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Uma Páscoa de Renascimento – e não só espiritual

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Eu já estava otimista com essa Páscoa, confesso. Mas vendo as previsões nos números de ocupação beirando os 95% e o movimento forte nas ruas, com turistas e moradores circulando, sorrindo, curtindo as atrações… dá uma esperança renovada. É como se, junto com o Renascimento de Cristo, a gente estivesse vislumbrando o renascimento da nossa economia. É aquele suspiro de alívio depois de muito tempo segurando a respiração.

O Cláudio Scherer, diretor do Jornal Integração, diz algo que acho que vá se concretizar: “Muitos vão poder tirar o pé da lama”. E é isso. Depois da pandemia e das enchentes de maio do ano passado, a gente ficou com o motor parado, enferrujado. A engrenagem ficou emperrada. Agora, parece que estamos começando a lubrificar tudo de novo. E não é só uma questão de turismo e comércio. É emocional também. A autoestima da cidade, da região, das pessoas, tudo isso parece estar voltando aos poucos. Que assim seja.

O clima que Canela criou

Não tem como negar: as paradinhas de Páscoa conquistaram todo mundo. Aquele clima leve, colorido, quase lúdico, toma conta das ruas. É impossível passar por ali e não parar um pouquinho pra ver, tirar foto, sorrir. É o tipo de atração que aproxima as pessoas da cidade e da data, sem forçar nada. É orgânico. E isso tem um valor imenso.

Claro que é fácil a gente ficar fazendo comparações – e vamos falar disso no próximo tópico – mas é bom lembrar: o que Canela está fazendo nesse ano. Com criatividade, com esforço, e com um orçamento bem mais enxuto do que a cidade vizinha.

A decoração

Vamos lá. Já ouvi muita gente dizer que “ah, a decoração de Canela tá feia, tá pobrinha, não chega aos pés de Gramado”. Discordo. E discordo com gosto.

Primeiro porque comparar as duas cidades nesse quesito é um pouco injusto. Gramado é praticamente um parque temático quando se trata de decoração. Tem mais estrutura, mais pontos específicos preparados para isso. Em Canela, a gente não vai sair colocando ovo de Páscoa gigante na em toda a João Pessoa ou na Júlio de Castilhos. Simplesmente não tem onde ou por que fazer isso.

Mas dentro do que é possível, Canela se superou. Foi de longe a melhor decoração dos últimos anos. E mais do que bonita, foi criativa. Foi feita com carinho. E isso, para mim, conta mais que qualquer iluminação high-tech ou coelho de dois metros de altura. Às vezes a gente esquece de valorizar o que é nosso porque tá sempre olhando o que o vizinho tem no jardim. Mas esse ano, sinceramente? Fico com o nosso.

Índigenas

Prometi que traria novidades sobre a situação dos indígenas em Canela. Mas, enquanto escrevo esta coluna, nada foi divulgado sobre a reunião entre a Funai, os caciques e a prefeitura, que ocorreu na segunda. E o silêncio sobre isso é ensurdecedor.

A verdade é que esse assunto foi, durante muito tempo, tratado com facilidade. Como se fosse simples resolver tudo com uma ordem ou uma ação isolada. “Ah, é só tirar os índios dali”, diziam. “Chama as autoridades e acabou.” Não é assim. Nunca foi. Eu já disse isso na segunda e repito aqui: não é tão simples.

Estamos falando de famílias, de uma cultura, de uma situação social complexa que não se resolve com decreto. E o que mais frustra a população é justamente essa demora em dar uma resposta concreta, depois de tanto tempo ouvindo que seria “rápido e fácil”. Infelizmente, parece que o norte até apareceu. Mas o caminho até lá ainda vai levar um bom tempo.

Perguntinha

Qual a decoração está mais bonita? Canela ou Gramado?

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