Nicolas Felippetti
REGIÃO – O mês de junho de 2024 trouxe uma realidade preocupante para Canela e Gramado, destacando o impacto da catástrofe que atingiu o Rio Grande do Sul em maio. Ambas as cidades, que dependem fortemente do turismo para sustentar suas economias, registraram um aumento significativo no desemprego de carteira assinada, de acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Governo Federal (Novo Caged), onde somando as duas cidades chega no número de 1.011 empregos a menos.
Em Canela, o número de empregos formais em junho era de 10.092. Durante o mês, foram realizadas 495 admissões contra 650 desligamentos, resultando em um saldo negativo de 155 postos de trabalho e uma variação relativa de -1,51%. Comparado ao mesmo período no ano anterior, quando a cidade registrava um estoque de 10.237 empregos formais e um saldo positivo de 60 (966 admissões e 906 desligamentos), a queda atual é acentuada e preocupante.
Gramado enfrentou uma situação ainda mais crítica. Com um número de 19.525 empregos formais, 613 admissões e 1.469 desligamentos, a cidade viu um saldo negativo de 856 empregos e uma variação relativa de -4,20% em junho. No mesmo mês do ano anterior, Gramado registrava um saldo positivo de 198 (1.512 admissões e 1.314 desligamentos), com um estoque de 21.078 empregos formais.
Ao somar os saldos negativos de Canela e Gramado, as duas cidades perderam juntas 1.011 empregos formais em junho. Esse número reflete não apenas o impacto direto da catástrofe de maio, mas também a fragilidade econômica que a região enfrenta, particularmente em setores dependentes do turismo.
Efeitos na Economia do Rio Grande do Sul
A catástrofe de maio teve um impacto significativo em todo o estado do Rio Grande do Sul. Em maio de 2024, o estoque de empregos formais era de 2.817.862. No entanto, com apenas 94.811 admissões frente a 116.801 demissões, o saldo foi negativo em 21.990 postos de trabalho, uma variação relativa de -0,77%. Em junho, a situação continuou desfavorável, com o estoque de empregos caindo para 2.809.293, 108.299 admissões e 116.868 demissões, resultando em um saldo negativo de 8.569 empregos e uma variação relativa de -0,30%.
Apesar de o Rio Grande do Sul ter registrado um saldo positivo de 32.393 empregos nos últimos 12 meses (1.443.363 admissões contra 1.410.970 desligamentos), a catástrofe de maio interrompeu a tendência de crescimento. Em junho de 2023, o estado tinha um estoque de 2.776.900 empregos formais, com um saldo negativo de 506 (113.351 admissões e 113.857 desligamentos), uma variação relativa de -0,02%.
O aumento do desemprego em Canela e Gramado é um reflexo da crise que afeta todo o Estado do Rio Grande do Sul neste momento, deixado pelas marcas da catástrofe das enchentes e temporais do mês de maio.