Serão R$ 4,9 bilhões do Tesouro Nacional a serem investidos na campanha para prefeitos e vereadores. Os recursos serão distribuídos da seguinte forma: 2% igualmente entre todos os partidos; 35% entre as siglas com ao menos um deputado; 48% entre as legendas na proporção do número de deputados e 15% entre os partidos na proporção do número de senadores. Ou seja, as agremiações que obtiveram mais votos na eleição anterior têm direito a uma parcela maior do fundo eleitoral. Já ouviu a frase “quem é rico cada vez fica mais rico”. Este é o típico caso. Quem já tem mais deputados e senadores abre, através de campanhas bem patrocinadas, a oportunidade de crescer ainda mais.
Recurso que não chega
O maior problema, além do alto investimento, é que este recurso não chega à base. Na eleição passada tivemos 180 candidatos entre os dois municípios e desta feita deveremos ter um pouco menos, calculo que uns 150, já que diminuiu o número de candidatos por sigla. Na eleição passada não chegou nenhum valor para eles e desta vez, ao que se pode esperar, nada de novo. Ali sim seria um valorzinho bem investido, pois muitos não têm recurso e fariam uma melhor campanha se pudessem contar com algum valor.
Eleição aberta
Aqui em Gramado a própria oposição reconhece a dificuldade de vencer o Nestor na reeleição. Mas, e sempre existe um mas, não se pode contabilizar os pontos antes do jogo ser jogado. O eleitorado gosta de um furdunço, de confusão e azaração.
Já em Canela o sistema é bruto. Ali, como disse o Paulo Tomasini ao colunista, na quarta; “Muita coisa vai acontecer na política de Canela ainda nos próximos dias”. Constantino até poucos dias tinha convicção de que faria o sucessor, mas com os novos acontecimentos não sei se ele mantém o nível de confiança. Esta semana chegou à coluna a possibilidade de o ex-prefeito de dois mandatos, CleoPort, voltar a concorrer pelo PP, coligado com o Republicanos, e quem sabe mais algum partido. Com Savi (MDB), Gilberto Cezar (PSDB) e o Cleo de volta, tumultua o cenário, mais ainda. E o prefeito em exercício, Jefferson Oliveira, que poderia ser um nome de consenso no MDB, só quer saber de falar da eleição de 2026, quando pretende concorrer a deputado estadual.
Comissão de ética
Os vereadores Rodrigo Paim, Renan Sartori e Professor Daniel é que darão continuidade ao processo de cassação contra o vereador do Progressistas, Volnei da Saúde. Eles precisam analisar a denúncia trazida à Câmara e pedir a manifestação do acusado. Esta semana mesmo Volnei deve ser, ou ter sido, notificado pela comissão e a partir dali ele tem 15 dias para se manifestar. Após isso o relator da Comissão de Ética, vereador Paim, faz seu relatório, finalizando a questão ou pedindo mais investigação. Caso siga a investigação o vereador terá tempo para produzir provas da sua inocência. Segundo o procurador-geral da Câmara de Vereadores, Felipe Catani, o processo todo deve demorar cerca de 90 dias até ir a plenário, caso chegue a este ponto.
Dois terços
Para que Volnei seja cassado, caso chegue à votação, são necessários seis dos nove votos. Assim, como seu partido, o Progressistas, tem quatro vereadores, pelo menos um deles terá de votar favorável à cassação, contra seu correligionário. Lembrando que são necessários seis votos, de nove cadeiras, portanto, independente de quantos vereadores estarão presentes e de haver abstenções. O vereador acusado participa da votação, mas pode se abster. Em outra leitura, se os quatro vereadores do PP se absterem, não há como cassar o mandato de Volnei.
