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A rua que não mudou

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Coluna publicada no dia 10/07.

Sabe quando tu volta num lugar depois de muito tempo e percebe que parece que nada mudou? Pois é, esse foi o meu sentimento esses dias quando voltei a passar ali na rua Adolfo Seibt, no bairro São José, em Canela, a famosa “Rua da Citral”. Na real, nem sei se é bem “voltar”, porque mesmo morando em outro canto há mais de cinco anos, a gente nunca se desliga de verdade desses lugares que fizeram parte da nossa rotina. Eu morei no São José por dez anos. Todo santo dia eu passava por ali, de manhã, de tarde, às vezes até de noite. A rua Adolfo Seibt era parte do meu trajeto, do meu caminho de ir e vir, e o que mais me pegou foi ver que, mesmo com tanto tempo, ela tá do jeitinho que sempre foi. Ou pior.

Aí vem uma moradora e diz: “Aliás nossa rua está abandonada.” E é exatamente isso. Buracos, calçada quebrada, galhos baixos, tudo úmido e escorregadio. O sol nem consegue entrar direito de tanto mato e árvore fechando o caminho. E pra quem anda a pé? Um caos. Se tu não quiser te sujar de barro ou desviar de buraco, tem que pisar no meio da pista, disputar espaço com os carros. E isso num bairro que tem tanta gente morando, trabalhando, criando família.

A moça que falou com a gente disse que até os fios de luz já estão cobertos por galhos. Ou seja, além do risco de acidente, ainda tem risco de apagão. E ela termina pedindo: “Façam uma visitinha e constatem todos estes problemas.”. Porque quem mora lá não tem que se conformar com isso não. A rua não é só rua, ela é caminho de criança pra escola, de idoso pro posto, de trabalhador pro ônibus. Aquela rua ali merece uma atenção. Fica aqui o registro.

De volta à escola

Deixa eu contar uma coisa que encheu meu coração essa semana. Voltei na Neusa Mari Pacheco. A minha escola. Minha segunda casa durante uma década. Estudei ali de 2007 até 2017. E dessa vez fui pra conversar com as três turmas do nono ano sobre jornalismo, fake news, comunicação… e sobre a vida também. Fui pra contar um pouco da minha história dentro da escola e, também do que eu vivi e do que eu aprendi nesse caminho que é o jornalismo.

Foi a segunda vez que voltei ali como convidado, mas dessa vez com mais gente, mais olhares curiosos, mais perguntas boas. A sensação de estar ali, naquele chão que já foi o meu chão, é difícil de explicar. A gente cresce achando que a escola é o nosso mundo inteiro. E é mesmo. Os professores falam que a vida lá fora é outra, e a gente não acredita. Mas é. Só que a vida na escola também é um baita capítulo. Um dos melhores.

Quero agradecer aqui o professor Maurício e a professora Fabrícia, que me receberam com tanto carinho. E teve uma pergunta que a Professora Fabricia me fez que ficou na minha cabeça mesmo depois de eu ter respondido: o que me fez ter certeza do jornalismo? E, professora, além de tudo que eu te falei lá, eu queria dizer que essa conversa que tivemos, com esses alunos que tão vivendo esse momento mágico da adolescência, me fez amar ainda mais o que eu faço. Me fez ter certeza de que é isso mesmo. Porque não tem nada mais bonito do que passar conhecimento adiante, compartilhar, trocar ideia com quem ainda tá construindo os sonhos.

Todos os meus amigos mais próximos vieram da escola. Tudo se conecta. E tudo começou ali, naquele pátio, naquelas salas, naqueles recreios.

Boa notícia

Agora vamos falar de saúde, de conquista, de notícia boa! Chegaram duas torres de vídeo para o Hospital de Caridade de Canela. Duas máquinas no valor de R$ 800 mil — R$ 400 mil cada, doadas pelo Rotary Club Inspiração. Uma chegou nesta quarta-feira, a outra vem no mês que vem. E não é só o valor que impressiona, não. É o que esses equipamentos vão proporcionar pros pacientes.

Com essas torres de vídeo, os médicos vão poder realizar procedimentos menos invasivos, o que significa menos dor, menos risco de infecção, menos tempo de internação. É menos sofrimento pro paciente, mais agilidade nos atendimentos, mais qualidade de vida. Coisa linda de ver.

E é o tipo de coisa que a gente precisa valorizar. Porque é o resultado direto na vida das pessoas. Quem já precisou de uma cirurgia sabe o quanto um pós-operatório pode ser difícil. E se agora a gente tem tecnologia de ponta pra suavizar esse processo… que alegria. Parabéns a todos que lutaram por isso. É uma conquista de toda a comunidade.

Educação em movimento

E já que falamos de educação ali em cima, o assunto continua. O prefeito Gilberto Cezar compartilhou nas redes uma visita à Escola Ernesto Dornelles. O muro tá sendo revitalizado e a quadra de esportes também vai entrar em reforma. E junto disso, ele falou que as 24 escolas municipais devem receber melhorias. Reformas na estrutura, investimentos em pessoal. Uma coisa puxa a outra.

E teve um dado que me chamou a atenção: segundo o prefeito, 80% dos alunos de Canela estão em turno integral. O maior índice do Rio Grande do Sul. E olha, eu como alguém que passou pelo turno integral, sei a importância disso. Não só pra aprendizagem, mas pro crescimento social, emocional e até físico dos alunos. Muitos pais são gratos por saberem que seus filhos estão bem cuidados, aprendendo, convivendo num ambiente seguro enquanto eles trabalham. Isso muda tudo. Dá mais paz pra família, mais oportunidades pra criança.

Sugestões

A partir de hoje, aliás, eu vou fazer de forma oficial uma coisa que já vem acontecendo nos bastidores: abrir espaço direto pro leitor sugerir melhorias. Tá com uma ideia? Viu algo que precisa ser olhado com carinho? Manda pra nós.

E pra começar com o pé direito, uma sugestão que recebemos esses dias foi sobre um trecho da ERS-235, entre o posto de saúde do Canelinha até a rótula do Distrito Industrial. Um leitor nos escreveu o seguinte:

“Há falta de calçamento e ciclovia no trecho entre o posto do Canelinha até a rótula do distrito industrial. É um trecho com grande tráfego de pedestres e ciclistas, e não existe calçamento algum, gerando grande risco.”

E é exatamente isso. Esse pedaço de estrada é movimentado demais. Muita gente caminha ali, muita gente pedala. E sem uma calçada, sem uma ciclovia, é um desafio constante. É aquela velha disputa de espaço entre carro, gente e bicicleta, e quem sempre leva a pior é quem tá desprotegido. Fica aqui o registro. E o pedido.

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