Quem passa ali na frente do Mercado Forrageira sabe exatamente do que estou falando. São dois tampões de ferro da Corsan que mais parecem armadilhas no asfalto. E não é exagero, não. Quem já teve que desviar deles ou quase furou o pneu do carro entende o transtorno.
Na entrevista feita hoje com o secretário adjunto de Obras, César Prux, e o diretor de Obras, Toquinho Brito, veio a explicação que precisa ser compreendida de uma vez por todas: aquilo ali é de responsabilidade da Corsan. A Prefeitura não pode simplesmente ir lá e mexer. A Secretaria de Obras não tem autorização legal para intervir em uma estrutura que não pertence ao Município. Não se trata de não querer arrumar — trata-se de não poder.
E esse não é um caso isolado. Em diversos pontos da cidade, como na Júlio de Castilhos, há tampões e registros que causam dor de cabeça. Mas é importante deixar claro de quem é a responsabilidade. Às vezes, a gente cobra da pessoa errada — e isso só atrasa a solução.
Danton Corrêa da Silva
A Rua Danton Corrêa da Silva, acesso entre a ERS-235 e o centro de Canela, passando pelo Centro de Feiras, também foi tema na entrevista. E uma boa notícia: ela está no para-brisa da Secretaria de Obras. Ou seja, é uma prioridade. O trecho mais crítico é na entrada da via ali no entroncamento com a Getúlio Vargas (na altura do posto Nevada). A via deve receber uma recapagem, conforme foi dito
É um ponto vital da mobilidade local — moradores, visitantes, comerciantes e transportadores passam por ali diariamente. E embora ainda não exista uma data exata para o início disto, o fato de estar entre as prioridades já mostra que a rua entrou no radar de quem decide.
Adolfo Seibt
Outro ponto que merece destaque é a Rua Adolfo Seibt, no bairro São José. Semana passada, essa coluna trouxe o que os moradores vivem por lá: uma via desnivelada, com buracos, muita umidade e problemas de drenagem. Hoje, a resposta veio direto da fonte — a rua também está no planejamento da Secretaria.
É importante dizer isso: quando a comunidade se mobiliza, quando mostra o problema, há retorno. Não imediato, é verdade, mas o encaminhamento está sendo feito. E isso tem que ser reconhecido.
A explicação sobre a Antônio Zini
Também falamos da Rua Antônio Zini, aquela de paralelepípedos onde a drenagem foi feita ainda na gestão anterior, mas os paralelepípedos acabaram largados por ali. O motivo? Segundo o secretário adjunto César Prux, a Corsan planejava abrir a rua, então a decisão, quando a pasta foi assumida foi deixar como estava para evitar abrir e fechar o mesmo trecho duas vezes.
Agora, com o novo modelo que a Prefeitura tem adotado, a própria Secretaria realiza a drenagem e já fecha a via. Isso facilita, dá mais agilidade e evita esses transtornos no pós-obra. Explicado está.
Os limites da Leo
Uma fala importante, firme e necessária veio também durante a entrevista: a Secretaria de Obras não pode fazer obras dentro de propriedade privada. Mesmo que a entrada da tua garagem tenha um buraco. Mesmo que tu more ali há 30 anos. Mesmo que o vizinho tenha recebido cascalho há 500 anos atrás — a lei não permite. E o atual comando da Secretaria está deixando isso claro.
Eu sei que isso frustra alguns. Mas é o certo. O dinheiro público tem que ser aplicado onde a lei permite. O que é público, a Secretaria cuida. O que é privado, o proprietário é quem deve resolver.
Um novo ambiente no pátio da Secretaria
Já estive outras vezes no pátio da Secretaria de Obras. Hoje, o ambiente que encontrei é diferente. Mais organizado, mais limpo, com outra dinâmica. Isso não é uma crítica à gestão anterior, é só uma constatação. E a diferença se nota, inclusive, no jeito como os próprios servidores estão encarando a rotina.
Toquinho Brito trouxe uma fala simples, mas significativa: os funcionários — especialmente os concursados — chegam perguntando qual é o serviço do dia, animados com o trabalho. Isso diz muito sobre o clima interno. Uma equipe motivada faz a diferença lá fora, no que a comunidade vê e vive.
E agora?
Canela precisa avançar em infraestrutura. Precisa de mais agilidade, mais obras e menos buracos. Mas também precisa de clareza — saber quem é responsável por cada coisa e respeitar os limites da lei.
Hoje, a visita à Secretaria serviu pra trazer respostas e também pra reforçar que nem tudo está no alcance da Prefeitura, embora muita coisa esteja, sim, sendo feita. Que venham os recapeamentos. Que venha a reorganização do serviço. E que continue havendo esse canal direto entre a comunidade e quem executa.