Alessandra de Oliveira Mattos

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Quem é ela?

Proprietária da empresa Bolsas Alessandra Mattos

de Taquara – RS

Como se define?

Uma mulher a frente do meu tempo. Tenho uma criatividade nata, sou muito corajosa, determinada, tenho muita fé e resiliência, acredito que o amor é a maior energia do Universo.  

RELATO PESSOAL:

Alessandra é natural de Porto Alegre. Nasceu em 3 de novembro de 1971.  É filha de Gessi de Oliveira Mattos e de Teodoro de Mattos (In Memoriam) e tem três irmãos: Rogério de Oliveira Mattos, Moisés de Oliveira Mattos (In memoriam) e Cristiano de Oliveira Mattos (In memoriam).

Sua trajetória escolar iniciou na Escola Marcílio Dias em Torres. Depois seguiu seus estudos na Escola Cenecista também em Torres, onde concluiu o Ensino Médio e, dando seqüência aos estudos cursou Design pela Feevale de Novo Hamburgo.

Hoje morando em Taquara, trabalha na própria empresa, Bolsas Alessandra Mattos.  É divorciada e tem duas filhas: Juliana com 34 anos e Amanda com 29.

Seu sonho de menina e o que marcou sua infância?

 Meu sonho de menina era ser Veterinária, sempre amei os animais e tinha vontade de salvar todos… Eu vim de uma família muito simples, humilde, mãe doméstica e costureira criativa (veio daí minha criatividade e amor pela arte) o pai vendedor Autônomo (de onde veio meu lado vendedora e comerciante). Com 5 anos de idade fomos morar na cidade Natal de meu pai, em Torres, onde nasceu meu irmão caçula. Infelizmente meus pais não se entendiam bem, então não posso romantizar minha infância, algumas fases foram mais complicadas, muitas vezes eu tinha que intervir entre eles, assumindo a posição de irmã mais velha, por conta disto, tive um amadurecimento precoce. Sempre fui, desde criança, muito positiva e alegre. Tirei as melhores lições que pude da infância, me tornando uma mulher forte, responsável, sabendo o que queria para a vida.

Recém completados 15 anos consegui um estágio no Banco do Brasil, então resolvi por conta sair de casa e me manter sozinha, comecei a fazer alguns trabalhos como modelo de passarela e concursos, estudar e seguir meu destino da maneira mais positiva possível, dentro da realidade que me encontrava, hoje sei que tudo isso somou para que eu pudesse construir a mulher que sou hoje.

Profissional:

Quando e como você sentiu despertar o interesse pela sua profissão?

Fui mãe aos 17 anos, ali já começava a necessidade de ter alguma renda extra ao meu trabalho diário, que na época era de recepcionista. Minha mente era inquieta, tentei vender desde cosméticos até fabricar panos de prato (um desastre). Até que aprendi sozinha a fazer umas bonecas em formato de saches, costuradas a mão, estilo porcelana. Eu fabricava e comercializava nos tempos “livres”, isto deu início ao meu trabalho como artesã e foi meu primeiro empreendedorismo, no qual ajudou muito na criação da minha filha, pois logo aos 19 anos, me separei. Eu vendia na ida para o trabalho, para bazares e particulares e nos fins de semana, eu ia expor meu produto em uma calçada em cima de um tapete, no centro da cidade.

E acredito que foi ali, quando nasceu minha primeira filha, que nasceu também uma mulher empreendedora.

O início de tudo:

 Foi quando casei, pela segunda vez, que entrei de cabeça no mundo das bolsas. Trabalhava como recepcionista em São Leopoldo, e ainda fazia as bonecas para renda extra familiar, foi então que minha sogra, que fabricava bolsas na época, teve a ideia de me dar os retalhos excedentes, comecei então a fazer niquileiras, pois estava grávida da segunda filha e pagava aluguel. isso me ajudou muito e foi ali que encontrei uma grande oportunidade de trabalhar em casa e assim acompanhar o crescimento das duas filhas, e foi o que fiz, desde então, nunca mais parei.

