegar aqui, dos que ficaram distantes e que nunca mais nos encontramos.

A responsabilidade:

É através da Assessoria de Comunicação que o Governo Municipal canelense se comunica com a comunidade, construindo as informações sobre as ações que são realizadas no dia a dia em todas as secretarias.

Tenho a responsabilidade de trabalhar com a equipe para prestar o serviço de comunicação pública, dando a devida e total transparência à gestão, sempre atuando com ética e humildade.

Temos que unificar a linguagem do governo de maneira integrada, fácil e popular, além de criar conteúdo para o site do Governo Municipal, para as redes sociais e também para a imprensa local, regional e nacional, sempre com respeito à população.

Os seus maiores desafios:
Sou mãe solteira e não me envergonho disso, criei a minha filha Anne, hoje com 19 anos, com todo o amor e carinho. Apesar das dificuldades da figura paterna, meu pai e meu irmão desempenharam bem esse papel e por isso consegui enfrentar o preconceito da sociedade e seguir meu caminho. Foi muito importante contar com o apoio da família, de amigos e do ambiente da faculdade. Isso me fez evitar uma solidão de ser mãe solteira e, como consequência, o convívio com as pessoas que nos queriam bem me fez melhor em todos os sentidos possíveis.

Em agosto de 2020, perdi meu pai pro covid, meu ponto de equilíbrio, de admiração e amor. Foi um momento muito delicado para toda a família, mas com uma tristeza imensa fomos seguindo. Como perdi a figura paterna, me aproximei ainda mais do meu noivo, tínhamos planos para a realização de grandes sonhos, como ir morar em Santa Catarina, seguir carreira solo e muito mais. Em março, os sonhos acabaram, Marcos faleceu também de covid e o meu pesadelo voltou.

Não consigo descrever minha dor, decepção e tristeza, mas com o apoio da família e amigos, sigo, um dia bem, outros nem tanto, mas seguindo e tentando viver e me adaptar as novas realidades.

No campo profissional, sigo a frente da assessoria de comunicação da Prefeitura, e o meu desafio diário é levantar da cama, deixar a minha tristeza de lado, e ir trabalhar. Meus colegas são minha fortaleza, quando estou mal, me ajudam a levar o departamento adiante e também conto com a compreensão do prefeito, vice-prefeito e secretários, pois eles entendem e admiram minha coragem de seguir em frente.

Como você consegue conciliar a vida pessoal com a profissional?

No passado era mais fácil, quando minha filha era pequena, meus pais sempre me ajudavam, mas como sempre trabalhei na área da comunicação, desde pequena levava ela em tudo que podia. Ela às vezes até se impressiona da quantidade de pessoas que conhecem “a filha da Rita”.

Com a perda do meu pai e do meu noivo o trabalho tem sido a forma que encontrei de não viver a minha tristeza. Me dedico o máximo do tempo as atividades da assessoria de imprensa, levo trabalho para casa para ocupar a cabeça, porque lidar com o psicológico confesso, não é tarefa fácil, é uma dedicação diária de querer seguir adiante e planejar uma nova fase em que me encontro.

Suas maiores conquistas:

Sou apenas uma canelense que dedica a vida por sua comunidade, família e amigos. A minha maior conquista é o reconhecimento que meu trabalho e minha dedicação têm para a comunidade e isso faz a diferença.

Para atingir meus objetivos, muitas vezes foi preciso estabelecer prioridades. Abri mão de pontos importantes, como um final de semana de folga com a família, a companhia e o carinho de pessoas queridas. Mas quando penso em quem sou hoje e o quanto tive de batalhar pra chegar até aqui, vejo que é uma conquista prazerosa que no meio de tanta tristeza, ainda sinto um pouco de felicidade.

Atualmente minhas sensações e sentimentos extrapolam o prazer da verdadeira superação. A vida me impôs dificuldades, tenho que ultrapassar meus próprios limites e derrubar barreiras físicas e mentais para alcançar novas conquistas que ainda não sei quais são ou serão.

Sua mensagem:

Paulo Coelho escreveu “Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Cada manhã traz uma bênção escondida; uma bênção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar. Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder. Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos. Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança”.

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