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O problema que todo mundo vê

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Publicada no dia 24/04.

Se você já andou pelo Centro de Canela num fim de semana movimentado, sabe bem do que estou falando: gente sendo abordada a cada esquina, panfletagem desenfreadas, turistas desconfortáveis tentando escapar dos folhetos, e moradores que já nem se incomodam mais — de tanto que isso virou rotina.

Canela, que é tão charmosa e acolhedora, acaba ficando com cara de bagunça turística. Mas o problema não é só o papel — é a abordagem direta, insistente e muitas vezes constrangedora. Tem gente sendo seguida, cutucada, interrompida no meio da caminhada só para ouvir meia dúzia de frases decoradas sobre um passeio ou restaurante.

Isso vai muito além da panfletagem. Isso mexe com o bem-estar de quem circula pela cidade.

Audiência pública: sua chance de participar

Na próxima terça-feira (29), a Câmara de Vereadores de Canela vai realizar uma audiência pública pra discutir justamente isso. Em pauta, uma mudança na lei municipal de publicidade que tenta colocar limites mais claros e justos nessa prática. É a hora de dar voz à comunidade e repensar como a cidade se comunica com quem mora e quem visita.

O que diz a lei hoje?

A regra atual, que veio com a Lei nº 4.762/2023, permite que os comércios façam distribuição de panfletos e abordagens publicitárias na sede e também nas filiais. E foi aí que o problema se agravou.

Algumas empresas começaram a abrir “filiais” em locais estratégicos só pra fazer abordagem em pontos de grande fluxo de turistas. Com isso, Canela passou a viver um verdadeiro festival de abordagem ativa nas ruas: gente parando quem não quer ser parado, interferindo na circulação e prejudicando até outros comerciantes.

O que está sendo proposto?

A nova proposta, apresentada pelo vereador Lucas Dias (PSDB), quer restringir essas práticas. O texto propõe que a distribuição de panfletos e as abordagens só possam acontecer na sede do estabelecimento comercial, proibindo que isso aconteça em filiais ou em qualquer outro ponto da cidade.

A ideia é acabar com as “filiais de fachada” criadas só pra burlar a regra, e com isso restaurar a ordem, a tranquilidade e o respeito ao espaço público.

E o comércio, como fica?

Ninguém está dizendo que o comércio não pode se divulgar. Pode — e deve. Mas a cidade precisa repensar como isso é feito. A abordagem ativa, feita de forma invasiva, já deu o que tinha que dar. É ultrapassada, desagradável e desnecessária.

Tem tanta forma mais criativa, moderna e eficaz de se comunicar: redes sociais, vitrines bem elaboradas, marketing digital, parcerias com hotéis e guias, anúncios em rádios e revistas locais… sem precisar perturbar o turista ou o morador a cada três passos.

Canela é turismo, acolhimento e experiência

Canela se vende pela sua beleza, tranquilidade e hospitalidade. É isso que a gente tem de mais valioso. Só que essa imagem se perde quando a cidade vira um “shopping ao ar livre” de abordagens insistentes.

Quem vem pra cá quer curtir, relaxar, caminhar devagar, tirar foto bonita e respirar o ar da serra. E quem vive aqui só quer paz pra ir e vir. Esse clima não combina com insistência e incômodo.

Hora de ouvir todo mundo

A audiência pública vai ser um espaço aberto pro diálogo. Comerciantes, moradores, promotores de eventos, representantes do turismo e do poder público — todo mundo pode (e deve) participar.

É hora de encontrar um equilíbrio entre a divulgação comercial e o respeito ao espaço público. Não dá mais pra fingir que está tudo bem quando está cada vez mais evidente que não está.

Canela merece mais

No fim, essa discussão é sobre algo muito maior que a mudança na lei. É sobre o tipo de cidade que a gente quer construir e viver. É sobre qualidade de vida, respeito, organização e futuro.

Porque panfleto a gente joga fora, mas a experiência de visitar ou viver em Canela tem que ser inesquecível — no melhor sentido possível.

E só pra constar: eu avisei sobre o Grêmio

Agora, mudando totalmente de assunto — mas só pra registrar: lembra que eu disse, lá no dia 4 de abril, que o Gustavo Quinteros não durava 60 dias no comando do Grêmio? Pois é. Não deu metade disso. Foram 12 dias. E a demissão veio logo depois da derrota vergonhosa para o Mirassol, no dia 16. Não foi previsão, foi feeling de gremista calejado.

Tudo com o Mano

Luiz Antônio Venker, o Mano Menezes, (aposto que ninguém sabia qual era o nome dele), é o novo técnico do tricolor. Vou falar com toda a humildade e pé no chão: Grêmio vai levantar uma taça no final do ano.

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