Comissão isenta
Os nove vereadores da atual legislatura representam quatro partidos, por enquanto (Progressistas, PT, PSDB e MDB). Dos quatro do Progressistas, dois são suplentes e não devem mais compor a Câmara até a votação, pois darão lugar aos titulares até o dia 05 de abril. Por isso Joel Reis e Neri da Farmácia abriram mão de participar da Comissão e também pelo fato de serem correligionários do acusado. A vereadora Rosi também abriu mão, pelos mesmos motivos, mesmo sendo ela titular. O vereador do PSDB, Celso Fioreze, também manifestou desinteresse em participar e por isso são dois do MDB, Renan e Paim, que formam a comissão junto com o vereador petista, Professor Daniel. O presidente da Casa, Cicero Altreiter, também não pode participar, pelo cargo.
A acusação
Na edição de sexta passada esclareci bem, com bastante detalhes a acusação e a defesa do vereador. Apenas para os que não leram aquele texto, resumo novamente: Uma mãe trouxe à Câmara uma denúncia de que o vereador teria cometido um ato libidinoso, contra sua filha, em 2019, quando ela tinha 06 anos. O vereador teria cometido tal ato com a criança no colo, na presença dela e do pai da menina. A criança teria contado o caso à mãe somente em 2023. A perícia psicológica, juntado à denúncia, segundo fontes da coluna, atestaria a veracidade do relato da menina, que hoje tem 10 anos.
O vereador diz ser um ato pensado pela denunciante em vingança por um outro fato que envolve ambos e mais um familiar dela, em caso de abuso contra menor, que levou tal familiar à cadeia. Volnei diz que tem como comprovar sua inocência, pois nunca pegou tal criança no colo e que esteve na casa da acusadora apenas uma única vez, um ano antes, em 2018.
Sem acesso
Destaco, mais uma vez, também, que a imprensa não teve acesso aos autos da denúncia. A Comissão de Ética promete avaliar a liberação deste acesso após esta primeira fase que é o manifesto do vereador Volnei e o relatório do Paim sobre se deve seguir adiante a investigação, ou arquivar o processo.
No lixo
Como disse Volnei na tribuna na sessão extraordinária em que foi aprovada a aceitabilidade da denúncia, inclusive com o voto favorável do próprio, se a intenção é colocar o nome dele no lixo, essa denúncia causou este efeito. Por conseguinte, não deverá concorrer à reeleição, abrindo uma vaga no PP, que tem nomes sobrando. Imagina-se que o secretário da Saúde, Jeferson Moschen, ocupe esta vaga, já que fica na área da Saúde, onde atuava o vereador.
‘Tremenda armação’
Na sessão extraordinária de quinta passada, dia 18, para a votação da aceitabilidade da denúncia, Volnei da Saúdeusou a tribuna para apresentar sua explicação a respeito. Para ele, trata-se de uma “tremenda armação”, com o objetivo de jogar seu nome no lixo, “e assim conseguiram”, expressou. Lamentou que após tantos anos de vida pública para construir uma história, do nada, “cai um turbilhão desses na sua cabeça”. Disse que não tem nada a temer, que vai provar sua inocência e que continua a mesma pessoa, que segue de cabeça erguida, podendo olhar cada um de olho a olho.
PT realiza reuniões
A coluna fez contato esta semana com o presidente do PT gramadense, Gilnei Benetti. Perguntei sobre a organização do partido para o pleito, sobre possível candidatura à majoritária, coligação, e sobre a saída do Professor Daniel. A resposta obtida é que o partido está se reunindo e que vai anunciar os nomes oportunamente. “Estamos nos reunindo, preparando nossa nominata e no momento oportuno vamos dar conhecimento!”. Sobre a saída do vereador Professor Daniel Beneti respondeu: “Foi decisão pessoal”. Claramente o presidente não estava afim de abrir muito seus planos.
Notícias falsas
Estamos na era da IA, Inteligência Artificial, e também no auge das informações falsas, mais conhecidas como Fake News (feiquenius). Muito reclamamos disso, em Gramado, recentemente quando dos temporais, na metade de novembro. Mas nós gostamos de uma informação ruim, hein? Puxar para baixo é muito mais fácil do que para cima. Está sendo assim com a Vakinha do Hospital, tem quem adora dizer que o Natal Luz foi o pior de todos, outros dizem que vendeu menos ingressos que o ano passado (fake) e por aí vai. Como diz o instrutor: cuidado com o que você pensa…