Só um pode vencer

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Foram cinco candidatos a prefeito de Canela, e, claro, só um poderia ser o vencedor, e todos sabiam disso quando entraram. Para vereador também foram 116 e só 11 poderiam (puderam) se eleger. Ainda assim vai minha solidariedade aos derrotados do pleito, que lutaram de igual para igual, com muita garra, com respeito e consideração um ao outro, defendendo suas ideias.

Estupenda

O que poucos imaginavam é que seria uma vitória daquele tamanho do 45. Vou pedir ajuda ao dicionário para descrever: “A palavra “estupenda” é um adjetivo que significa admirável, assombroso ou espantoso. Pode também significar formidável, maravilhoso ou extraordinário; Que ocasiona assombro; que causa admiração; extraordinário; Que exprime ou provoca espanto por ser grandioso; descomunal”.

Gilberto Cezar fez por merecer

É preciso reconhecer a sabedoria e capacidade de articulação do Gilberto Cezar. De longa data vem fazendo contatos, aglutinando pessoas e grupos. Gilberto Cezar se preparou para vencer o pleito. Deixou de concorrer a deputado há dois anos para se fortalecer dentro de Canela. Uniu cinco partidos e ajudou todos as montarem suas chapas para vereança. Conseguiu fazer o Republicanos e o PDT andarem juntos, algo complicado em tempos de polarização (guerra) entre esquerda e direita. Acima de tudo, Gilberto Cezar queria vencer esta eleição e tinha convicção de que isso era possível.

Acachapante

Também me socorri do dicionário para descrever a derrota do 15, uma eleição após aquela que lhe concedeu 80% dos votos válidos. “ Acachapante: Que não deixa dúvidas, que não admite refutação (ex.: votação acachapante; derrota acachapante). = ESMAGADOR, INCONTESTÁVEL, INDISCUTÍVEL”.

O MDB fez por merecer

É preciso reconhecer a sabedoria e capacidade do MDB em se desmontar. Na primeira eleição após aquela vitória esmagadora, que fez muita gente (inclusive o colunista) pensar que o MDB seria imbatível, conseguiu perder dois terços do seu capital eleitoral. De fora se via a força que seus membros faziam para destruir o que tinham construído ao longo dos anos, desde a virado do milênio. Alguns foram mais assertivos, se meteram em corrupção, lambuzaram a mão e fizeram respingar nos companheiros, outros foram fazendo força pouco a pouco, com palavras, atos e omissões. Ao ponto que faltando menos de dois meses para a eleição o então pré-candidato a prefeito disse na tribuna que o Prefeito estava protegendo (acobertou) alguém que não contratou professores, prejudicando a comunidade escolar. Até mesmo no Último Debate, promovido pelo Jornal Integração na noite do dia 03 de outubro, dois dias antes da eleição, se não se soubesse, não se perceberia quem era o candidato à sucessão. Ninguém defendeu os feitos do partido, que em oito anos transformou o município, modificou a paisagem, mudou a fotografia. Nem os novos parques, nem os asfaltos, nem a legalização do hospital e nem o turno integral foram considerados pela candidatura que era para ser de sucessão.

O futuro do MDB de Canela

Para a sorte do partido, elegeu cinco vereadores, uma baita bancada. Mas, se Constantino estiver mesmo magoado, e se afastar da vida partidária, não se pode apostar no futuro do MDB. A eleição de 2028 pode ser o velório da sigla. Já está na mão de terceiros, se o PSDB aproveitar a oportunidade o inverno emedebista vai ser grande. Vejamos, se com a máquina na mão fez o que fez, imagina agora quando a coisa minguar. A ‘companheirada’ vai achar outros rumos.

Quem mais quer vence

Certamente o clima no Amarelão (sede do MDB canelense) no final de domingo não era muito diferente do que no dia da convenção, 03 de agosto. Em geral, aquele é um dia de festa, de confiança, reafirmação, entusiasmo. Não foi. Pelo contrário, foi tenso, nervoso, incerto. Luciano Melo não queria ser candidato a vice e foi colocado a fórceps. Depois de discutir com as lideranças (ou seria ‘a’ liderança), sumiu dali e não aparecia mais nem para fazer a foto. Quando chegou com uma cara de inconformidade, os correligionários fizeram a leitura certa de que aquela campanha seria bem difícil. Em que pese aparentemente rearranjados, como sabemos, cristal quebrado não cola. A fala de Luciano na Câmara segunda-feira explica muita coisa.

Minoria na Câmara

O prefeito Gilberto Cezar terá minoria na Câmara. De 11 vereadores sua coligação elegeu só cinco. Tinha 58 candidatos, contra apenas 24 do MDB/PSD, mas perdeu.

Jone paz e amor

Para a sorte do novo Prefeito o vereador fiel da balança, Jonne Wulf (PSD), não se caracteriza como oposição. Seu jeito de trabalhar se adequa melhor com a situação. Foi assim na atual legislatura, quando se elegeu pelo PDT, e pelo fim foi mais tranquilo com o Governo do que os do próprio MDB. Jonne Wulf quer resolver o problema dos seus e sabe que quem faz isso é o Executivo. Além dele ser como descrevi, tem os do próprio MDB, que um deles já fez discurso na tribuna segunda-feira dizendo que não fará oposição. Magoado com alguns fatos de quando era o interventor do HCC e Secretário da Saúde e chegou a ser preso, Leandro Gralha, espera novos tempos para Canela e promete ser parceiro do novo prefeito para isso.

Renovação

Todos queremos renovação na Câmara, mas nem sempre votamos para isso.
A Câmara de Canela até que deu uma bela renovada para a próxima legislatura. Bem novos mesmo são cinco de 11, mas, que são titulares, somente dois se reelegeram: Carmen Seibt e Jonne Wulf. Bailaram, e como dançaram bonito: Jerônimo Terra Rolim; Jefferson Oliveira; Alberi Dias; Carla Reis e Emília Fulcher. Alfredo Schafer e Vellinho Pinto não concorreram, Luciano Melo e Marcelo Savi concorreram na Executiva.

Caras novas

Desta forma, caras novas na Câmara, que não tenham atuado como vereador em algum momento desta legislatura, serão apenas cinco:

Graziela Hoffmann, Lucas Dias, Rodrigo Rodrigues, Nene Abreu e Cabo Antonio

Não é perigoso

Não é, ao contrário, é bom! Se até o prefeito foi eleito ‘quase’ por unanimidade, que seus projetos sejam aprovados, seus planos executados e a vida de todos nós, melhorada.
O fato de o Prefeito Nestor não ter oposição na Câmara não significa que ele não terá oposição. Nos dias de hoje a coisa não é mais tão simples. As ruas estão cheias de fiscais. O povo já vive novos tempos e anda sempre de ‘filmadora’ na mão. Qualquer cidadão pode se tornar oposição a hora que quiser. Até aqui o PP cresceu, muito em cima do último governo da oposição (PDT/MDB – 2017/2021), que foi uma experiência muito desagradável. Porém, deste mandato em diante, ou de domingo em diante, as coisas tendem a colocar uma série de desafios ao PP, exatamente devido ao seu tamanho. É muito cacique na mesma tribo. Logo, eventualmente, alguns terão de encontrar novas famílias para si. Isso é um processo natural. Não permitir isso é segregar. E certamente o PP não quer segregar ninguém. Os filhos são criados para o mundo.

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