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Quartel dos Bombeiros

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Coluna publicada no dia 25/06

Bah, gurizada… mais uma vez a gente tem que falar do quartel dos Bombeiros. E olha, já tá ficando repetitivo, né? Parece disco riscado. Mas se ninguém resolve, alguém tem que continuar batendo na mesma tecla, nem que a tecla já esteja quebrada. Dessa vez quem puxou o assunto foi o vereador Nene Abreu (MDB), que inclusive foi dar uma espiada pessoalmente naquilo que era pra ser uma obra e hoje tá mais pra cenário de filme de abandono.

A estrutura tá ali, largada, sem um passo para frente há meses. Pior: já tem infiltração na obra, segundo Nene. Sim, isso mesmo. A coisa nem foi inaugurada e já está dando infiltração. Imagina depois de pronta, se é que um dia vai estar pronta. O bicho pega, Tchê. Tu começa um quartel e deixa o troço empacar, fica aí a estrutura tomando água da chuva, se desmanchando aos poucos. Capaz de daqui a pouco ter que fazer tudo de novo. E quem vai pagar essa conta? Já sabemos, né… sempre sobra para nós.

Nene ainda trouxe uma esperança — que a tal servidão de passagem em frente ao quartel, que também estava jogada às traças, parece que agora vai sair. A situação que travava tudo ali na frente parece que teve um desfecho, mas oficialmente mesmo, papel passado, carimbo e tudo, ainda não tem nada. Ou seja: seguimos no “parece”, no “dizem que vai”. E, nesse compasso de espera, o tempo vai levando embora tudo que já foi feito.

Linha São Paulo

Numa outra parte da fala, Nenê também puxou um assunto que merece atenção: a estrada da Linha São Paulo. Olha… eu já passei por ali e vou te dizer, não é estrada, é trilha de rally. Daquelas que tu vai rezando pra não quebrar o carro ou ficar pelo caminho. E quem passa ali todo dia? Gente. Muita gente. Segundo o Nene, 160 moradores da localidade usam aquela via praticamente todo santo dia.

E não são só eles. Aquilo ali virou rota de caminhões pesados, carregados de toras. Pensa na pressão que esses brutos fazem numa estrada de chão batido. Não tem patrola que aguente. Cada vez que a Prefeitura dá uma arrumadinha, é só os caminhões passarem de novo que já vira aquele caos. Parece até uma gangorra: arruma num dia, desmancha no outro.

E o vereador deixou claro: não está falando da estrada por voto, por politicagem, por tentar puxar brasa para o assado dele. Até porque, segundo ele, só tirou um voto naquela localidade. Tá falando porque é necessário, porque é urgente, porque não dá mais pra aceitar essa situação como se fosse normal. E não é.

O medo eterno do asfalto que não chega

A gente vive esperando a solução definitiva: o asfalto. Mas até isso vira dúvida. Porque com o tanto de caminhão que passa por ali, será que vai resolver? Ou o asfalto vai durar menos que promessa de campanha? É triste a gente ter que se conformar com o “olha lá” … “olha lá se sair”, “olha lá se aguentar”.

Enquanto isso, o povo continua levantando poeira no verão e atolando na lama no inverno. E se alguém acha que isso não é grave, é porque não andou por lá. Vai lá ver como é. Vai sentir o calafrio de andar ali.

Apagando crítica?

Outra coisa que o vereador levantou — e que, olha, se for verdade, é de cair o queixo — é que a Prefeitura estaria apagando comentários críticos nas redes sociais oficiais. Segundo ele, se alguém faz uma crítica, mesmo que respeitosa, o comentário some. Pluft. Apagado. Como se problema deixasse de existir só porque tu apagou ele da internet.

E nisso aí o Nenê mandou bem: se o comentário não for ofensivo, tem que ficar. Crítica faz parte. Faz crescer. E não adianta querer só tapinha nas costas, emoji sorrindo e coraçãozinho. Tem hora que a gente tem que ouvir umas verdades. Ninguém gosta, mas é assim que se melhora.

Ele até fez uma comparação que, confesso, dei risada. Disse que é que nem casamento. “Às vezes a gente não chega em casa e a mulher também não fala alguma coisa que tu não gosta? A gente tem que aceitar.” Tá errado? Tá nada. Quem já levou um puxão de orelha da patroa sabe bem o que ele quis dizer.

Promessa tem perna curta

Tem uma coisa que me tira do sério, e é esse hábito antigo, quase folclórico, de prometer o que não se pode cumprir. Bah, parece praga de político! O cara sabe que não tem chance nenhuma de entregar aquilo, mas prefere enrolar, florear, dar volta, como se fosse melhor enganar do que ser direto.

A arte do sabonete, como gosto de chamar. Tu pergunta uma coisa e a resposta vem cheia de espuma, cheia de “vamos ver”, “talvez”, “estamos estudando”. Não dizem sim, mas também não têm coragem de dizer não. E no fim, o povo fica com cara de tacho, esperando por algo que já nasceu pra não acontecer.

Eu ainda sou teimoso — ou romântico, sei lá — e sigo acreditando que um dia a politicagem vai acabar. Que os cargos públicos vão voltar a ser ocupados por gente que não vai enrolar, e não só aparecer. Gente que entenda que prometer não é brincadeira. Que promessa não é pra enfeitar discurso nem pra encher santinho de campanha. Promessa é um compromisso.

Então, para quem anda aí com a língua solta prometendo o mundo: cuida! Cuida com o que promete. Porque por mais que o povo esteja cansado, desanimado, descrente… ainda tem quem preste atenção. Ainda tem quem anote. Ainda tem quem lembre.

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