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Somos todos digitais

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Esta é a primeira edição do Jornal Integração totalmente digital. Fizemos a despedida do impresso na sexta passada. É um misto de sentimentos, assim como as mensagens que chegam diariamente dos amigos, assinantes, anunciantes e admiradores. Muitos relatando o prazer de folhear o impresso, mas reconhecendo que é chegada a hora de fazer a virada de chave, pelo bem de todos, inclusive do planeta.

Eu acredito muito que cada um de nós tem uma missão na Terra. E acabamos sendo direcionados a ela, mesmo que de forma imperceptível. Num exemplo simples: por que você acha que existe uma pessoa capaz de abrir a cabeça de outra para curá-la e a outra só ao ver uma gota de sangue desmaia? No entanto, o médico não foi missionado a abrir a cabeça de ninguém, mas a curar. Se para curar tem de abrir a cabeça, o faz. Assim é a missão do jornalista. Não somos missionados a fazer impressão em papel, mas de informar a sociedade. A medicina evolui, e a forma de levar a notícia também. E sempre devemos, pelo bem do paciente, usar as ferramentas menos invasivas para a cirurgia, proporcionando uma cura mais rápida e atendendo o maior número de doentes.

Um exemplo do alcance do Integração hoje em dia é um post sobre o trânsito, que fizemos quarta ao anoitecer, com uma foto enviada por um seguidor denotando a lentidão do trajeto Canela/Gramado, que teve 64 mil visualizações. Durante a pandemia e agora durante a catástrofe, tentamos ser muito relevantes, com o foco totalmente redirecionado a manter todos bem informados. O JI vai ser cada vez mais relevante para Canela e Gramado, com condições plenas de ampliar a abrangência.

O exemplo da Ilka

Dona Ilka Tomazi mora na Linha Bonita, tem 75 anos e todos os anos vem à Linha Carazal catar pinhões para o consumo da família, que mora na Linha Bonita. Ela fica na casa de uma amiga para o pernoite e aproveita o dia para encher o saco, literalmente. Na quarta-feira de manhã, a encontrei e me chamou a atenção uma pessoa com um saco nas costas, pois visivelmente não se tratava de um nômade; percebia-se que eram pinhões. Como achei que ela viria até o Centro, distante quatro quilômetros, fiz o retorno para oferecer carona. No entanto, ela já estava chegando ao destino. Como filmei a abordagem à ela, com autorização, publicamos nas redes sociais do JI. Menos de 24 horas depois, o vídeo já tinha mais de 200 mil reproduções. Seus esforços físicos, apesar da idade, e sua simpatia, chamaram muito a atenção dos internautas. De fato, ela é uma pessoa inspiradora. Vale muito a pena assistir e se inspirar nela, além de ler os comentários. O conjunto da obra nos faz crescer como seres humanos independentes, como precisamos ser.

Aeroporto Internacional das Hortênsias

Nunca tinha visto tantos empresários em uma reunião como a de terça-feira sobre o projeto do aeroporto em Canela. É uma fotografia do momento desesperador. A torcida é para que “agora vai”, mas a história força o ceticismo. Quanto ao turismo, todos temos certeza do bem que faria. Quanto ao interesse, já há divisões. Até mesmo o transfer de Porto Alegre é melhor do que o de Canela será. Além disso, imaginemos um avião com 150 toneladas de carga decolando ou aterrissando em uma cidade do tamanho de Canela. Enfim, segundo Paulo Tomasini, um dos grandes entusiastas deste projeto, há fundos interessados em fazer o investimento, além de condições técnicas para a operação e no terreno. Também, segundo Tomasini, o aeroporto de Vila Oliva “é uma farsa” e nunca será viabilizado. Além disso, muitos acreditam que os dois aeroportos, o de Vila Oliva e o de Canela, podem ser viabilizados concomitantemente, pois “um não atrapalha o outro”, dizem.

