Coluna publicada no dia 22/07.
Tem umas coisas que só Canela explica. E às vezes nem explica. Essa foto que abre a coluna é daquelas que te fazem parar, coçar a cabeça e pensar: “mas por quê, meu Deus?”. É uma rua ali na Vila Boeira que é metade paralelepípedo e metade asfalto. Não estou exagerando. É tipo literalmente: lado esquerdo paralelepípedo, lado direito asfalto. Como se dois mundos tivessem se encontrado e ninguém quis ceder.
E não é uma coisa nova, não. Não foi obra remendada agora ou coisa feita no atropelo. É antiga. A rua está assim há tempos. E eu sei qual é, só não vou falar porque gosto do suspense e também para ver quem conhece a cidade mesmo. Vale como desafio para quem anda por aí de olho nas estranhezas que a gente tem.
Agora… o que me intriga é o que era para ser feito ali. Não faço ideia. Estou tentando descobrir também, se alguém souber, me avisa, porque essa me pegou.
Separação absoluta
Andando pela Festa Colonial (que está linda, diga-se de passagem), eu notei uma coisa que me deixou feliz. Aqueles cinco lixinhos coloridos em vários pontos da praça. Papel, plástico, vidro, metal e orgânico. A famosa separação absoluta. Está ali para todo mundo ver e usar.
Desde as primeiras entrevistas com o Carlos Frozi, o secretário do Meio Ambiente, ele falava disso com vontade. Batia nessa tecla. Dizia que era importante. Que queria isso não só nos eventos, mas nas casas, nos comércios, nos cantinhos de cada bairro. Tá aí. Tá acontecendo. E olha que não é um costume novo para mim. Estudei na escola Neusa Mari Pacheco, no Canelinha, e lá já era assim desde sempre. A separação dos lixos era levada a sério. E eu achava normal.
Mas sei que para muita gente isso é novidade. Que bom. Que seja uma boa novidade. Que isso vire rotina. Porque é dessas pequenas atitudes que a gente constrói uma cidade melhor. É um baita passo. Um baita exemplo.

iPhone e imposto
Falei disso com o Cláudio Scherer, hoje de manhã, no Chimarrão e Atualidades. A gente entrou no assunto das taxações — que andam fervendo, fervendo e respingando em todo mundo. E aí puxei um exemplo prático, direto do bolso.
Tu compra um iPhone por R$ 5.500 aqui no Brasil. Beleza. Mas desses 5.500, mais ou menos R$ 3.300 são só de imposto. É isso mesmo. Sessenta por cento. Ou seja: o aparelho em si custaria uns R$ 2.200. Mas com imposto, vira luxo.
E aí vem a pergunta que não cala: por quê? Que país é esse onde a gente paga quase o dobro pelo direito de ter algo? E olha que isso é só um exemplo entre tantos. A mordida é grande e não alivia. A gente paga caro por quase tudo.
Briga de cima, consequência embaixo
Enquanto isso, a guerra de egos continua lá em cima. Presidente daqui, presidente de lá. Lula x Trump, E a gente aqui embaixo comendo imposto de garfada cheia. O problema não é quem está certo. O problema é que quando a briga acabar, quem apanha somos nós. O cidadão comum. O que paga a conta. O que paga imposto até para respirar. Por isso, sinceramente, não vejo muito motivo para tomar lado pessoal nessas indiadas. Eu até entendo quem se posiciona, quem tem sua visão, defende o Lula ou o Trump. Mas vamos combinar? A questão não deve ser pessoalizada em A, B ou C, mas a gente está fazendo isso. Eu acho que temos que defender as ideias que acreditamos, mas sem servir de fantoche pra político, principalmente o que está no comando do nosso Brasil atualmente. O jogo está rolando num campo que a gente nem entra. E mesmo sem entrar, leva cartão vermelho.