Nenhuma cidade da região tem Procon. Que falta isso faz. Mas puxando a brasa para o nosso assado, já passou da hora de Canela ter um Procon municipal. Uma cidade com tanta demanda turística, com tanta oferta de serviços, com uma população de praticamente 45 mil habitantes e outra população flutuante de milhões de pessoas anualmente não pode não ter um Procon.
Rolante, aqui embaixo da serra, com metade da nossa população, tem Procon. Lindolfo Collor, vizinha de Ivoti, é uma cidade que tem seis mil habitantes, e também tem Procon. Hoje, se algum canelense ou turista precisa buscar seus direitos de consumidor precisa procurar o Procon RS em Porto Alegre.
E sabe o que é preciso para termos um Procon? Vontade. O custo é baixo e a unidade pode ficar autossuficiente bem rápido. E então? Algum vereador interessado em aderir essa luta?
Nove vereadores
Essa é uma briga que vale a pena para Canela. Reitero esse assunto pelo princípio da economicidade que deve prevalecer no serviço público. No quesito representação popular, quem for eleito, sejam 11 ou 9, eles vão representar toda a sociedade e defender os anseios sociais de toda a comunidade.
E hoje, mais diretamente, vou pegar no pé do vereador Marcelo Savi (MDB). No ano passado ele fez uma Indicação para reduzir de 11 para 9 o número de vereadores em Canela. Só que a Indicação é mera sugestão. Para alterar é preciso uma emenda à Lei Orgânica. Então estou provocando o vereador Savi a dar esse passo. Vamos pra briga, vereador. Faça essa emenda. A sociedade inteira vai apoiar e esta coluna será a primeira. Se isso vier a acontecer, a economia anual vai ultrapassar os R$ 150 mil.
Hospital de Caridade
Nesta semana, entrevistei o secretário da Saúde e interventor do HCC, Vilmar Santos, e o administrador do hospital Rafael Martins Ayub (veja matéria ali na página @@). A entrevista também pode ser ouvida na íntegra neste link: https://soundcloud.com/integracao-digital
Alguns detalhes da conversa de mais de uma hora chamaram a atenção desta coluna. Um deles é que não fosse a intervenção, hoje o hospital poderia estar fechado. Já pensou? Isso seria trágico.
E outro detalhe interessante vem de encontro ao público que busca atendimento na urgência e emergência do hospital. Por mês, em média, são cerca de 4 mil atendimentos. E cada paciente que entra no pronto-socorro passa por um pré-atendimento que vai classificar o grau de urgência. E, pasmem, 80% das pessoas que procuram o hospital poderiam ter seu problema resolvido no posto de saúde, o que demonstra um problema cultural em Canela.
Sim, antes que alguém me cobre, concordo que o serviço lá na UBS precisa dar esse respaldo e até ampliado. Mas voltando ao público que busca atendimento, é nítida a falta de bom senso quando vemos um cidadão chegar lá na farmácia municipal com duas receitas médicas, uma feita no posto de saúde e outra no plantão do hospital. Aí é brabo.
Um óbito no hospital
No final do mês passado, uma criança de dois meses morreu no hospital e a casa de saúde acabou sendo acusada de negligência. O secretário da Saúde foi questionado sobre este caso e respondeu que: “Clinicamente eu não tenho como responder sobre o óbito da criança, mas administrativamente as medidas que nós tomamos foi de também fazer um Boletim de Ocorrência e a pessoa responsável pelas acusações terá que esclarecer essa questão (…) o que nos estranha é que não houve nenhuma denúncia formal lá no hospital sobre este caso”.
Ainda sobre o HCC
A situação calamitosa do HCC não é novidade. A condição financeira no hospital está na UTI há tempos, com o perdão do trocadilho. E a Prefeitura viu a intervenção como a única alternativa para evitar o fechamento. Bueno, necessário ponderar que quando Constantino Orsolin assumiu esta gestão, em janeiro de 2017, o hospital estava sob intervenção municipal e ele considerou que deveria encerrar aquela intervenção. Dois anos e quatro meses depois precisou intervir novamente.
Das duas, uma: ou foi uma decisão política unilateral, ou a intervenção foi levantada porque as contas do hospital estavam em total equilíbrio. Vamos levar em conta que tenha sido pelo equilíbrio das contas. Mas se estavam equilibradas, poucos meses depois já havia degringolado tudo novamente e a problemática veio se agravando até esta nova intervenção. Ou seja, esta intervenção que está aí vai durar pelo menos um ano, vai equilibrar as contas, Prefeitura vai tirar o time de campo, e dentro de mais um ano e pouco lá vamos de novo para outra intervenção…
O novo hospital
Na próxima segunda-feira, às 19h, o prefeito Constantino Orsolin estará pessoalmente na Câmara de Vereadores para entregar o projeto de lei que “autoriza o Município a permutar imóvel com particular, por área construída”.
Para a Prefeitura dar andamento às intenções de trocar a área onde estão as ruínas do cassino pela construção do novo hospital é necessário uma autorização dos vereadores por meio de um projeto de lei. Com a aprovação legislativa será possível evoluir nas negociações.
Se a moda pega
Você já deve saber que a responsabilidade do calçamento em frente de cada residência é do proprietário do endereço, certo? Pois bem, em Porto Alegre, segunda-feira, a Secretaria de Infraestrutura começou a multar os 574 proprietários de calçadas no centro histórico por conta de problemas como manutenção do pavimento e obstáculos para a passagem do pedestre como arbustos, caliça, canteiros, degraus, raízes e floreiras.
No caso mais comum, que é falta de manutenção do passeio público, a multa varia entre R$ 347,31 até R$ 1.736,56. A definição do valor da multa varia conforme a metragem da calçada e a extensão danificada. Já pensou se aqui em Canela a Prefeitura resolvesse multar os proprietários que não cuidam do passeio público em frente de suas casas? Isso ia dar o que falar.
Em tempo: Não me venha com esse papinho de que paga os impostos e coisarada e tal e que isso é obrigação da Prefeitura. O cidadão também tem deveres para viver em sociedade. Se tu não é capaz de fazer um mínimo de força para deixar o lugar onde tu mora em condições para que tu te sintas bem, então tu tem que tomar ferro mesmo, ok?