Coluna publicada no dia 16/06.
Bah, mas tem umas coisas que acontecem e a gente até estranha… porque são tão boas, tão certas, que o normal seria elas acontecerem sempre. Na sexta-feira (13), por exemplo, o vereador Lucas Dias (PSDB) — que é bicho ligeiro nas redes sociais — foi até o Marista dar uma aula pros pequenos sobre a história de Canela. Os guri e as guria ali ouvindo falar da cidade onde nasceram, crescem e vivem. E, olha, é uma baita iniciativa. Daquelas que a gente bate palma de pé.
O mais doido é que isso deveria ser regra, não exceção. Que todas as escolas — municipal, estadual, particular, ou o que for — tivessem no currículo um tempinho, um espacinho, pra contar pra piazada de onde vieram os nomes das ruas, dos bairros, quem foram os fundadores, os tropeiros, os primeiros comerciantes, os indígenas, os imigrantes… esse povo que fez Canela ser o que é.
A verdade é que falta esse carinho com a identidade. Falta o “quem somos” no meio do “onde estamos”. E olha que o Lucas já faz isso faz tempo — só que nas redes, com aqueles vídeos curtos, ligeirinhos, que contam histórias da cidade. Então, parabéns ao vereador. E que sirva de inspiração: pra Câmara, pra Prefeitura, pra escolas e pra todo mundo que pode fomentar esse tipo de conteúdo. Isso não é só aula, é raiz.
Um CAPS novo e necessário
E já que estamos falando de coisa boa, vamo falar também do novo prédio do CAPS que vai sair ali no Canelinha. O prefeito Gilberto Cezar foi até lá, assinou o termo de início da obra e agora vai — vai mesmo, com verba do Ministério da Saúde e tudo. A nova estrutura vai ocupar mais de 600 metros quadrados, bem ali junto da UBS e do CRAS. É um reforço e tanto pra saúde mental da cidade, e pra região do Canelinha, que anda recebendo bastante atenção ultimamente.
O prefeito falou que é um marco. E é mesmo. Porque saúde mental não é luxo, não é frescura e nem “mimimi” — é necessidade. É prioridade. É ter espaço digno pra quem precisa de cuidado, de acolhimento, de escuta. Que não se sinta largado, esquecido ou tratado feito número de planilha. E esse novo CAPS, se for tocado do jeito que foi pensado, pode fazer muita diferença.
A previsão é entregar até março de 2026. É logo ali.
Programa inverno gaúcho
A Secretaria da Saúde também andou se puxando. Hoje começa o Programa Inverno Gaúcho. O nome é bonito, quase poético, e vem bem a calhar com esse tempo que nos obriga a dormir de poncho. A ideia é simples: abrir a Unidade Central de Saúde até mais tarde, das 18h às 21h, nas segundas, terças e quartas. Só pra atender pacientes com sintomas gripais e respiratórios.
Tu pode até pensar “mas bah, só isso?”, e eu te digo: só isso já é um baita passo. Porque desafoga o hospital, evita que os casos mais simples lotem a emergência e, principalmente, dá uma opção de horário pra quem trabalha o dia inteiro e não consegue largar tudo pra ir consultar. Além disso, dois clínicos gerais vão estar à disposição, com a equipe completa de enfermagem. Atendimento humano, digno, e sem aquele aperto típico das filas infinitas.
O secretário Jean Spall explicou direitinho: o foco é melhorar o fluxo e evitar que as urgências se tornem ainda mais urgentes por falta de prevenção. Isso é planejamento. Isso é gestão. E, convenhamos, nesse frio que tá de lascar até cusco de galpão, todo mundo agradece por ter um lugar onde se possa cuidar sem precisar madrugar na porta do hospital.
A lei dos carros abandonados
Agora vamo mudar um pouco o tom e falar de lei. Lei boa, diga-se de passagem. Tramita na Câmara uma alteração importante naquela norma que trata dos veículos abandonados em vias públicas. Antes, o negócio era meio frouxo: dava-se o aviso e, se ninguém fizesse nada, recolhia o carro. Só que ninguém dizia quem ia pagar o custo de tirar, guardar e cuidar daquele entulho.
Pois agora não: o proprietário vai ter que meter a mão no bolso. Se em dez dias ele não tirar o carro da rua, o veículo é recolhido e o sujeito leva uma multa de três VRMs — o Valor Referencial do Município. Além disso, vai ter que pagar pelas despesas com remoção, estadia e tudo mais que o Município gastar com aquilo.
E isso, olha… é mais que justo. Porque não tem cabimento a cidade pagar com dinheiro público por algo que foi largado por alguém que não tá nem aí. A lei agora prevê expressamente esse ressarcimento, com base em planilha de custos e tudo nos trinques. Sem jeitinho. Sem fazer a comunidade pagar o pato — ou melhor, o ferro-velho.
É uma medida que tem base legal, base moral e base de bom senso. Quem causa o problema que arque com as consequências. Simples assim. E que sirva de exemplo pra outras áreas onde o abandono virou moda. Que se cobre o justo, que se aplique o certo e que não se empurre mais custo errado pro bolso de quem tá só tentando viver numa cidade organizada, que e é o principal. Hoje tem sessão, como a Ordem do Dia é sempre um mistério até quase a hora dos vereadores falarem, ainda não sabemos se ira para apreciação nesta noite.