Quem acompanha o jornal aqui da região sabe: todo dia chega denúncia. Todo santo dia, tem gente ligando, mandando mensagem, passando aqui no jornal pra relatar algum problema. E olha, não é pouca coisa, viu? Vai desde falta de água até esgoto a céu aberto, lixo jogado no chão, buraco em rua, falta de iluminação, mato alto e por aí vai. Coisas que, sinceramente, não deveriam fazer parte da nossa rotina, mas infelizmente fazem.
Linha Moreira e a mágica do caminhão de lixo
Hoje rolou uma situação que, se não fosse trágica, seria cômica. Uma moradora ali da Linha Moreira, que mora lá há mais de 10 anos, entrou em contato com a gente, indignada. Segundo ela, faz duas semanas que o caminhão de lixo passa por lá, dá uma volta na rua e vai embora — sem recolher nada. Isso mesmo: entra, passeia e sai. Nada de recolher o lixo que já tava acumulando, espalhado, fedendo.
Mas olha o milagre: enquanto ela tava no telefone com a gente, denunciando tudo isso, o caminhão de lixo apareceu lá e recolheu o lixo todo. Coincidência? Talvez. Mas o curioso é que no dia anterior, segundo ela, eles tinham feito o mesmo “passeio turístico”: passaram, olharam e foram embora. Mas hoje, justo quando o jornal ia ser acionado, eles fizeram o serviço direitinho.
É ou não é engraçado?
Quando só funciona se virar notícia
E não é a primeira vez que a gente vê isso acontecer. Já perdemos as contas de quantas vezes uma denúncia pública, feita pelo jornal, é que realmente faz a coisa andar. Parece que tem gente que só age quando vê que pode aparecer negativamente na mídia. Isso é preocupante, né?
Não é assim que deveria funcionar. A cidade tem que estar limpa, iluminada, organizada — não porque alguém denunciou, mas porque é o certo, é o básico! Mas, infelizmente, a gente percebe que tem um medo de exposição pública. Quando o nome da instituição, da prefeitura ou do setor responsável pode ser ligado a uma negligência, aí todo mundo corre pra resolver. E o pior: isso só reforça a ideia de que tem que gritar alto pra ser ouvido.
É culpa da prefeitura?
Aí você pode perguntar: “Ah, mas isso é culpa da prefeitura?” E olha… eu prefiro acreditar que não totalmente. Talvez o pessoal lá de cima nem saiba o que tá rolando nas pontas. É o que eu quero crer. Que tem alguém, em algum setor, não fazendo o serviço direito, enganando tanto os moradores quanto os próprios superiores.
Isso acontece muito: o caminhão foi, bateu ponto, mas não recolheu o lixo. Tá lá na planilha como se tivesse feito, mas a realidade na rua é outra. E se ninguém grita, se ninguém denuncia, fica por isso mesmo. Mas quando o jornal entra em cena, opa! A mágica acontece.
Canela, essa cidade charmosa…
Mudando completamente de assunto, mas nem tanto… Hoje eu tava andando por Canela e pensei: como essa cidade é charmosa, né? Tu caminha pelas ruas e sente aquele clima aconchegante, aquele toque europeu que a cidade tem. É uma delícia.
Mas aí tu dobra a esquina e dá de cara com um prédio caindo aos pedaços, fachada velha, muro rachado. E aí eu pensei: até que ponto a gente confunde “charme” com abandono”? Manter uma cidade charmosa não é deixar tudo velho, sem manutenção. Tem que cuidar, reformar, manter limpo e bonito. Canela merece isso.
Charmosa, sim. Mas bonita e bem cuidada também, né?
Vamos conversar sobre isso?
Enfim, resolvi escrever tudo isso aqui hoje porque acho que a gente precisa falar mais sobre esses assuntos. Tanto sobre o jeitinho curioso como as coisas só funcionam quando são expostas, quanto sobre como a gente enxerga nossas cidades.
E aí, me conta: vocês também sentem esse clima quando passam por Canela? O charme, o conforto, mas também aquela pontinha de incômodo ao ver que tem coisa fora do lugar? Já presenciaram algo parecido com essa história do caminhão de lixo que só funciona sob pressão?
Quero saber o que vocês pensam. Porque no fundo, esse espaço aqui é nosso. E se a gente não falar, não vai mudar.