No entanto, temo que, após esta crise causada pelo fechamento do Aeroporto Salgado Filho, o assunto caia mais uma vez no esquecimento. Afinal de contas, é fácil fazer um cálculo: se 50% dos passageiros do Salgado Filho têm como destino final a Região das Hortênsias, é evidente o potencial de interferência da operação em Canela na gestão daquele aeroporto. Vamos imaginar os interesses, e as interferências…

Desafios

Os reflexos do que ocorreu nesta catástrofe seguirão se apresentando por muito tempo. Toda ordem de desajustes virá, decorrente desses fatos. Além das vidas humanas que perdemos, muito patrimônio precisa ser reconstruído, muitas vezes por pessoas que nem têm mais tempo de vida suficiente. O Governo Federal promete comprar e dar casas aos que perderam as suas, até o valor de R$ 200 mil. Os municípios também estudam possibilidades de aliviar, de ajudar. Mas o certo é que cada um destes não terá reposto o prejuízo de forma integral. Cada casa destas continha muito amor, muita paixão, muito suor e estava bem do jeitinho certo; cada canto foi planejado e tinha uma ocupação que preenchia o peito, massageava o coração. Os mais jovens construirão um novo lugar que vai substituir tudo isso que está dentro do peito, mas os mais velhos talvez terão de simplesmente aceitar a nova realidade e ali mesmo, absolutamente fora do cantinho que construíram para si, viver seus últimos anos, contando com a bondade de outros.

Generalizados

Teremos desafios generalizados por consequência da catástrofe. Nos preços dos alimentos, nos aluguéis, nos empregos, no faturamento. Ninguém está livre. Claro que surgem oportunidades nestas horas, mas é em cima da desgraça de outro.

Oportunistas de plantão

Em detrimento a tudo o que estamos enfrentando, muitos políticos estão naquela condição de oportunistas da situação. Além da eleição municipal que se avizinha (06/10), tem a para governador, que está mais longe, mas já no radar de muitos. Ou porque será que o Pimenta foi nomeado para conduzir o governo paralelo aqui no RS? É uma lástima o que estamos vendo.

Vereadores perdem a classe

Os xingamentos do vereador Jerônimo contra a Emília Guedes Fulcher, na sessão de segunda-feira e os palavrões do Renan contra o Rafael Ronsoni, são uma pista sobre o que nos espera nos próximos meses.

Ronsoni X Renan

Rafael Ronsoni reclamou do posicionamento da oposição em relação ao caos da catástrofe climática. Se referindo ao Renan, sem, no entanto, citar seu nome, disse que ele lê os seus discursos escritos pelo pai e que é chacota “em toda a cidade”. E o comparou a um papagaio.

Em resposta Renan o chamou de “sujo” e garantiu que o marcou ‘na paleta’ e que vai, em resposta, trazer a público todos os seus processos jurídicos, para que, assim, a comunidade saiba “quem é uma vergonha para a cidade”. 

Plateia

A briga mais contundente entre vereadores na atual legislatura ocorreu justamente na noite em que a comunidade do Piratini, afetada com o deslocamento de massa que atingiu algumas casas, lotava o plenário, clamando por ajuda.

Angustia

Quem teve a casa interditada tem pressa. A angustia da espera sufoca. Foi isso que se percebeu na segunda à noite na Câmara. Por outra banda, tudo o que depende do governo, seja municipal, estadual ou federal, é demorado, lento e burocrático. Infelizmente é isso, mesmo que, e quando, o gestor tem vontade de acelerar.

Aluguel Social

O que a prefeitura de Gramado tem, pronto, é o Aluguel Social, aos que ficaram sem suas casas. Ocorre que o valor é muito baixo. Incrivelmente em Gramado os 1.375,00 não são suficientes. Primeiro que os aluguéis por aqui já são mais altos, segundo porque, alguns, com o aumento da demanda, tiram proveito.

A Prefeitura vai mudar a lei do aluguel para contemplar mais famílias e, quem sabe, aumentar mais um pouco esse valor. Mas até ontem, meio dia, o projeto ainda não tinha sido enviado à Câmara.

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