Coluna publicada no dia 31/07.
Vivemos tempos sombrios no que diz respeito às redes sociais. Alguns canelenses e gramadenses — e aqui falo da nossa região, mas que sirva como espelho de um Brasil inteiro — têm dado demonstrações preocupantes de intolerância, desrespeito e, principalmente, ódio gratuito. Basta uma publicação ser feita para que os julgamentos comecem antes mesmo de o conteúdo ser interpretado. Aliás, interpretar virou algo raro. Muitos se prendem a manchetes, leem títulos e comentam com raiva.
Exemplos por aqui
Cito isso, pois desde a semana passada algumas publicações nossas nas redes sociais, tem gerado de algumas pessoas uma revolta descabida. Ficam derrubando uma enxurrada de críticas, mas sem entender o que está escrito. Claro que toda crítica, sendo de forma respeitosa e com argumentos plausíveis, sempre serão aceitas. Agora carregado de ódio é repugnante.
Boxeadores de rede social
Não se trata apenas de uma má educação digital. É um reflexo de corações carregados de mágoa e frustrações. Muitos encontram na internet aquilo que, talvez, não tenham coragem de dizer pessoalmente. E pior: há quem dissemine mentiras propositalmente, com a intenção clara de prejudicar alguém que não gosta. Gente que compartilha inverdades sabendo que está agindo de má fé. Essa prática tem nome: é crueldade e maldade.
Classes sociais e profissões
Importante dizer que esse comportamento não está restrito a uma classe social, a uma profissão ou a um espectro político. Está em toda parte. Há empresários, médicos, jornalistas, estudantes, religiosos, advogados, influenciadores e políticos entre os que alimentam esse ciclo de destruição verbal. E, para ser justo, é claro que não são todos. Longe disso. Ainda há — felizmente — pessoas sensatas, ponderadas e éticas. Mas o barulho dos intolerantes tem sido alto.
Sabendo usar é saudável
As redes sociais, que deveriam ser um espaço de troca, informação e aprendizado, viraram uma espécie de tribunal, onde poucos se preocupam com provas e muitos se baseiam apenas em achismos, raiva e desinformação. O julgamento virou prática comum.
Respeitar
Não se trata de pedir para que todos concordem com tudo. Divergir é natural e saudável. Mas é possível discordar com respeito. É possível criticar com argumentos e não com ofensas. É possível usar as palavras para construir e não para destruir. A pergunta que fica é: até quando vamos normalizar esse comportamento? Até quando vamos tolerar que a internet seja usada como instrumento de ódio? O que estamos ensinando às próximas gerações quando mostramos que gritar, humilhar e mentir são formas legítimas de se posicionar?
Pênalti absurdo
Quero acreditar que o senhor Tiago Rodrigues, não tenha conseguido dormir na noite de ontem, quarta-feira (30), pelo erro inacreditável que cometeu. No último lance do confronto entre Gramadense e Novo Hamburgo, pelas quartas de final da Divisão de Acesso, na Vila Olímpica, o atacante Gustavo Sapeka foi derrubado dentro da área, mas a arbitragem não assinalou pênalti e encerrou a partida em seguida. O recorte do lance logo ganhou as redes sociais, inclusive está em nossos perfis no Facebook e Instagram. Torcedores de outras equipes ou quem não trem identificação com algum clube do interior, foram praticamente unânimes e ficaram incrédulos com a não marcação da penalidade. O árbitro foi cercado pelos jogadores e comissão técnica que teve que sair de campo escoltado pela Brigada Militar. Não sou favorável a violência, mas se saiu desta forma e pelo tamanho da revolta é que errou e muito.

O que fazer?
De forma prática não tem muito o que ser feito em relação a partida. Mas é necessária atenção total para a partida de volta marcada para domingo (3), 15h, no Estádio do Vale. O jogo vale vaga na semifinal da Divisão de Acesso e passando para esta fase fica a dois confrontos da elite do futebol gaúcho. Então a importância é gigante desta partida. É preciso que seja uma arbitragem ao nível de Jean Pierre Lima ou Róger Goulart ou até com mais graduação. Gramadense tem que cuidar de todos os detalhes, dentro e fora de campo. A pressão de todos os lados será grande. Dentro de campo temos todas as condições de vencer, mas nestes momentos de decisões o fora das quatro linhas também ganha jogo.