Coluna publicada no dia 13/05.
Bah, mas olha… demorou, mas saiu! Ontem foi aprovado o projeto de lei do vereador Lucas Dias (PSDB) que muda — de novo — a questão da propaganda volante e abordagens aqui em Canela.
Agora é preto no branco: só pode distribuir panfleto e realizar abordagens na sede da loja, e deu. Nada de filial fake só pra despachar panfleto no meio da rua, empurrando venda de cotas e desconto na marra pro turista que só queria tirar uma foto com a Catedral ao fundo.
Quem anda pelas ruas do centro — e eu ando — sabe que tava virando uma verdadeira selva de abordagem. Te cercam na frente da Catedral, te pegam na saída do restaurante, te encurralam na descida da Felisberto. E o turista, coitado, fica mais perdido que cusco em procissão.
Tem gente que veio, gostou da cidade, mas não volta mais por causa disso. E isso não sou eu que tô dizendo, é a própria comunidade, é o trade turístico, é o povo que vive de aluguel por temporada e não aguenta mais os hóspedes reclamando.
O Lucas mesmo disse:
“Esse projeto não é meu, ele não saiu da minha cabeça. A comunidade reclama muito.”
E é isso aí, né? Vereador escuta o povo e toma atitude. Não dá pra transformar o centro da cidade num mercado persa, onde cada esquina tem um grito de “vem cá, moça!”, “última chance!”, “cota com desconto só agora!”. Isso cansa. E afeta o retorno do turista, que é o que sustenta 85% da nossa economia.
Fiscalização agora tem ferramenta
Com a aprovação desse projeto, a Prefeitura ganha ferramenta pra fiscalizar de verdade. Porque não adianta ter lei se ninguém consegue aplicar. Agora ficou claro: nada de abordagens panfleto fora da sede. Filial não entra na jogada.
E vamos ver se o pessoal entende que marketing se faz com criatividade, não com insistência. Bora investir em vitrine bonita, rede social decente, parceria com hotel, divulgação bacana — e não encher a sacola do turista de papel que vai direto pro lixo.
Felisberto sobe, o resto desce?
Já que estamos falando de rua, deixa eu aproveitar pra falar da Felisberto Soares. O Lucas comentou na sessão que a gente vai ter que pensar em reorganizar o trânsito ali. Fazer ela só subir, e as ruas laterais — Augusto Pestana e Coronel Diniz — só descerem.
E, sinceramente? Tá na hora mesmo. Aquilo ali na temporada fica pior que fila de CTG em dia de costelão. Se for pra melhorar a mobilidade e ajudar o comércio, que se tente. Pior que tá, não fica. E tu, leitor? O que acha?
Buraco da Corsan: um clássico
Mas agora deixa eu mudar de calçada, porque tem outro assunto que me tirou do sério esses dias e eu já havia escrevido ontem: a tal da repavimentação da Corsan. Ou melhor, a falta dela.
Tu sabia que tem rua esperando desde o ano passado pra arrumar o que foi quebrado em obra da Corsan? Pois é. A Antonio Zini que o diga. Tá lá, toda remendada, esperando um milagre ou uma máquina.
Aí tu me pergunta:
“Mas por que na ERS-235 arrumaram de um dia pro outro e no bairro nada?”
A resposta é simples: fluxo. Na rodovia passa carro todo minuto, aí vira prioridade. E no bairro? Parece que acham que o povo vai pra casa de teletransporte. Ou andam de carro voador, sei lá.
Corsan vai ter que provar que fez o serviço
Mas agora a Agesan aprovou uma proposta do prefeito Gilberto Cezar que obriga a Corsan a mandar relatório detalhado antes e depois das obras, com foto datada, georreferenciada e tudo mais. Se não fizer, tem multa.
Isso é bom. Transparência, meu amigo. Porque antes a Corsan largava a rua como quem largou um costelão cru no fogo e foi embora: “depois a gente vê”. Agora não. Agora vai ter que mostrar serviço e provar que deixou melhor — ou pelo menos igual — ao que encontrou.
O prefeito tá certo em bater nessa tecla. Já passou da hora da Corsan ser cobrada como merece. Porque o povo paga água, paga esgoto, paga imposto… e ganha uma poeirama e buraqueira de brindes.