Coluna publicada no dia 22/05.
Bah, gurizada… não tem coisa melhor do que acordar cedo e sair pelas ruas de Canela antes do sol se espreguiçar por cima das árvores. Meus passos começam sempre lá pelas 6h20, sem muita pressa, só com os zóio atento no que a cidade tem pra mostrar. E olha… ultimamente tem me chamado atenção um negócio que parece simples, mas que, pra mim, diz muito: a limpeza.
É, tu não leu errado. Limpeza.
Antes do galo cantar, já tem funcionário da Prefeitura na rua, varrendo calçada, lavando canto de meio-fio, cuidando do espaço público como quem cuida da própria casa. E isso, meu amigo, isso é coisa que faz a gente sentir que alguém tá olhando por Canela. Que tem capricho, que tem zelo.
Na real? Isso me dava a sensação só quando eu andava por Gramado, quando antes das 7h já tinha gente regando flor, deixando tudo tinindo. Em Canela, confesso, isso era raro. Mas agora, depois que o Gilberto Cezar assumiu, isso tá virando rotina. E que bom. Cidade limpa é cidade querida. E quando a cidade é querida por quem cuida, ela também passa a ser querida por quem mora.
E não é só a calçada, não, vivente. O governo está dando indícios que os espaços públicos, como Teatrão, Casa de Pedra e Centro de Feiras, receberão revitalizações. E isso, tchê, dá esperança. Porque espaço público é termômetro de gestão. Se tá abandonado, é sinal de descaso. Mas se começa a ter vida de novo, se tu vê um conserto aqui, uma pintura ali, um cuidado acolá, tu já sente que a cidade não tá largada. Que tem alguém dizendo: “não, isso aqui é nosso e merece carinho”.
Olimpec
E já que estamos falando de cuidar, deixa eu te contar outra coisa boa. Quem é cria da serra, especialmente pra esse colunista que frequentou escola entre 2007 e 2017, vai lembrar do que era a tal da Olimpec. Bah! Aquilo era o assunto da escola. Se o professor chamava pra participar, a gente virava atleta do dia pra noite. “Bah, o sor chamou a gente pra ir pra Olimpec!”, era o grito de guerra nos corredores.
Pois não é que ela voltou? Sim, senhor! A gurizada tá podendo competir, se divertir, fazer parte de algo que é muito mais que esporte. É aquela sensação de que a escola não é só pra prova e lição de casa. É pra viver. É pra compartilhar. Inclusive o campeão tá saindo hoje enquanto escrevo.
E isso tem dedo da gestão nova também. Resgatar algo assim não é só marcar ponto com a juventude, é dizer pra todo mundo que se perdeu o fio da meada, mas que tem gente costurando de novo.
Eduardo Leite e a dança das cadeiras
Agora, mudando de assunto e de paisagem, vamos subir pro cenário estadual e nacional. Tu já deves ter visto por aí que o governador Eduardo Leite pulou de galho: saiu do PSDB e agora tá no PSD. E não é por nada, mas esse movimento aí mexe as peças do tabuleiro, viu?
Possível candidato a presidência da República em 2026, ele postou até um vídeo no Instagram dizendo que, se tiver alguém com as mesmas ideias e mais chance eleitoral, ele até abre mão da candidatura à presidência pra apoiar. Humilde? Estratégico? Vá saber…, mas o que se cochicha nos bastidores é que ele pode mirar no Senado, o que, convenhamos, é baita jogada se ele quiser seguir com influência sem precisar cruzar o Planalto com a cuia na mão.
Agora a pergunta que não quer calar: será que os parceiros dele lá (e daqui) do PSDB vão seguir o mesmo caminho e migrar pro PSD? Fiquei sabendo que sim. Mas como diz meu amigo Tiago Manique: “política é como futebol, tem que ter estômago”. E tem mesmo! Porque a qualquer momento pode vir um drible, uma rasteira ou até um gol contra.
Então, por enquanto, essa história eu guardo no bolso.
