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“Onde o Estado abandona, os marginais tomam conta”

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Coluna publicada no dia 08/05.

Essa foi a frase que mais chamou a atenção na mensagem que a redação recebeu às 23h54 da quarta-feira (7). Ela resume com precisão o sentimento de alguns moradores, que não quiseram se identificar, diante do que está acontecendo no Complexo Esportivo Perinão, no Centro de Gramado, segundo narram.

Segue, na íntegra, o relato recebido:

“Há duas noites, vândalos destruíram as vidraças do Pórtico do Complexo Esportivo Perinão, Centro de Gramado.

A Prefeitura já foi notificada ‘N’ vezes através do Fala Cidadão e nada tem feito no espaço.

O local infelizmente está virando uma bagunça generalizada, com consumo de drogas ilícitas durante todo o dia, álcool por menores, uso de caixas de som com músicas pornográficas e de alusão às drogas. Na pista de skate infelizmente seus usuários estão lá pra fazer baderna e usar drogas. O complexo foi todo pichado.

O local que é de lazer para famílias e esporte tem levado medo. Ao lado do parquinho nossas crianças estão tendo convivência com usuários que nos causam medo. Sem contar que tem a ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL.

Praias de todo o Brasil proibiram caixas de som, mas a Prefeitura não vem apreender, os fiscais não vêm recolher as mesmas.

E claro, onde o Estado abandona, os marginais tomam conta.

Um absurdo terem depredado, pichado. Causa revolta e tristeza.

O complexo precisa urgente ser fechado às 22h e aberto apenas às 6h. Precisa ter segurança 24h fazendo a ronda e protegendo o espaço público.

Inclusive quase toda semana durante a madrugada jovens ficam no campo de grama sintética fazendo algazarra.

Se a prefeitura não faz nada, rogamos pelo apoio da imprensa.”

O apelo é forte. Bom, fui verificar o que estava acontecendo.

O que apurei

Até onde eu sei, a Secretaria de Esporte trabalha para evitar e minimizar os casos. Sobre o vidro quebrado no pórtico do complexo, é a primeira vez que ocorre esse tipo de vandalismo no local. Imagens estão sendo buscadas para identificação do responsável e um boletim de ocorrência já foi registrado.

Quanto à denúncia de que o Perinão virou ponto de uso de drogas e baderna, a Secretaria não nega os episódios, mas afirma que são casos pontuais, nos quais a Brigada Militar (BM) é acionada e afasta os delinquentes juvenis.

À noite, a situação é mais difícil, já que não há efetivo disponível da pasta sem a contratação de rondas fixas. As quadras e o ginásio são fechados, mas o espaço como um todo permanece aberto. O estudo para contratação de seguranças por meio de um processo licitatório está em andamento para atender a questão.

A ideia de fechar o acesso ao Pórtico à noite é considerada inviável, já que ele é usado como passagem até o bairro. Para fechar, seria necessário avisar toda a comunidade de que o acesso não será mais permitido.

O Perinão, como complexo – não somente o ginásio – é muito bem cuidado. E claro, é dever de todos cuidar dele e nunca deixar isso acontecer. Por isso, também é válida a mensagem enviada para a redação. Sinal de que há pessoas cuidando que não podem ser ignoradas.

Nota da Prefeitura

“A Secretaria de Esporte e Lazer de Gramado informa que, na última semana, o pórtico de entrada do Ginásio Perinão foi alvo de vandalismo, resultando na quebra de vidros. A equipe da pasta já está atuando para realizar os reparos necessários de forma provisória, garantindo a segurança dos usuários e da comunidade.

Embora sejam considerados casos pontuais, atos de vandalismo como este causam prejuízos significativos para todos. A Secretaria de Esporte e Lazer reitera seu compromisso em evitar que tais situações se repitam e, para isso, está trabalhando em conjunto com a Brigada Militar e demais forças de segurança, intensificando o patrulhamento e buscando inibir qualquer ato de vandalismo e perturbação em praças e espaços públicos da cidade.

O Secretário de Esporte e Lazer, Lucas Roldo, lamentou o ocorrido e destacou as ações em curso: “Lamentamos profundamente este ato de vandalismo isolado no Ginásio Perinão. Estamos agindo rapidamente para solucionar o problema e garantir a segurança dos nossos cidadãos. Reforçamos que estamos empenhados em um esforço conjunto com as forças de segurança para coibir esses atos e proteger nossos espaços públicos de lazer.”

A Secretaria de Esporte e Lazer faz um apelo à comunidade para que colabore na fiscalização e na preservação dos ambientes públicos de lazer de Gramado. A colaboração de todos é fundamental para manter esses espaços em bom estado para o uso de toda a população.”

Falta de respeito

Um outro relato que causa arrepio veio da mãe de Henrique Catuci, jovem que morreu tragicamente em Canela. Em conversa com o jornal, ela revelou que estão roubando as coroas de flores deixadas no túmulo do filho, no Cemitério Municipal.

É isso mesmo que você leu. Estão furtando homenagens fúnebres. Além da dor da perda, as famílias enfrentam agora o roubo da memória e do respeito.

Isso não é só vandalismo. É desumanidade. É ausência de zelo em um local onde o mínimo que se espera é silêncio, paz e respeito. A denúncia foi feita com coragem – e, mais do que isso, com tristeza. Mais uma reclamação sobre o Cemitério. O que falta pra alguém tomar providência?

Dor de cabeça

Hoje, quinta-feira (8), a Aegea/Corsan começou os reparos no trecho da ERS-235 entre o Hotel Galo Vermelho e o Super Carros, após ser notificada pela EGR. O motivo? O recapeamento recém feito apresentou ondulações, degraus e falhas, o que acendeu a revolta de motoristas.

Mas não foi só esse trecho que causou indignação. Na publicação do jornal sobre o tema, moradores lembraram da Estrada Velha, onde a Corsan também fez obras e, segundo relatos, deixou o trecho pior ainda. A camada de asfalto foi mal recolocada, o piso está irregular e os motoristas reclamam que é mais seguro andar fora da pista do que dentro.

Moradores cobram agora que a Prefeitura de Gramado notifique formalmente a Aegea/Corsan para que o serviço seja refeito como manda o figurino. Chega de obra mal feita. Se a Corsan cavou, que tape direito.

E o comércio, como fica?

Ninguém está dizendo que o comércio não pode se divulgar. Pode — e deve. Mas a cidade precisa repensar como isso é feito. A abordagem ativa, feita de forma invasiva, já deu o que tinha que dar. É ultrapassada, desagradável e desnecessária. Tem tanta forma mais criativa, moderna e eficaz de se comunicar: redes sociais, vitrines bem elaboradas, marketing digital, parcerias com hotéis e guias, anúncios em rádios e revistas locais… sem precisar perturbar o turista ou o morador a cada três passos.

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