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Mais um gol no Santa Marta

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Coluna publicada no dia 13/08.

Leonardo Santos

Ontem, terça-feira (12), saiu a assinatura do termo da obra pra revitalização do Campo do Tatu, lá no Santa Marta. Baita notícia. Mais um espaço comunitário que vai ganhar atenção e vida nova. É daqueles anúncios que a gente gosta de destacar, porque a promessa agora é obra encaminhada. E, para mim, obra em andamento é música boa no rádio: tu já começa a imaginar como vai ficar no fim.

Esse campo tem história. É chão pisado por muita gente, espaço de encontro, de jogo, de conversa, de criançada correndo e de gente que nem pega na bola, mas gosta de ficar olhando, tomando um chimarrão. É espaço de bairro, mas com significado de cidade. Por isso, quando a gente fala em revitalização, não é só grama nova ou cerca pintada — é o local que ganha um novo sentido.

O anúncio e o detalhe curioso

O prefeito Gilberto Cezar fez o anúncio nas redes sociais, com direito a vídeo. Até aí, tudo normal. Centenas de comentários, um monte de gente elogiando, clima de “tá aí, prefeito, bom trabalho!”. Mas, no meio disso, veio um detalhe que me chamou a atenção: uma resposta dele.

Em resposta a um apoiador, Gilberto disse mais ou menos assim: que era uma vergonha terem deixado o espaço chegar naquele estado, que a comunidade merecia respeito, e que agora o governo estava fazendo o que precisava — “sem fotinho, sem entrega; aqui se tem foto, tem entrega”.

E é aí que vem o curioso: o recurso (R$ 500 mil) para essa obra não nasceu no governo atual. Ele veio do Avançar no Esporte, do Estado, e foi articulado justamente pelo governo passado, do MDB, ainda com o prefeito Constantino Orsolin e o secretário Marcelo Savi. O anúncio disso foi feito em 19 de novembro de 2024, com direito a agradecimento ao secretário estadual de Esportes, na época, Danrlei de Deus, e aos deputados Gaúcho da Geral e Carlos Búrigo. Para não esquecer a Prefeitura também entra com R$ 270 mil para a obra, totalizando R$ 770 mil.

A cutucada

Ou seja: o prefeito, ao dizer que o governo anterior deixou o espaço deteriorar, estava cutucando diretamente quem “correu” atrás do dinheiro para revitalizá-lo. É o tipo de provocação que a política adora. O que parece simples para comunidade — “vai reformar o campo” — vira uma narrativa de quem é o herói e quem é o vilão.

Na prática, essa disputa não muda nada na vida de quem vai usar o campo. Mas, no bastidor, tem um sabor especial para quem gosta de um embate político.

O que disse o Savi

Fui atrás do Marcelo Savi para saber se ele queria comentar. A resposta foi curta: disse apenas que era muito bom ver o projeto ter continuidade. E pronto. Não quis entrar em polêmicas.  No fim, independe de quem começou e quem terminou. Ou pelo menos deveria ser assim.

O que importa

Deixando de lado essa disputa política, o fato é que o Campo do Tatu é mais um dos espaços que estão recebendo atenção do governo Gilberto Cezar. E isso, independentemente da origem do recurso, é positivo. Porque o que vale, na prática, é a comunidade ganhar.

Tem exemplos prontos pra mostrar que, quando a revitalização é bem-feita, o resultado é transformador. Basta lembrar da praça Ildo Meneguetti, na Vila Boeira. Quem viu aquilo antes sabe do que estou falando: estava completamente abandonada, um desastre visual e funcional. Hoje, virou exemplo. Bem cuidada, bonita, com uso constante. É prova de que dá para reestruturar e deixar um espaço público de qualidade. Se o campo do Tatu seguir esse padrão, o bairro vai ganhar um baita cartão de visitas.

Revitalizar é só metade do caminho

Revitalizar é importante, mas não pode parar aí. Porque a parte mais difícil vem depois: manter o espaço bonito, limpo, funcional. É aí que muita obra boa acaba indo para o saco. O poder público entrega, mas não mantém. E, em pouco tempo, volta tudo para o abandono. Se a revitalização for acompanhada de manutenção constante, o campo pode virar referência para prática esportiva, eventos comunitários e convivência. E o Santa Marta merece um espaço assim.

Promessa cumprida

Tem um detalhe que vale lembrar. Quando entrevistamos Gilberto Cezar, ainda candidato, passamos pelo Campo do Tatu. Na época, ele disse que tinha vontade de revitalizar o espaço. Então, promessa cumprida. Isso conta demais— não pelo marketing, mas pelo fato de que é raro ver um compromisso de campanha sair do papel. E que venham outras. Porque a cidade está cheia de promessas esperando para virar realidade.

Mais espaços na fila

O que eu torço é para que esse movimento não pare no Campo do Tatu ou na Ildo Meneghetti. Canela tem muitos outros espaços que precisam de atenção. Alguns já têm projetos prontos, outros nem isso. Mas a lógica deveria ser a mesma: revitalizar, sim, mas também manter.

Se cada bairro tiver um espaço digno, a cidade ganha qualidade de vida. E o esporte, que muita gente trata só como lazer, é também ferramenta de educação, inclusão e prevenção a problemas sociais. Não é só bola rolando; é comunidade se fortalecendo.

A política vai continuar, mas…

Eu sei que as cutucadas políticas vão seguir acontecendo. É da natureza do jogo. Mas a comunidade, no fim das contas, não quer saber de quem foi a ideia ou de quem cortou a fita. Quer é que a obra saia, que funcione, que esteja lá para ser usada. Segue o baile.

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