36×140 é muita coisa
Tenho que concordar em partes com o vereador Jerônimo sobre o projeto aprovado na sessão passada autorizando a ‘Nasa”, o Parque da Nasa, a colocar o ‘toten’, ou estátua, em formato de foguete espacial de 36 metros em frente ao prédio, onde era a Auto Canela. A lei permite, segundo o vereador, 2,5 metros. A fachada está autorizada a passar de 7 para 140 metros quadrados. É muita coisa. Acho que estes empresários poderiam articular melhor isso para que quando chegue na hora da votação não seja necessário este tipo de discussão que ocorreu na Câmara segunda-feira.
Tem que ter moral
Já quanto ao voto contrário que o referido vereador fez, não tem moral para tal. Conforme ele mesmo disse, na mesma fala, votou a favor da estátua da Liberdade na Havan. Disse que foi por pressão pois na época era da situação (base governista). Ora, não justifica. Fato de ter se arrependido também não justifica, pois vejamos, ali nas proximidades tem a Havan e a Roda Gigante, que é ainda mais alta (66 metros) que está sendo construída. Então ficaria discriminatório negar à ‘Nasa’ executar seu projeto na plenitude. Se ficar parecendo uma Las Vegas, tudo bem.
Não precisa de dinheiro
Jerônimo tem feito manifestos bem avessos nas sessões. Tenho feito neste espaço a devida crítica para o bem da comunidade. Reiteradas vezes tem feito parecer que a Prefeitura tem tanto dinheiro que não sabe o fazer com todo ele. Na última sessão foi ainda mais enfático, se colocando contra o pleito de recursos federais, como as emendas parlamentares e verbas dos ministérios e mencionou o quanto tem hoje no caixa da Prefeitura, que passaria de R$ 78 milhões.
In-sanidade
O prefeito tem sim destacado e apresentado números verdes em suas prestações de contas, mas nada que permita aliviar o freio, o enxugamento da máquina, são recursos necessários para dar a volta. E o fato de neste período do ano ter um pouco mais de dinheiro em caixa, todos devem entender, especialmente os vereadores. É neste período do ano que mais entram recursos próprios de taxas e impostos, como o IPTU que fica 100% no município e o IPVA, que fica 50%. Mas se não cuidar agora chega outubro, novembro e não terá nem para a folha. Então fazer estas alusões é só para criar uma ideia que não confere com a realidade na população.
Parque do Palácio
A Prefeitura tem reunião hoje com o Ministério Público sobre sua intenção de permutar o Centro de Feiras pela construção de um Centro de Eventos no Parque do Palácio. Há todo um mal-entendido sobre o projeto que está com os vereadores. Aparentemente o Executivo não articulou suficientemente com a comunidade antes de enviar o projeto. Há tantas pontas soltas que talvez nem seja mais possível amarrar todas. De todos que se manifestaram na Audiência Pública na Câmara de Vereadores, semana passada, atento para a fala da presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil da Região das Hortênsias, Dominique Vighi. Com a sua fala dá para entender que a Prefeitura precisa discutir um pouco mais o assunto e quem sabe retirar o trâmite de urgência do projeto na Câmara. A maioria dos manifestantes daquela reunião, porém, estava apenas olhando para o seu próprio umbigo, criando uma discussão estéril.
Puxa e empurra
Quanto ao que disse o governador, nada a ver. Claro que não foi ele que pediu para fazer um Centro de Eventos ali. Ele nem era o governador, e todos sabemos que ele muda de opinião a bel prazer. Quem pediu foi sim a Prefeitura, pois esta é uma necessidade do município, ter um local ideal para feiras, congressos e eventos em geral. Então a ida ao governador é coisa de quem não tem nada o que fazer. É bem mais simples, só conversar aqui em Canela e se não for interesse no Centro de Eventos, devolver a área ao Estado. Até porque o município não tem nada que investir duzentos mil por mês, como disseram os vereadores, para fazer trilhozinho de caminhada de rico, como aqueles que se aposentaram ganhando muito bem, no Estado, na prefeitura de Porto Alegre etc., virem aqui conduzir seus cachorrinhos perfumados. Se não for para a produção, que seja mesmo devolvido. A exemplo do aeródromo, que deve sim ser devolvido ao Estado para custeá-lo.
Canela não está preparada
O Município de Canela não vai poder aproveitar essa oportunidade. Tem o lugar e o recurso através desta permuta, coisas raras. Tem a demanda, como dito pelo presidente do Convention, Enzo Arns, na audiência pública. Nosso Convention é o que mais capta eventos corporativos (congressos de Direito, Saúde, de empresas) e tem pouquíssimos espaços, e um deles, a FAURGS, acabou perdendo há pouco. Mas Canela ainda não entende tanto assim.
Como disse Marcio Carvalho, em nome do Instituto Cultural Laje de Pedra na referida Audiência Pública: “Sim, é a última reserva do planeta terra de campos de altitude em território urbano”. Claro, todas as demais cidades do planeta terra construíram e moram no “território urbano”. Só lembrando que dos nove hectares (90 mil m²), mais um e pouco que o prefeito quer permutar com o Estado e assumir também a área aguada, somente seis mil metros seriam construídos.
Habitação popular
Na sessão passada o vereador do PDT, Jerônimo Terra Rolim, sugeriu vender à dinheiro o Centro de Feiras e comprar comida para os pobres. Já na última sessão o vereador do MDB Alberi Dias, sugeriu vender e construir um prédio para habitação popular. Cogitou que daria para umas duzentas famílias serem atendidas, umas mil pessoas. Até ali é que Canela consegue pensar. Dali em diante a coisa anda devagar…
Fechando o tema
Para conversar com os leitores e deixar clara, mais uma vez, minha posição sobre a permuta, de forma serena. Canela precisa de um Centro de Eventos, é bom, vai render dividendos para toda a sociedade. Acredito que o Parque do Palácio é o lugar ideal e que o antigo Centro de Feiras, que está às ruínas, pode ser vendido, trocado, repassado para este fim. A fórmula, tanto do projeto novo, quanto da venda/permuta do Centro de Feiras, pode e deve ser discutida com a sociedade. Como disse a Dominique Vighi, fazer um concurso público para a arquitetura, algo assim, para envolver os diversos setores, afim de que se sintam parte. E isso faltou da parte da Prefeitura, que ainda pode recuperar isso. Mas não pensemos que tem muitas oportunidades, muitos lugares para o Centro de Eventos, não. É uma oportunidade única! É assim que devemos pensar. Devemos unir forças e fazer algo incrível, com participação de todos, desde partidos políticos, entidades de classe, associações, pois trata-se da mais importante obra dos últimos tempos para o município. Coragem, Canela!
Perguntinha:
Você acha que Canela consegue se unir em prol de um de um objetivo como o Centro de Eventos?