Na minha visão o Brasil perdeu e muito com a eleição do conhecido Lula. Fico pensando como seria se dividíssemos o Brasil em duas partes e pedíssemos para cada um escolher se vai pro lado do Lula ou do Bolsonaro. De certa forma isso seria uma forma democrática de resolver a questão, não é? Tenho a impressão que o lado do L, ficaria só com ele e a Janja. Afinal de contas, quando morre o boi o carrapato…
Só um, no máximo dois
O presidente eleito obteve apenas um voto declarado de vereadores de Canela, o de Vellinho Pinto. E, talvez, muito provavelmente, o de Jerônimo Terra Rolim, ambos do PDT. Os outros nove todos abriram voto a Bolsonaro. Vellinho demonstrou-se animado com a vitória de Lula na sessão de segunda-feira. Disse que na época de Lula vinha muito recurso para Canela e espera o mesmo novamente. Sinceramente não fiz este levantamento, mas o vereador poderia relatar quais investimentos vieram no período. O que lembro é que Lula assumiu exatamente no ano de fundação do Integração e que Vellinho ainda tinha dois anos do seu segundo mandato consecutivo e a comunidade não via a hora de chegar logo ao fim. Tanto que seu indicado para sucessor pelo PDT fez nada mais do que 7% dos votos. Quanto ao tão bom que foi este tempo, espero que apresente na próxima sessão a relação dos investimentos.
Vagabundos baderneiros
O vereador Jerônimo Terra Rolim, a julgar pela sua fala de segunda-feira na tribuna, também acabou votando no Lula para presidente. Se isso for verdadeiro, terá de mudar seu discurso anticorrupção. Os bolsonaristas já o estavam admirando pela sua fala, mas pelo que disse segunda-feira acho que melou. Jerônimo chamou os manifestantes de vagabundos, baderneiros e sem noção.
Era só imprimir
Quanto a questão das manifestações às considero justas e necessárias, com exceção ao trancamento das ruas. Durante todo o período a campanha de Bolsonaro só foi prejudicada pelo judiciário eleitoral. Nem as imagens do Sete de Setembro permitiram usar. Até as lives em sua residência foram proibidas. E nenhum dos itens da direita foi atendido. Só o voto impresso colocaria fim na discussão, mas nem isso atenderam e portanto é permitido desconfiar. Afinal de contas quem não se lembra da campanha contra o voto impresso do então presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, no Congresso e o que disse quando voltava de lá “uma eleição não se ganha, se toma”. Se não há nenhuma má intenção é só ser transparente. Atender o voto impresso teria calado a direita e agora era só abrir sete ou oito urnas aleatórias por município, bater com o extrato impresso e esfregar na cara dos bolsonaristas. Mas não, o TSE não tem como provar nada. Simplesmente temos de aceitar o que dizem e pronto. Ademais, como acreditar que o povo mudaria retrocedendo a era da “cleptocracia”, para ficar na palavra do ministro do STF da época, Gilmar Mendes, se as coisas estão tão bem encaminhadas apesar das crises mundiais do Covid e da guerra entre Rússia e Ucrânia? Pensem, o HCC deu lucro nestes dois anos de tanta grana que o governo Federal mandou.
Máfia dos médicos
Certo dia conversava com um médico dos mais antigos já e ele me contava como foi difícil se encaixar por aqui quando veio após formado. “Eles (os mais antigos na época) não aceitavam novos médicos. Tive que contar com um amigo para me dar uma força”, explicou. Incrivelmente esta semana uma pessoa do meio me relata que até hoje isso não mudou. Quem está dentro do sistema faz de tudo para evitar a entrada de novos.
HCC agora vai
Eu até escrevi outro dia que o Constantino iria resolver o caso Hospital de Caridade, tão falado nos últimos anos. Eu percebia tratar-se de uma espécie de questão de honra para ele. E confesso que em alguns momentos cheguei a duvidar disso. Pois após a intervenção foi justamente que aumentou as más conversas a respeito da Casa de Saúde e com a Operação Caritas parecia tudo terra arrasada. De maneira que quando chamou a coletiva de imprensa de terça-feira com o assunto HCC, fiquei meio desconfiado, que seria mais uma conversa sem muito fruto. Mas não, desta vez estou confiante que logo ali o nosso HCC sairá das rodinhas de fofoca para as prozas dos que contam vantagem. Até mesmo a Cáritas cada vez mais se tem certeza que o prejuízo moral foi maior do que o material. A investigação era necessária, foi boa, corrigindo o que precisava, mas a divulgação foi muito ruim. Dava a ideia de que aquilo era um antro. E não é!
Efeito de positiva
Com os acordos em dados gerais a dívida do hospital com impostos e FGTS baixou de aproximadamente R$ 16 milhões para R$ 6 milhões e está sendo parcelada em aproximadamente R$ 65 mil por mês, as duas juntas (Previdência e FGTS). Assim, imediatamente após assinado o acordo saem as certidões negativas, com efeito de positivas, e a casa de saúde estará habilitada a receber verbas públicas, como por exemplo emendas parlamentares.
Lucro de quase seis milhões
Os dois anos de pandemia por mais irônico que possa parecer fizeram bem ao HCC. Em 2021 o lucro foi de quase seis milhões de reais, o que rendeu altos e ótimos investimentos na estrutura de atendimento, incluindo a máquina de tomografia e a de raio X, que mudaram a dinâmica da casa de saúde. Mas foi muito além, teve reforma e pintura de paredes, aquisição de móveis, enfim, mudou a cara do HCC. Como disse o Constantino na coletiva de terça-feira “quando vier a pintura externa” podem dizer que ali tem um hospital completo, maravilhoso.
Gestão municipal
Com tudo arrumado o município perde a pressa para entregar a gestão do HCC, levantar a intervenção. A ideia agora é contratar um gestor com experiência, mas só como funcionário. Até porque as propostas que a Prefeitura recebeu custariam muito mais caro do que seguir cuidando. A última proposta veio do Hospital Ana Nery; era para o município repassar R$ 2.325.400,00 para atuar com 217 funcionários e mais R$ 211,4 mil como taxa administrativa. E não incluiria nenhuma cirurgia eletiva. Então o negócio é arregaçar as mangas e trabalhar.
Gestão ‘despolitizada’
A contratação de um gestor é para evitar a contaminação política, segundo o prefeito. Constantino relembrou como vinha sendo durante estes anos todos que levaram o HCC ao buraco. Nestes tempos sempre o prefeito eleito indicava o presidente do HCC, isso para ser alguém com proximidade a ele para pleitear mais verbas e, também para abrigar alguns cabos eleitorais quando lá na prefeitura o cabide de CCs já estava lotado. Foi assim desde o tempo do Vellinho (1997 a 2004) e até bem recentemente pois quando teve a intervenção em 2019, quem foi para lá? Vilmar Santos, presidente do MDB, para ser o interventor e o que deu todos sabemos. Bom, sabendo onde é o furo na bala é hora de iniciar o processo de cura. Se tem remédio, cedo ou tarde é bom que se faça o tratamento.