Foi publicado no Diário Oficial da União, segunda-feira, a decisão do Ministério do Turismo que coloca Caxias do Sulcomo uma cidade pertencente a nossa Região das Hortênsias. Essa inclusãoé vista com entusiasmo pelos secretários de turismo da região, exceto Gramado.
Por enquanto esta coluna se posiciona igual Gramado. Embora, na prática, isso seja mera formalidade. Mas nada me impede de amanhã ou depois ser convencido, com números e bons argumentos, de que essa inclusão represente uma mudança positiva para nossa região, mas por ora estou duvidando. O que penso a respeito é o que disse para um amigo lá de Caxias essa semana: “Pra tua cidade é ótimo, pra nós é queimação de filme”.
A matriz econômica de Caxias é a indústria. Inegavelmente existe lá um potencial turístico muito forte com belezas naturais, boa gastronomia, muita história e cultura, mas isso nunca foi bem aproveitado. E a explicação é simples, a economia de Caxias não depende do turismo e por isso nunca desenvolveuesse lado.
Anotem, ou melhor, recortem esta coluna e me cobrem. Isso não vai durar. O Ministério do Turismo revisa o Mapa Turístico a cada dois anos e talvez nem seja já na próxima revisão, mas logo ali adiante Caxias voltará à região da Uva e Vinho, de onde nem devia ter saído.
Caxias na Região das Hortênsias II
Segurança pública é um fator observado quando uma família está decidindo seu destino de férias. E nossos índices criminais são relativamente baixos. Em homicídios, por exemplo, a Região das Hortênsias tem em média 10 ou 11 por ano. Com a inclusão de Caxias, nossa região passará a ter média anual de mortes violentas muito elevada. Para se ter uma ideia, conforme os indicadores criminais da Secretaria Estadual de Segurança Pública, no ano passado, Caxias teve 89vítimas de assassinatos, em 2017 foram 95 e em 2016 aconteceram126 mortes violentas. Certamente a ideia é continuar falando uma linguagem regional, né? Então estamos lascados…
Caxias na Região das Hortênsias III
Em um perfil no Facebook de um caxiense eu observei as respostas à seguinte questão: “E Caxias na Região das Hortênsias, o que me dizem?” As dezenas de respostas são, em suprema maioria, de contrariedade. A falta de diálogo e amadurecimento deste tema em conjunto é monstruosa. Ao acompanhar a repercussão do assunto nos últimos dois meses percebeu-se que os próprios caxienses não queriam essa mudança. Ficou claro que isso é ideia do prefeito Daniel Guerra e sua Secretaria de Turismo. E sempre que as coisas acontecem desta maneira sabemos que não há como vingar. Mas para fechar o assunto, compartilho essa reação criativa e espirituosa que vi no perfil do Facebookdo Milton Corlatti de Caxias…
Parque do Caracol
A privatização do Parque do Caracol está dando pano pra manga. E nem podia ser diferente. Mas pra começar essa prosa, é pertinente esclarecer que o parque vai continuar sendo público. O que se cogitou fazer é conceder para a iniciativa privada alguns serviços dentro do parque, como brinquedos, restaurante, etc., a ideia é ampliar serviços.
Dito isso, quero compartilhar aqui um diálogo que tive com o vice-prefeito Gilberto Cezar, aliás, prefeito em exercício até o final do mês. Destaque para dois pontos: o primeiro é que Gilberto marcou um encontro com o governador Eduardo Leite, seu colega de partido, para o início de setembro, para tratar deste assunto e entender de fato qual é a ideia do governo com relação ao Caracol. “Até o momento ninguém falou em privatizar o parque, a ideia é ampliar serviços lá dentro, então é errado falar em privatizar o parque, ele vai continuar sendo público. O que se cogitou é abrir concessões lá dentro, então criou-se uma preocupação por algo que nem está acontecendo. Acho que não temos que ter pavor agora. É ter calma e chegar a um consenso para fazermos algo em conjunto”, me disse.
A concessão com Canela vigora até agosto do ano que vem e, o segundo ponto que quero destacar, conforme informações colhidas por Gilberto Cezar com membros do primeiro escalão do Governo do Estado, a intenção é renovar o termo de concessão com Canela.
É bom se precaver, é verdade, as mobilizações robustas e bem feitas sempre dão resultados, por isso é pertinente manter a sentinela.
Puxão de orelhas
O suplente de vereador Sérgio Vaccari, que assumiu no lugar de Carlos de Oliveira por 15 dias, fez um comentário bem interessante nas manifestações pessoais no final da sessão de semana passada: “Eu gostaria de deixar uma sugestão aqui para que os vereadores não se afastassem do plenário durante a sessão. É um entra e sai, vão lá pra trás, voltam, levantam, sentam… semana passada nem o presidente e nem o secretário estavam e havia um colega falando, quando ele terminou tiveram que vir correndo pra chamar o outro vereador. Eu acho isso uma falta de ética, acho que precisamos ter um pouco mais de consideração com o pessoal do plenário”.
Boa ponderação, vereador. Aliás, nesta mesma linha e na mesma sessão, também foi muito auspicioso o comentário da vereadora Carmen Seibt: “Agradeço muito às pessoas que aqui permaneceram e aos colegas vereadores que ficaram até o final da sessão”.
Desfile Cívico
Uma novidade para este ano é o pelotão de frente que abrirá o desfile de Sete de Setembro em Canela. Por ocasião do 75º aniversário de emancipação política da cidade, a abertura do ato cívico será composta por ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos, ex-vereadores e suplentes que tenham assumido por algum período. Achei belíssima essa iniciativa.