O Partido Progressistas (PP) de Gramado, que celebra a eleição de seu prefeito Nestor Tissot pela quarta vez, pode estar se deparando com um novo desafio em sua trajetória política. O vereador Rafael Ronsoni, que obteve 2.714 votos na última eleição, pode virar um dos maiores opositores dentro do próprio partido. A situação se torna ainda mais intrigante quando se considera que, logo após as eleições, Ronsoni anunciou sua pré-candidatura à prefeitura para 2028, no dia seguinte à eleição deste ano, destacando suas contribuições à comunidade como vereador. Essa movimentação deixou claro a sua vontade: ser o próximo prefeito a partir de janeiro de 2029.
Os primeiros sinais de atrito
A tensão entre Ronsoni e o PP não é novidade. Desde antes da eleição, já havia indícios de desentendimentos internos, mas a situação se tornou mais evidente após o anúncio de sua pré-candidatura. A concorrência interna se intensificou quando o vice-prefeito Luia também se lançou como pré-candidato a prefeito para 2028. A presença de dois postulantes ao cargo de prefeito dentro do mesmo partido cria um ambiente propenso a conflitos. Os corredores dizem que há duas alas internamente: uma que quer Ronsoni como prefeito e outra que não quer.
A presidência da Câmara
Logo depois, Ronsoni apontou que gostaria de ficar na Câmara, almejando a presidência da Casa neste primeiro ano, o que não deve ocorrer. O resultados das articulações do Progressistas indicam que Ike Koetz será o presidente, deixando Ronsoni no escanteio.
A pergunta que fica é: o PP acerta ao deixar Rafael Ronsoni de lado, neste caso?
Riscos e oportunidades
A decisão do PP de ignorar o potencial de Ronsoni pode ser a ruína. Ele já demonstrou ser um líder com capacidade de mobilização, e sua proximidade com a comunidade o torna uma figura respeitada. O partido corre o risco de subestimar a força de um vereador que, todas as vezes que se candidatou conseguiu votações expressivas. Se não houver um manejo cuidadoso dessa relação, o PP pode estar alimentando um opositor substancial que pode ameaçar sua hegemonia política em Gramado.
Um comparativo
Para contextualizar a grandeza política de Rafael Ronsoni, é interessante fazer uma comparação com outros candidatos. O segundo colocado nas eleições municipais, à majoritária, Renan Sartori (MDB), recebeu 3.100 votos, apenas 386 a mais do que Ronsoni, que se destacou como vereador. Essa proximidade nas votações evidencia que Ronsoni possui uma base de apoio sólida, o que pode se traduzir em um eleitorado significativo para uma futura candidatura para a majoritária. Assim, o PP precisa refletir cuidadosamente sobre como lidar com essa nova realidade política, considerando que a gestão dos próximos quatro anos será marcada por disputas internas e um cenário de crescente rivalidade.
Em resumo, será que a ascensão de Rafael Ronsoni como um opositor do PP deve ser subestimada?
Sondado
Chegou até a coluna que Ronsoni já está sendo sondado por outros partidos que vislumbram esse cenário. Até agora é somente isto, já que a mudança de sigla pode ser feita somente em março de 2028 quando ocorre a janela partidária sem Ronsoni perder a sua cadeira na Câmara.
Pelo que chegou, há partidos tanto de situação quanto de oposição interessados em contar com o vereador mais votado da história de Gramado em seu time. Outra questão curiosa, é que Ronsoni é um dos maiores, se não o maior, atrativo de filiados que estariam dispostos a migrar junto com ele.
A disputa em 2028
A perspectiva de uma disputa entre Rafael Ronsoni e Luia em 2028 traz à tona um dos mais intrigantes cenários políticos que Gramado poderá ver. Se Ronsoni, com sua base de apoio crescente, se consolidar como candidato a prefeito, estaremos diante de uma batalha que pode definir o futuro político da cidade. Essa disputa não será apenas uma questão de candidatos, mas uma verdadeira prova de força entre dois dos maiores políticos locais.
O PP e sua tradição política
Por outro lado, o PP, um partido com uma longa trajetória de conquistas e representatividade na cidade, ainda conta com uma gama de nomes que podem ser considerados prefeituráveis. A força do partido reside em sua capacidade de unir experiências e lideranças que já provaram seu valor em diferentes esferas. Contudo, o desafio será manter essa coesão interna em meio a uma possível rivalidade com Ronsoni. O PP terá que demonstrar que, além de sua tradição, ainda possui a capacidade de inovar e se adaptar às demandas atuais da população. Lembrando que isso tudo são cenários hipotéticos. Até lá, tudo pode acontecer.
Todos podem almejar
Ao Integração na semana passada, Nestor apontou que não há problema os nomes do PP, sem citar nomes, almejarem voos maiores e que não há nada de mal buscar esse objetivo. Até onde sei, o atrito entre o partido Progressistas não passa pelo prefeito Nestor, mas pela própria sigla.