Ao receber uma proposta para trabalhar em Três Coroas, com bolsas de couro, em 1.999, entrei neste universo do ramo coureiro calçadista e foi acompanhando de perto a grande demanda de insumos e resíduos excedentes das fábricas da região, que comecei a idealizar coleções feitas dos couros excedentes, nesta época participei de concursos regionais, no qual ganhei prêmios como Designer Autoral, lançando a partir dali a minha própria marca de Bolsas Autorais e Sustentáveis. Nesta minha trajetória muita coisa mudou, mas o que não mudou foi a minha vontade de seguir em frente e deixar um legado às novas gerações de mulheres, principalmente se eu servir de inspiração para minhas filhas, pra mim isto não tem preço.

A responsabilidade:

Eu tenho a responsabilidade com meu trabalho, de além de criar e produzir bolsas de matéria prima excedente, eu busco incansavelmente uma moda que tenha um propósito, que deixe um legado às gerações futuras, que reconheçam a partir de minhas criações que podemos fazer algo a mais pelo meio ambiente, pela moda, pelo consumo em excesso, pois no planeta não existe lá fora, e todo lixo que produzimos aqui é responsabilidade nossa, nossas compras e nossos descartes também. Hoje eu faço bolsas para durar anos, e a proposta da minha marca, sempre foi esta, é sobre isto, desde o início. Podem conferir em meu instagram: @bolsas_alessandramattos. Para mais informações podem me chamar pelo (51) 9 8583-6155.

Sou adepta ao movimento Slow Fashion e venho implantando esta tendência no mercado nacional, acredito que agora os consumidores começaram a perceber esta necessidade do consumo consciente.

Seus maiores desafios

Eu sempre encontrei muitos desafios na minha trajetória, por começar do zero, sem capital, sem experiência, com sentimento de culpa por muitas vezes deixar as filhas e enfiar a cabeça no trabalho, ter que aprender com os erros, sem mão de obra qualificada e com diversas dificuldades.

Mas falando dos dias de hoje, meu maior desafio é encontrar representantes para meu tipo de produto, e por isso acaba que tudo se concentra em mim.

 E também a conscientização do meu público para aderirem a um produto mais sustentável. E assim, eu ocupo mais tempo tentando comover meu público do que propriamente vendendo.

São muitas as dificuldades, mas acho que estas são as mais pontuais.

Como você consegue conciliar a vida pessoal com a vida profissional

Confesso que às vezes sinto um pouco de dificuldade para conciliar tudo. Meu atelier é em casa, tenho uma empresa muito familiar e amo trabalhar, amo o meu ofício são mais de 30 anos desempenhando. Mas eu tento desopilar, saindo para viajar, me programo e tento me distrair, até porque vivo de criatividade e a cabeça tem que estar leve, assisto filmes e séries de assuntos variados, gosto muito de curtir as filhas e neta, namorar e me conectar com a natureza. Família, animais e natureza são as coisas que mais amo.

Suas maiores conquistas:

Hoje vejo na minha família a minha maior conquista, duas filhas e uma neta que são o meu mundo. A conquista para mim de verdade é ser… ser uma pessoa cada dia melhor, para mim e para meu próximo… ser amor por onde passar… ser alguém que deixou algo de bom.

Sua mensagem:

Gostaria de deixar uma mensagem de esperança, de amor e resiliência para quem estiver lendo minha história, nesta coluna tão importante para as mulheres.

Que não percam a vontade de sonhar e de acreditar, que tudo passa e que nada vem em nossas vidas por acaso, que não seja nosso.

 Nós mulheres, temos que florescer onde fomos plantadas e honrar nossas escolhas, seja ela qual for.

Gratidão por estar aqui, por esta oportunidade de contar um pouco da minha história. Finalizo lembrando uma frase que eu amo e levo para minha vida:

“Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”. Jean Paul Sartre.

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